Capítulo 13

3.8K 168 111
                                    

Entrei no apartamento com Javier, um dos meus seguranças atrás de mim. O soco que dei na porta do elevador, havia causado um sério hematoma na minha mão. Ela estava vermelha, latejando e com os nós dos dedos sangrando.

- Eu vou pegar gelo pra você.

Me joguei no sofá sem acreditar no que tinha acontecido. Maldita hora que resolvi ir na cozinha fazer um lanche, ou melhor, maldita hora que achei que esconder a verdade da Anahí era boa idéia.

Era inacreditável pensar em como tudo mudou entre nós em poucos minutos. Num instante ela estava dormindo tranquila na minha cama e no outro estava furiosa comigo. Eu sabia que a culpa era minha e que Anahí havia feito aquilo num momento de raiva, pelo menos eu precisava me agarrar a isso pra não ir atrás dela.

Daria um tempo pra ela esfriar a cabeça, mas de maneira alguma desistiria dela.

- Acho melhor você ir ao hospital tirar um Raio-X você pode ter quebrado a mão.

- Não me importa. - fiz uma careta ao enfiar a mão no balde de gelo.

- Quer que eu fique aqui com o senhor?

- Pode ir pra casa, ta dispensado. - suspirei. - Vou ficar bem. - menti.

Javier me encarou, mas não insistiu. Quando fiquei sozinho encarei a mesa fixamente.

“Anahí e eu ainda não terminamos”, mentalizei tentando me acalmar.

Sai do elevador e toquei a campainha. Levou apenas alguns segundos até Maite abrir a porta e arregalar os olhos ao meu ver. Eu devia estar horrível com os olhos inchados, descabelada, descalça e de pijamas.

- Será que eu posso passar a noite aqui? - solucei voltando a chorar.

Maite me abraçou.

- É claro que pode!

Desabei no ombro dela enquanto Maite passava a mão pelo meu cabelo. Sussurrando ela me guiou pra dentro do apartamento e trancou a porta enquanto eu me sentava no sofá.

- Any o que aconteceu? - ela sentou do meu lado.

- Alfonso mentiu pra mim. - solucei enxugando o rosto.

- Mentiu? Sobre o que? - segurou minha mão.

- É uma história um pouco longa você ta disposta a ouvir?

- Claro, temos a noite toda. - assentiu solidária.

Encarei a garrafa de whisky já pela metade.Finalmente a bebida começava a surtir efeito e a bebedeira estava amortecendo a dor. Tanto da mão quanto do coração.

Não me surpreendi quando a porta do meu apartamento se abriu e Christian entrou com meu médico.

- Soube que você se machucou e trouxe o doutor pra dar uma olhada.

- Oi Gusman. - cumprimentei forçando um sorriso.

- Agora entendi o que é aquele arrombo na porta do elevador... Como conseguiu fazer isso? - meu médico encarou minha mão ainda no gelo que já estava derretendo.

- Momento de raiva. - resmunguei.

Gusman sentou ao meu lado e examinou minha mão. Fiquei quieto e só fiz umas caretas.

- É grave doutor? - perguntei.

- Bom não posso fazer um diagnóstico mais preciso porque você não quer ir ao hospital, mas vou te dar alguns medicamentos pra dor, inchaço e inflamação... Se por acaso você acordar pior amanhã me avise.

Irresistível - O Caso Portillo ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora