Meu corpo queimava, latejava e doía.
Maldita hora que você resolveu sair de casa não é?! - Gritou meu consciente para mim.
Senti meu estômago todo revirar. Corri para o banheiro o mais rápido que pude antes que eu vomitasse.
- Calma, vai passar. - Falou uma voz atrás de mim segurando meus cabelos enquanto eu estava ajoelhada em frente ao vaso colocando tudo pra fora.
- Pronto... Lava essa boca lá na pia. - Ordenou a voz ainda segurando meus cabelos.
Como ordenado, lavei minha boca aproveitando para lavar meu rosto com água gelada. Quando terminei, me virei para encarar o ser que me ajudou. Urieel.
- Você chegou rápido. - Sorri fraco.
- Fiquei preocupado. - Falou ele me examinando com o olhar preocupado. - Como está se sentindo?
- Fraca, tonta e dolorida. - Respondi. - Quer mais detalhes?
- Não. - Riu. - Já é o suficiente.
Retribui o sorriso.
- Como ela tá Urieel? - Perguntou Andrew com a voz dengosa encostado na porta do banheiro.
- Ela está mal, mas vai melhorar com meus cuidados. - Falou Urieel olhando para o anjinho.
- Menos, bem menos! - Falei. - Nem queria que você viesse aqui. - Dei de ombros.
- Não importa. - Falou Urieel bravo com o que tinha acabado de dizer. - Eu vou cuidar de você para que não piore já que o Andrew pediu a minha ajuda. - Falou ele se virando.
- Tá... - Falei baixinho.
- Vamos descer Andrew. Me ajude a preparar algo para ela comer. - Falou Urieel saindo do banheiro sem me olhar.
Andrew me olhou em desaprovação também pelo que tinha acabado de dizer e seguiu Urieel para o andar de baixo.
- Era só o que me faltava! Ficarem bravos comigo por uma besteira que disse. - Resmunguei comigo mesma.
Fui até o meu quarto, peguei meu cobertor e desci para o andar de baixo me deitando no sofá.
Fiquei deitada no sofá olhando pro nada e pensando em tudo.
Fiquei lembrando das noites em que eu ficava doente e minha mãe passava a noite acordada ao meu lado pra ver se não precisava de nada, ou da vez que quebrei meu braço e ela quase teve um ataque. Minha mãe sempre esteve comigo quando precisei. Sempre me apoiou e me encorajou a fazer as coisas. Isso que eu mais sentia falta, seu sorriso mesmo quando as coisas estavam indo mal, mesmo quando ela não estava bem. Nunca mais a ouviria me dizer que ficaria tudo bem e que tudo era fase...
- Pietra?... - Alguém me chamou.
- Oi. - Respondi voltando para a realidade.
- Está chorando? - Perguntou Urieel preocupado se sentando ao meu lado.
- N-Não. - Limpei meu rosto.
Ele olhou para mim tentando descobrir o motivo das minhas lágrimas mas não disse nada.
- Eu estou fazendo uma sopa pra você. - Falou ele ligando a TV.
- Obrigada. - Respondi baixo. - E, desculpa pelo que disse lá em cima. Tô feliz que você tenha vindo aqui em casa, de verdade. - Falei olhando em seus olhos.
- Não precisa se preocupar. - Sorriu para mim.
Ficamos em silêncio assistindo TV por um bom tempo até que ele se levantou.
- Vou ver se já está bom. - Falou é respondi com um aceno.
Poucos minutos depois ele volta com um prato fundo cheio de sopa. Confesso que na hora que senti o cheiro da sopa minha boca encheu de água. Parecia deliciosa.
- Aqui... - Falou ele colocando o prato na minha frente em cima na mesa de centro.
- Parece uma delícia. - Falei.
- Provê. - Se sentou ao meu lado.
Sem espera mais um segundo comecei a tomar a sopa. E provei que, realmente estava divina.
- Uau. Está maravilhosa! - Falei.
- Obrigada. - Respondeu. - Sou ótimo na cozinha. - Se gabou.
- Menos. - Disse.
Terminei de comer tudo e se não tivesse de barriga cheia iria repetir.
- Onde está Andrew. - Perguntei depois quando nos dois estávamos assistindo TV.
- Ele foi brincar com o vizinho. Algum problema? - Perguntou Urieel.
Neguei com a cabeça e voltei minha atenção à TV. Não sei quando tempo ficamos assim, só sei que o sono começou a pesar e sem querer encostei minha cabeça no ombro e Urieel e cai no sono.
... - Mãe! Eu não quero ir viajar! - Resminguei enquanto mamãe dirigia.
- Vai ser bom pra você meu amor. Todos da sua turma vão, por que não quer ir? - Mamãe e sua infinita paciência comigo.
- Por que eu não suporto ninguém daquela sala. Ficaria louca se passasse um dia inteiro se quer com aqueles idiotas! - Falei afundando no banco do passageiro.
- Sabe que eu não vou desistir até te converser a ir né? - Perguntou ela olhando para mim e sorrindo.
- É. Eu sei. - Retribui seu sorriso. - Mãe!! - Gritei apontando para a frente onde uma luz branca e uma alta buzina de caminhão surgiam do nada.
E depois disso tudo...escuridão.
- Pietra! - Urieel me sacode. - Tudo bem... shhhh... Já passou.... - Sussurrou no meu ouvido enquanto em chorava feito uma criança em seu peito.
Depois de derramar lágrimas e encharcar sua blusa me soltei dele e limpei meu rosto olhando ao redor percebendo que já era noite.
- Que horas são? Cadê o Andrew? - Perguntei olhando ao redor.
- Já passam das onze da noite e o Andrew já tomou banho, jantou e já foi pra cama. - Falou Urieel me olhando preocupado.
- Tá.
- Por que você tem esses pesadelos? - Perguntou Urieel cautelosamente.
- Não vem ao caso agora. - Falei olhando para baixo. - Quem sabem em outro momento eu te conto.
- Ok. - Falou ele ficando de pé. - Acho melhor eu ir. Não esqueça de tomar o seu remédio.
- Ei. - Me levantei também segurando seu braço para faze-lo parar e olhar para mim. - Se não for pedir muito, será que você não pode ficar aqui comigo? Não quero ficar sozinha. - Falei.
- Será? - Perguntou preocupado. - Tá. Eu fico.
- Obrigada. - Sorri fraco.
- Por nada. - Retribuiu o sorriso.
A noite acabou com nós dois deitados no chão da sala abraçados assistindo filmes até que o sono chegou para nos dois e nos rendemos.
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Give me love
Romance" De-me amor" - Foi o que ele disse. Depois de perder a mãe em um acidente de carro, Pietra e obrigada à ir morar com seu pai em outro país onde vive com sua família perfeita. Lá, ela conhece o garoto de olhos verdes intensos, dono de um sorriso li...