Capítulo 17

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­­Acordei com a luz da manhã entrando pela janela e a cama totalmente vazia. Entrei em pânico.

“Ela deixou você, se arrependeu e foi embora enquanto dormia!”, meu inconsciente debochou de mim.

Senti uma dor horrível comprimir meu peito e vesti as roupas correndo. Tinha esperanças de encontrá-la na calçada esperando um táxi.

Cheguei à sala correndo e quase cai de joelhos no chão. De costas pra mim e parada na janela Anahí conversava com alguém no celular, seu notebook estava aberto em cima da mesinha de centro da sala junto com a carta que escrevi pra ela. Aquilo me deu esperanças, mas também fiquei com medo.

Enquanto ela falava percebi que ela estava com uma roupa diferente da noite passada e os cabelos estavam molhados. Ela havia tomado banho e vindo pra sala trabalhar.

“Ela não deixou você, seu sortudo filho da puta!”, meu inconsciente acalmou meu coração.

- Ok, acabei de mandar tudo para o e-mail da empresa... Se houver alguma alteração no contrato o senhor me avisa que eu refaço e te encaminho de novo... Ok, obrigada. - ela desligou e me aproximei.

Quando Anahí se virou, se assustou ao dar de cara comigo. Segurei o rosto dela entre as mãos e a beijei querendo me acalmar e ter certeza de que eu não estava sonhando.

- Achei que você tivesse ido embora. - sussurrei custando a me afastar dela.

- A gente precisa conversar. - me encarou séria e não gostei nada daquilo. - Alfonso... Não foi justo o que você fez ontem à noite, você se aproveitou que eu estava dormindo pra me beijar de surpresa e...

- O que ta querendo dizer com isso? Que eu forcei você?

- Não... Mas aquilo não devia ter acontecido, eu vim aqui pra cuidar de você.

- Não me venha com essa conversa, você quis tanto quanto eu. - esbravejei, o medo de segundos atrás tomando conta de mim de novo. - Você não pode me dizer agora que foi tudo um erro e me deixar outra vez... Eu falei sério ontem à noite, eu faço o que você quiser, mas não vou deixar você ir embora, não depois do que houve, não depois deu ter visto nos seus olhos que você gosta de mim. - segurei seu rosto entre as mãos. - Não vai embora outra vez, você vai acabar comigo se sair por essa porta depois do que fizemos. - a encarei desesperado.

Anahí deu um passo pra trás, seus olhos também marejados.

- Me doeu muito saber que você mentiu pra mim sobre tudo, me senti uma idiota Alfonso.

- Eu não menti sobre tudo, tudo que eu te contei sobre mim é a mais pura verdade, eu to apaixonado por você sim, me dei conta disso no momento em que você me mandou ir pro inferno... Eu não posso viver sem você Any acredita em mim, você é a minha vida agora, eu faço o que for preciso pra você acreditar e ficar comigo. - a encarei desesperado.

- Ok Poncho. - suspirou de cabeça baixa.

- Ok Poncho? O que isso quer dizer?.... Ok Poncho acredito em você, mas não podemos ficar juntos? Ok Poncho você tentou, mas não posso ficar com você, to indo pra casa? Eu preciso de mais de você do que só um “Ok Poncho”. - a encarei confuso, desesperado e sem saber quais eram as minhas chances.

- Eu pensei muito durante todos esses dias... Você queria uma resposta sobre a carta e... Ela foi a coisa mais linda que alguém já escreveu pra mim... E o que você fez ontem me mostrou o quanto você se preocupa comigo. - ela enxugou o rosto. - Eu tava tão relutante em voltar pra você porque eu tinha medo de me machucar de novo, de você perceber que estava enganado e não querer mais nada comigo. - ela abaixou a cabeça.

Irresistível - O Caso Portillo ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora