Capítulo 1 ۞ Triste Começo

95 6 2
                                    

Capital Elisabeta, reino de Saphira.

O palácio esta noite está particularmente quieto, pensei, sou o príncipe de Saphira Lux Garret Tribian, minha mãe a rainha está muito doente há décadas e apesar dos esforços do rei, meu pai, em achar uma cura, ela infelizmente nunca foi encontrada. Em um mundo dominado pela tecnologia e por avanços significativos em relação a educação, transportes, educação e principalmente saúde eu me sinto diminuído por nunca conseguir fazer nada por ela e infelizmente sentia que a fim estava próximo.

"Se existe um deus ou deuses aí em cima que nessa hora ajudem minha mãe". Eu nunca fui do tipo que reza, mas isso com o passar dos anos estava se tornando um costume no meu dia-a-dia. Sempre disseram que esse mundo, essa terra, Nibelin, foi construída em cima de lendas e guerras entres deuses. Que nós os nibelianos somos a sua imagem e semelhança, mas se eles realmente existem, porque não escutam minhas preces?

- Sabe de uma coisa, cansei de rezar. Hoje o céu está estrelado, um bom dia para se morrer, eu acho. Gosto desse sossego mas sei que daqui algumas horas ele irá se extinguir e eu terei perdido a minha mãe. A raiva crescia dentro de mim, sinceramente não sabia o porquê de minha mãe sofrer tanto e isso me faz sentir tão impotente de maneiras que vocês nem podem imaginar. Impotência meus amigos, saber que alguém que cuidou de você a vida toda, deu carinho, amor, atenção, de tudo e mais um pouco está prestes a falecer não é fácil. O que vocês fariam, eu me faço essa pergunta todos os dias todas as horas todos os minutos e ainda não tenho a resposta.

Sei que a morte faz parte da vida mas quem sofre não é quem vai e sim quem fica, entendam isso. Nesse momento meu pai e minha irmã estão ao lado dela, fazendo companhia nessas últimas horas de vida, sei que devo ir até lá mas minhas pernas não se mexem falta coragem, coragem para olhar em seus olhos e presenciar o brilho deles desparecerem enquanto eu observo impotente. Uma sombra esguia surge ao meu lado e coloca o braço em volta de mim um pouco mais alto que eu, cabelo raspado mas não completamente ao lado do corpo portava uma espada embainhada arma típica dos soldados de Saphira. Apesar de filhos do rei recebemos treinamento militar meus caros, quem gostaria de ser comandado e receber ordens de um rei que nunca pegou em uma espada antes? Eu digo a vocês que ninguém.

Cecil possuía uma aparência totalmente militar e eu também apesar de ser um pouco mais desleixado. Não faço muita questão de seguir regras, e nunca farei. Regras são feitas para serem quebradas e eu não me oponho a isso.

- Está na hora irmão. Disse ele. – Nosso pai e irmã estão ao lado dela e o rei exige a nossa presença nessa hora.

Chegou a hora, a hora que eu estava tentando evitar, não queria vê-la daquele jeito, tão frágil, tão pequena e tão debilitada. Minhas pernas começaram a perder força o coração palpitando parecia que meu peito explodiria, o gosto da bile veio a minha garganta e rapidamente resolvi que ela ficaria por ali.

- Vamos?

- Sim irmão, vamos.

Saímos do jardim e deixei as estrelas, minhas companheiras para trás, aos poucos elas ficaram pequenas do tamanho de grãos de areia e logo sumiram enquanto entramos no palácio. Atravessamos o salão principal e subimos uma escada que convergia para direita e para esquerda, pegamos o caminho da direita entramos em um longo corredor em silêncio e eu agradecia por isso, não estava com a mínima vontade de conversar, não agora.

Ao fundo uma grande porta dupla adornada com belos desenhos que retratavam antigas batalhas dos nossos ancestrais da família Tribian. Foda-se que morram todos, trocaria a vida deles pela da minha mãe se fosse preciso, se fosse preciso trocaria a minha própria. O guarda fez uma referência e o cumprimentei desajeitadamente, as vezes me esqueço que sou um príncipe e que tenho certas regras a cumprir.

Fábula Cristal: Grãos de Areia - Livro 1 (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora