Fábula Cristal: Grãos de Areia - Livro 1 (Em Revisão)

Capítulo 14 ۞ Claire, a Elfa

O lugar era escuro, a luz ali se ausentava. No meio daquele estranho lugar, apenas duas pessoas e elas ele reconhecia. Zanela e Cecil.

- Bem, podemos dizer que a aliança com o rei Aldair saiu muito bem apesar das constantes provocações do nosso mais novo amigo. Não concorda Cecil? Devo ressaltar que você se comportou muito bem, apesar de muitas das vezes a vontade de separar a cabeça do rei do corpo falasse maior.

- Não me orgulho dessa aliança Zanela, Saphira sempre foi contra o reino de Aldair e eu ainda carrego essa vontade de meu pai. Digo-lhe uma coisa no final dessa guerra arrancarei a cabeça daquele prepotente. – Disse ele abrindo um sorriso. – Caso ele ainda esteja vivo.

- Aldair é só um meio para alcançarmos um fim, Rei de Saphira. Ao final disso tudo eu mesmo providenciarei para que ele seja morto por você. – Ele disse apontando o dedo para Cecil.- Mas diga-me...- Continuou- ... Tenho três perguntas, como estão os preparativos para a invasão de Esmeralda? Em que pé anda a equipe de localização dos três cristais restantes e por uns acaso vocês já foram capazes de localizar o desgraçado do seu irmão?

- Aldair já enviou suas tropas para Elisabeta, e os exércitos de Saphira estão se reunindo aos poucos, logo estaremos prontos. Mas ainda existem várias pequenas rebeliões internas, poucos ainda conseguem me enxergar como o rei deles.

- Claro. – Disse Zanela. – Afinal de contas você matou o antigo rei, sendo ele seu pai. Que crueldade! E quanto às outras perguntas, caro rei.

Cecil fez uma careta.

- A equipe saiu em expedição, mais informações do que isso não posso dar e em relação a Lux... – A pronuncia do nome dele fez Cecil tremer, seu último encontro não foi um dos melhores. -... Informaram-me que ele saiu de Atria seguindo para oeste, não sabemos exatamente para onde. Sabemos que Marlon esta em Esmeralda.

- Marlon é um rei esperto, infelizmente ainda não podemos atacar Atria, Algieba a protege com punhos de ferro na ausência do rei. E se tem alguém que devemos ficar longe no momento é aquele chanceler desgraçado.

- O grande Zanela com medo? – Debochou Cecil.

- Meu caro rei, uma dica que lhe dou e que será muito útil, sempre, sempre tenha medo de Algieba.

Meus olhos foram se abrindo lentamente, os sonhos cada vez mais presentes no sono. A luz entrava pela janela de vidro, demorou um tempo para me acostumar com o local. Não estava nos aposentos acima da antiga taberna. Ouvi alguns barulhos vindos de algum local daquela casa, logo percebi que estava na casa de Claire.

- Como raios eu vim parar aqui? – Perguntei a mim mesmo. – Eu preciso para de falar sozinho.

- Bom dia! – Cumprimentou Claire batendo com o punho fechado na porta. –Ela estava usando uma calça jeans simples e uma blusinha de alças, seu cabelo loiro estava preso por um pequeno coque. Ela possuía orelhas pontudas um pouco maiores do que o normal, não havia percebido antes por estar de cabelos soltos. Nas mãos segurava uma pequena bandeja, com o café da manha, frutas, café, jarra de suco, pães e bolachas faziam uma dança de cores e sabores.

- Bom dia! – Cumprimentei de volta me recostando na cabeceira da cama, notei que estava sem camisa e com alguns hematomas pelo corpo. - O que aconteceu Claire? A última coisa que me lembro era a chuva caindo em cima de mim, depois apaguei.

- Antes tome um café, você esta fraco, precisa se recompor.

Ela se sentou na beirada da cama e apoiou a bandeja por cima do meu colo.