The Cursed Book {Em Revisão}

XXXVIII

E lá estávamos nós na floresta, esperando a hora certa. Havíamos tomado todas as precauções para não sermos descobertos e estragar o plano. Era simples e prático, mas como sempre, eu ficava com a parte mais complicada. Repassei as últimas vinte e quatro horas na cabeça.

Na noite anterior, eu e Mason nos revesamos na explicação sobre a Marca. Consequentemente, Leah e Bernardo deduziram que estávamos juntos. Não neguei nada, mas também não confirmei. Se Mason parasse de rir por um momento, daria para me concentrar e arguntei. Minhas bochechas doiam só de pensar em sorrir tanto. Passamos o resto da noite, conversando sobre coisas engraçadas que aconteceram nas nossas vidas.

Na manhã seguinte, tiramos o dia para treinarmos. Ensinei golpes básicos de defesa pessoal, caso fossem encurralados, poderiam se defender até um de nós ir para ajudar. Fomos à cidade e compramos roupas novas a todos. Já que íamos para uma batalha, poderíamos ir bem vestidos. Seguimos para um hotel, onde todos tomaram um banho digno e se vestiram adequadamente. À noite, escolhemos um prato qualquer e jantamos. Certifiquei se todos estavam devidamente armados com as adagas e se tinha colocado as balas de Thomas na arma. Naquela hora, com o revólver em mãos, senti que a missão era real e que eu tinha que fazer aquilo. Um gelo pesado e duro cresci dentro de mim. Lembro-me de estar acionando a trava de segurança do revólver, quando Mason se aproximou.
-Está tudo bem?- perguntou ele, abraçando-me por trás.
-Não.- respondi, contornando com os olhos, o design da arma. Virei, parando frente a frente com ele: - À propósito, eu já ia atrás de você.
-Ah é? Pra quê?- perguntou ele, com um sorriso malicioso nos lábios.
-Não é nada disso, seu tonto. Eu estava lendo aquele livro e achei algo realmente interessante e se a informação for verdadeira, será muito útil.- disse, afastando-me dele.
-E o que seria?- interrogou-me.
-Vai ter que confiar em mim.- exclamei.

Peguei uma das adagas ao lado e voltei a minha posição anterior. Puxei seu braço e apontei a ponta em direção a sua pele. Olhei para ele e deparei com um olhar assustado.
- Melhor não.- neguei, abaixando a lâmina.

Sua mão pegou na minha, levando a adaga junto.
-Faça!- pediu ele.

Trinquei os dentes e passei a arma, cortando-o. O sangue vermelho surgia timidamente pelo pequeno corte. Agora a parte mais complicada! Segurei em firme em seu braço e concentrei na ferida, imaginando-a em mim. Abri devagar os olhos e observei o local, sem sinal do machucado.
- Onde...- Mason começou a questionar.

Ergui o braço e mostrei a ferida em mim.
-Como fez isso?- perguntou novamente.

Tomei o livro em mãos e li a parte destacada em voz alta:
-Tendo total consciência de seu ato, a portadora da Marca, poderá tomar para si as dores e feridas de seu protegido, livrando-o de tal tormento.
-Posso pegar o corte de volta? Eu realmente odeio vê-la machucada.- respondeu ele, pegando no meu braço.
-Deu certo! Isso é ótimo. O machucado agora é meu. Não tem como devolve-lo.- respondi, orgulhosa.

Viajei mais um pouco nas memórias. Há duas horas atrás, recebi uma ligação.
-Alô?
-Alexa!
-Você de novo!
-Quantas vezes vou ligar e ser recepcionado assim?
-Essa parece ser a última ligação!
-Essa é! Está tudo preparado?
-Está. Por que não ligou antes, hein? Cortaram sua linha?
- Estava preocupada comigo? Não liguei com medo de atrapalhá-la, mas estou sempre acompanhando seu progresso.
-Então...Assim, por acaso, teria alguma forma de eu ficar aqui após a luta?
- Quer ficar?
-Quero. Muito.
-Eu lamento tanto, mas não pode.
- O quê? Por que não?
- Porque seu lugar é aqui, ao me...ao lado da sua família. Não é um personagem, Alexa. Já me ajudou muito, mas logo precisarei de você aqui!
-Mas eu não sou seu peão, para mexer quando bem entender e como quiser.
-Seu lugar não é aí. Eu sinto muito se isso lhe magoa, mas você vai voltar. Até logo e boa sorte, Alexa.