Capítulo 36

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Bati a palma espalmada na mesa.

- Como vocês não sabem o que aconteceu? - gritei olhando Miguel e Noah.

- Como te dissemos no hospital, ele conseguiu mexer em todo o sistema de segurança, é como se soubesse o que precisava fazer e como fazer. - Noah explicou.

- Então você ta me dizendo que tem um traidor na equipe? - gritei e olhei toda minha equipe.

- Não sabemos afirmar, mas de alguma forma ele sabia o que precisava fazer. - Noah respondeu.

A porta se abriu naquele momento me impedindo de continuar brigando com todos. Mas a minha raiva aumentou ao ver Christian e Angelique entrando no escritório. Cerrando os punhos esbravejei.

- O que vocês estão fazendo aqui?

- Soubemos do que houve, não podíamos continuar fora. - Christian deu de ombros.

- Porra cara era a lua-de-mel de vocês. - suspirei me sentindo culpado por isso também.

- Tudo bem Alfonso, a gente só voltou uns dias antes. - Angelique sorriu.

- Eu vim pra te ajudar a pegar esse desgraçado. - Christian me encarou e seus olhos escureceram de raiva.

- Obrigado! - forcei um sorriso.

- A Any onde está? - Angelique me olhou preocupada.

- No quarto. - respondi suspirando.



Vi de relance quando a porta se abriu. Soltei meus joelhos e ergui meu rosto vendo Angelique.

- Any?! Eu soube do que houve. - ela suspirou e se aproximou. - Como está?

Abracei minhas pernas de novo e apoiei o queixo entre os dois voltando a posição que estava antes. Minha vista embaçou outra vez antes das lágrimas transbordarem pelo meu rosto.

- Any não fica assim. - Angelique acariciou minha mão. - Alfonso ta com a equipe toda reunida lá embaixo, Christian está com ele, eles vão pegar esse desgraçado.

- Não deviam estar aqui. - solucei. - E a lua-de-mel?

- Foram só uns dias a menos. - sorriu. - Não fica assim Any, por favor.

- Ele... Ouvi Poncho falar com a perita... - solucei. - Ele foi esfaqueado, uma delas pegou o coração. Ele já tava morto quando deram as outras. Quatorze ao todo. - abaixei a cabeça e abracei Angelique.

- Sinto muito! - as mãos dela acariciaram meu cabelo.

- Ta doendo. Muito. Primeiro meu pai... Agora. Lionel! - meu coração apertou e me senti sufocar.

- Você vai superar isso, a gente ta aqui com você. Poncho ta aqui com você! Você vai superar.

Deitei no colo de Angelique e agarrei o lençol com força. Eu queria que a raiva fosse maior que a dor que eu estava sentindo. Pelo menos a raiva me faria querer brigar, me daria forças para levantar e ir procurar o desgraçado que havia feito aquilo. Mas eu só conseguia sentir dor. Uma dor tão forte e profunda que me tirava as forças e me paralisava, a mesma coisa que acontecera quando meu pai faleceu.



Os dias seguintes foram os piores, dar a noticia a todos e conseguir uma dispensa da editora pra Any fez a minha ficha e a dela cair. E para ela, saber que Lionel tinha ido para sempre e de uma forma tão cruel era a pior parte da história.

Irresistível - O Caso Portillo ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora