Capítulo 5 ۞ O Ataque a Capital

17 1 0
                                    

Elisabeta.

Eu já havia pousado a algum tempo no hangar de Elisabeta, um pouco antes do final da tarde. O velório de minha mãe já acontecia no centro da cidade na principal catedral de Elisabeta, pessoas e mais pessoas desejavam prestar suas últimas homenagens a rainha mãe. Minha irmã e Aryana estavam no velório enquanto eu estava no palácio tentando convencer meu pai de que havia um perigo eminente prestes a eclodir naquela cidade.

- NÃO ME DIGA PARA FICAR CALMO! – Gritei batendo com o punho fechado em cima da mesa. – Estou cansando de falarem que estou passando por um momento difícil, acha que não sei disso? O fato é que existem coisas acontecendo aqui embaixo dos nossos narizes e você precisa fazer algo, precisa acreditar e confiar no que estou te dizendo. Aonde está Cecil? Hein? Aonde está Zanela? Não acha estranho os dois estarem sumidos?

Meu pai, o rei, estava sentando em uma cadeira almofadada e assim permaneceu. O escritório era cercado de estantes cheias de livros, uma imensa janela mostrava que o sol que já estava se pondo. Daqui a alguns minutos ele enterraria sua esposa. Mas não pude deixar aquilo para depois. O pesadelo que tive ou premonição, chame do que quiser, estava mexendo comigo desde a noite anterior. A imagem de Cecil com aquele sorriso diabólico no rosto, e Elisabeta queimando até o chão não saiam de minha cabeça.

Ele se pôs de pé imponente e irredutível como um rei deve ser. Confesso que nunca tive medo do meu pai, apenas respeito. Medo ele colocava em seus inimigos que ainda existiam muitos por ai apesar de estarmos em um época de paz.

- E você quer que eu tome atitudes baseadas em um pesadelo, sonho, premonição ou seja lá como você quer chamar ou qual foi o pressentimento ou sensação que você teve? Não posso fazer isso, preciso de provas para tomar atitudes, Lux, e não apenas pesadelos do meu filho. – Ele me disse.

Claro que ele me achava um louco, um louco que havia perdido a mãe a pouco tempo, que estava passando por momentos difíceis assim como todos faziam questão de me lembrar. E que a loucura até então apresentada seria aceitável, agora só faltava me dizer que me internaria em um hospício depois do enterro de minha mãe, mas por mais estranho que aquilo poderia soar eu realmente tinha um mal pressentimento sobre aquele pesadelo, alguma coisa aconteceria em Elisabeta, e o primeiro que falasse novamente que aquilo que eu estava sentindo era apenas a dor pela perda da minha mão eu quebraria todos seus dentes. Mas com o rei não haveria discussão, afinal ele era, bom ele era o rei.

- Preciso disso, de provas! Se existe mesmo a mínima chance de que acontecerá alguma coisa com Elisabeta como você mesmo disse, preciso de mais provas. E se você realmente acredita nisso, o que eu realmente acho uma besteira das grandes, você conseguirá essas provas para mim. Mas agora não é hora de discutirmos isso, não é o dia de discutirmos isso e precisamos ir para catedral, está na hora e por favor esqueça esse assunto pelo menos por agora. Estamos combinados? - Perguntou.

- Sim, pai! – Respondi, afinal não se discutia com o rei.

Saímos do escritório e caímos em um corredor na parte externa do palácio. Pilastras sustentavam o teto, lâmpadas iluminavam o local até uma entrada lateral dando para o salão principal, dali pegamos a porta principal e saímos em direção ao centro da cidade em um Cadillac de cor preta, bem encerado e reluzente. O carro era imenso mas possuía somente quatro lugares, dois na frente e dois atrás, o painel era todo digital com detalhes em madeira.

Chequei o celular e haviam três ligações não atendidas de Relm e até o momento Cecil e Zanela continuavam desaparecidos. Estava com uma estranha sensação e o calafrio percorreu toda minha espinha. Permanecemos em silêncio durante todo o percurso, apenas o som que vinha do rádio que o motorista estava ouvindo cortava o ar. As estações indicavam as melhores rotas para população chegar ao velório e informava que a multidão de pessoas estavam em choque pela perda de sua adorável rainha.

Fábula Cristal: Grãos de Areia - Livro 1 (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora