Prólogo ۞

135 13 9
                                    

Em uma época em que o tempo ainda não era contado.

- DESGRAÇADOS, NIBELIANOS DESGRAÇADOS! Abacai bateu com o punho cerrado em cima de uma enorme mesa redonda localizada dentro de um castelo acima das estrelas. Em volta estavam Diene, Aléron e Imanto os quatro grandes deuses de Nibelin. – Lhes ensinamos tudo que sabem, aprenderam a cultivar, ensinamos a construir e tudo que pedimos foram suas preces suas orações e é assim que nos retribuem, esquecendo de nós!

- São uns ingratos! – Completou Diene. – Precisamos aniquila-los agora. O que vocês acham irmãos? – Perguntou a deusa.

- Aniquila-los Diene, e porquê? Porque agora andam com suas próprias pernas, porque agora não precisam mais de nós. Nós os criamos com livre arbítrio, esqueceu, podem escolher o que fazem e agora você reclama pelo fato de não receber simples preces? Sua autoestima é tão baixa assim? – Perguntei.

Eu sou a menor dos quatro deuses, mas minha personalidade é forte. Pensei.

- Você sempre foi defensora deles, pequena deusa. – Disse Imanto.

- E porque não seria, eles são meus filhos ajudei vocês a cria-los. Eu estou muito bem sem as preces deles, significa que encontraram um sentido na vida além de ficarem nos adorando, fico feliz em vê-los prosperando e crescendo.

Abacai o mais poderoso dos deuses em silêncio nos observava em discussão, atento a tudo que falávamos.

- Qualquer que seja sua decisão irmão, estou com você até o fim. – Lembrou Imanto.

Abacai saiu de sua posição a mesa, nos rodeando e observando a tudo e a todos. Eu apenas o fitei.

- Diga-me irmão, já estamos discutindo isso há tempos demais. Qual a sua decisão? – Perguntou Diene inquieta.

- Minha decisão já foi tomada querida irmã.

- E qual é? Perguntei mesmo já sabendo da resposta.

O deus retornou a sua antiga posição, colocou as duas mãos em cima da mesa com os punhos fechados.

- Todos devem morrer!

Ouvir aquilo foi difícil, mas já sabia que Abacai estava disposto a destruir nossa criação a algum tempo, mas não sabia que esse dia chegaria tão rápido. Saí da minha posição a mesa e fui em direção a grande porta do salão.

- Aonde vai? – Perguntou Abacai.

- Embora, não vou compactuar com isso. Direi aqui e agora e espero que minhas palavras sejam bem claras irmãos. De maneira alguma deixarei que destruam a humanidade, os impedirei de uma forma ou de outra.

- Acha que pode dar conta de nós três Aléron? – Perguntou o grande deus.

- Se posso ou não ainda não sei, mas caso seja matarei todos vocês um a um antes que cometam tal atrocidade.

- Quero vê-la tentar pequena deusa. – Diene estava com um enorme sorriso nos lábios, carnificina simplesmente a agradava.

- Tentarei, irmã!

- Isso só pode significar uma coisa. – Disse Abacai seguindo em minha direção parando a minha frente. – Guerra!

- Eu sei, irmão, enfim veremos se deuses sangram. Segui pela enorme porta.

Sim, enfim veremos.


Fábula Cristal: Grãos de Areia - Livro 1 (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora