Atria, Lesíria.
- Hora de acordar vocês duas.
Eram cinco da manhã e Algieba decidiu deixar o palácio comigo e Aryana. Distante alguns quilômetros da cidade de Atria, nós ocupamos uma cabana em uma área afastada do palácio. A cabana era isolada, somente ela em um gigante campo verde com a floresta nos rodeando. Ele queria que aquilo fosse segredo. Logo todos saberiam da eminente guerra e queria que nós duas nos preparássemos o mais rápido possível. Além do mais eu iria precisar de um campo maior que o palácio oferecia para treinar minhas magias. E por isso Algieba decidiu treinar-me em invocações também, além do treinamento com arco e flecha de Aryana
A cabana era bem simples, feita toda de madeira, com dois quartos separados, por uma parede, uma cozinha rústica e um banheiro.
- Mais cinco minutinhos Algieba, por favor. -Pedi clemência.
- Não temos cinco minutinhos. Seu irmão saiu já faz um dia deve estar na metade do caminho e nós precisamos nos prepara o quanto antes. Levante agora.
Revirei-me na cama, a preguiça era mais forte que a vontade de aprender, olhei para Aryana sem falar nada cobri a cabeça com o cobertor.
- Mas cinco minutos Algieba, é uma ordem direta da sua princesa. – Disse Aryana em um tom brincalhão.
- Suas ordens de nada valem aqui princesa. - Disse ele se abaixando pegando uma grande balde d'água que já havia preparado, pois é claro sabia que haveria certa resistência de nossa parte. E assim foi.
A água nos molhou, o clima não tão amigável naquela manhã colaborou com o frio que subiu beijando meu corpo.
- Parem de ser preguiçosas e levantem logo. – Mais um balde veio em nossa direção delas. – Espero as duas lá fora daqui meia hora. Vocês entenderam?
- Sim Algieba.
Meia hora depois estávamos prontas no grande campo verde com a floresta as rodeando. O sol estava nascendo no horizonte finalmente trazendo um pouco do seu calor para nós, pássaros já cantavam de manhã. A fauna e a flora dançavam nas luzes do dia.
- Sem café da manhã Algieba? – Perguntei.
- Sem café da manhã, princesa, até começarem a me obedecer, vou deixá-las passarem fome, estamos entendidos?
- Sim.
Estávamos a postos, Algieba emprestou um dos seus mantos de treinamento para mim e Aryana como sempre dispensava roupas tradicionais e teimava em roupas casuais, a única diferença era a armadura que cobria todo o seu braço terminando em uma ombreira com cinco orifícios aonde as flechas de energia se materializavam, além do arco high tech em sua mão.
- Como as duas sabem, precisamos treinar arduamente, você... – Disse Algieba apontando para mim. – Eu a treinarei no uso da magia e invocações, por algum motivo você consegue invocá-las mesmo não sendo Chanceler esse é um dos pontos que preciso descobrir. E você. – Apontando para Aryana. – Treinarei na arte do arco e flecha, portando preste atenção, pois em minha opinião é uma das artes mais difíceis de aprender mais do que a própria magia. E antes que me perguntem como sei isso, os chanceleres recebem treinamento de todos os tipos de artes, arco e flecha, lutas corpo a corpo, lutas de espadas, apesar de virem em segundo plano em relação à magia. Nesse caso o próprio aspirante a chanceler decide se vai se dedicar a essas artes ou se vai optar por somente o uso da magia. Por sorte das duas eu me dediquei a todas. Então prestem atenção.
- Incrível! – Murmurou Aryana. – Não sabia que você possuía esse vasto conhecimento Algieba.
O Chanceler deu uma risada.
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Fábula Cristal: Grãos de Areia - Livro 1 (Em Revisão)
FantasyApós presenciar tudo que mais amava desmoronar à sua frente, príncipe Lux se vê envolvido em uma jogo entre deuses, demônios e seitas religiosas. Enquanto parte em busca de respostas para descobrir mais sobre uma estranha energia que manifestou ele...