Peguei o avião as 15:40. Já estou a mais ou menos vinte minutos dentro dessa coisa e já não vejo a hora disso pousar e o terror começar.
O homem que dis ser meu pai entrou em contato com o juiz pedindo a minha guarda, e como eu sou de menor e não tenho nenhum parente no Brasil, seu pedido foi concedido.
E cá estou eu. Indo para um país completamente desconhecido, morar com pessoas completamente desconhecidas. Por que sim né, um ser que abandona uma mulher grávida e sem dinheiro sozinha no mundo não pode ser chamado de pai.
Vamos dês do começo.
Minha mãe, Amanda, muito jovem foi fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Lá, por coincidência ou azar do destino conheceu meu pai, Jared. Os dois se apaixonaram e viveram um romance intenso enquanto mamãe fazia intercâmbio lá.
A família do meu pai não apoiava o romance. Dizia que eles eram muito jovens e que meu pai devia pensar em seu futuro do que ficar de caso com " uma qualquer ".
O pior veio quando mamãe descobriu que estava grávida de mim. Ela com sua doçura e ingenuidade ficou toda feliz e contente com a notícia. Correu para contar ao Jared que não reagil da mesma forma.
Ele a acusou de querer dar o golpe do baú e que ele tinha sido muito trouxa em ter caído nos encantos da minha mãe.
Minha mãe não suportou ser acusada de algo tão absurdo e resolveu voltar para o Brasil e me criar sozinha.
Ela teve a ajuda da minha vo, mas não é a mesma coisa. Não substitui a ausência de um pai.
Jared nunca se importou comigo, só mandava a pensão todo o mês e pronto. Nunca se quer perguntou como eu estava. E agora, que minha mãe morreu ele vem com essa de querer se aproximar de mim. Fazer com que a gente vire " pai e filha " coisa que é impossível de acontecer.
Ele se manteve ausente em todos os momentos importantes da minha vida. Quando eu dei o primeiro passo, quando caiu meu primeiro dente, quando eu chorava com medo do escuro, a minha primeira apresentação na escola ou meu primeiro joelho ralado quando cai de skate. Ele nunca esteve. E agora quando eu já estou com quinze anos vem querendo recuperar o tempo perdido? Só lamento por ele.
Fiquei perdida em meus pensamentos e acabei dormindo e só acordei quando a aeromoça anunciou que iríamos aterrissar.
Minhas mãos tremiam, meu coração estava acelerado e minha cabeça à mil.
Não sei por que mais estava nervosa ao finalmente conhecer o homem que diz ser meu pai.
Quando passei pelos portões de desembarque, passei meus olhos pelas pessoas que por ali estavam. Ate que o avistei.
Ele segurava uma folha escrita meu nome. Pietra Oliveira.
Respirei fundo e andei até ele. Quando ele me avistou, ficou paralisado.
Ele se parecia muito comigo. Ele que aparentava estar na casa dos seus quarenta anos já tinha alguns fios de cabelos grisalhos. Ele era alto, corpo atlético e olhos castanho mel muito claro, quase verdes, idênticos aos meus.
- Oi! - Uma mulher que julgo ser sua esposa me cumprimentou me dando um abraço aportado.
- Oi. - Respondi seca.
- Oi filha. - Falou Jared por fim ainda me olhando profundo.
- Oi Jared. - Falei.
Ficamos em silêncio por um momento apenas encarando um ao outro. Até que sua mulher resolver falar.
- Bom, julgo que você não saiba meu nome. - Me virei para olha-lá. - Meu nome é Camila e esse é o Andrew, nosso filho.
Ela colocou a mão no ombro de um garotinho que mais ou menos dez anos. Eles se pareciam muito. Os dois tinham olhos azuis e cabelos castanho escuro. Os dois eram donos de uma beleza surreal, tenho que admitir.
- Oi. - Falou ele me dando um leve sorriso tímido.
- Oi. - Não consegui não sorrir para aquele garotinho que parecia um anjinho.
- Acho que você deve estar cansada querida. - Falou Camila.
- Sim. - Respondi.
- Vamos pegar suas malas e iremos para casa. - Falou Jared.
Concordei com a cabeça e todos nós fomos andando.
Me sentia estranha com tudo aquilo. Com essa famila perfeita que eu não me encaixava. Eu só queria tudo que eu perdi de volta. Eu só queria minha mãe.
Andrew que estava ao meu lado não parava de me olhar. Quando me virei para encara-lo ele me deu um sorriso lindo e fofo. Mais uma vez não consegui resistir aquele anjinho.
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Give me love
عاطفية" De-me amor" - Foi o que ele disse. Depois de perder a mãe em um acidente de carro, Pietra e obrigada à ir morar com seu pai em outro país onde vive com sua família perfeita. Lá, ela conhece o garoto de olhos verdes intensos, dono de um sorriso li...