Irresistível - O Caso Portillo ✔

Capítulo 16

Levei um segundo pra entender tudo. Haviam atirado nas janelas provocando os barulhos e os estilhaços. Alfonso me soltou do seu abraço e caiu no chão, entrei em pânico quando entendi que o sangue em minhas mãos e no vestido eram dele.

- Alfonso. - me ajoelhei e vi que o ombro esquerdo dele estava sangrando.

- O tiro veio por trás. - ele gemeu furioso.

- O que eu faço? - perguntei desesperada.

Christian apareceu do nada e quase desmaiei de alivio.

- Como você ta? - ele se assustou vendo o sangue.

- Eu to bem, mas Alfonso ta ferido Chris, me ajuda. - pedi desesperada as lágrimas inundando meus olhos. - Você ta bem? - vi que o braço dele também sangrava.

- Foi só um tiro de raspão quando estava ajudando a evacuar o prédio, precisamos sair daqui, Alfonso me ajuda. - ele puxou Alfonso pelo braço que não estava ferido.

Mesmo sendo inútil me levantei e ajudei Christian a puxar Alfonso.

- Não precisa chorar ta tudo bem... O que importa é que você não se machucou. - Alfonso acariciou meu rosto.

Aquilo quase me fez chorar ainda mais, só não fiz isso porque precisávamos sair do prédio.

Na calçada as pessoas choravam, algumas estavam machucadas, mas graças a Deus nenhuma delas parecia gravemente ferida. Christian levou Alfonso pra uma das ambulâncias.

- Espera aqui. - ele mandou me detendo enquanto um enfermeiro ajudava Alfonso.

- O que? Quero saber como ele está? - enxuguei o rosto sabendo que devia estar horrível.

- Fica calma ele vai ficar bem.

- O que ta acontecendo aqui? Por que atiraram nas janelas? Alfonso me disse que haviam pessoas com inimigos aqui. - eu falava rápido em meio a fungadas sem conseguir parar de chorar.

- Ainda não sabemos Any... Precisamos primeiro tirar todo mundo daqui. - Christian respondeu com uma calma invejável. - Fica aqui. - me deu as costas.

Dei um passo pra segui-lo e ouvi me chamarem. Me virei e vi Dulce, Ucker e Miguel vindo na minha direção. Dulce me abraçou e Ucker me encarou assustado.

- Você está bem?

- To, esse sangue não é meu... É do Alfonso. - senti a garganta fechar quando falei.

- Que susto, ficamos tão preocupados com você. - Dulce respondeu preocupada.

- Me desculpa Any tava tudo bem e no meio daquela correria eu perdi você de vista. - Miguel se desculpou.

- Tudo bem eu to bem.

“Graças ao Alfonso!”, pensei quase em estado de choque.

Ouvi um grito e Alfonso xingar, quando fui de encontro à ambulância Christian apareceu bloqueando meu caminho.

- Ele vai precisar ser levado.

- O que? Por quê? Como assim levado? Le-levado pra onde Chris? - gaguejei.

- Pro hospital... A bala ta alojada muito próxima do coração, ele vai precisar fazer uma cirurgia pra remover a bala sem correr riscos.

- Eu quero vê-lo, falar com ele.

- Ele não vai te ouvir... Estava se recusando a ir pro hospital então os enfermeiros tiveram que sedá-lo, ele esta dormindo agora, mas antes me pediu pra te levar pra casa em segurança.