Capítulo 19

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Por incrível que pareça eu acordei bem no dia seguinte.

Não senti mal estar e nem nada, muito menos tive pesadelos na noite anterior. Acho que ter aquela conversa com meu pai me fez bem, me deixou mais leve e me "libertou" das coisas que me assombravam.

Camila tentou me convencer a ficar em casa, não queria deixar eu ir a escola de jeito nenhum até ela ir conversar com a diretora, mas não quis. Quero ir para a escola e enfrentar todos os olhares daquelas pessoas, não importa o que digam. Tenho que me libertar, não é? Então que comece por enfrentar tudo isso e não ter medo das pessoas.

- Achei que não iria vir a aula hoje. - Flávia falava preocupada comigo.

- Tudo bem. - Sorri. - Eu quis vir. Não vou dar mais motivos para essas pessoas falarem de mim por aí.

- Tem certeza? - Sorriu preocupada.

- Toda. - Sorri confiante e ela me retribuiu o sorriso.

*

Todos os primeiros horários estavam correndo tudo bem. Algumas pessoas me olhavam estranhos e eu retribuia o olhar. Flávia esteve comigo o tempo todo e isso me deixou feliz, bem. Saber que apesar de tudo alguém continua do meu lado.

- Não acho que tenha sido ele a falar para Eduarda. - Fala Flávia dando de ombros.

Já estávamos no intervalo e eu contava à ela sobre minha suspeita de ser Urieel o culpado de Eduarda ter descoberto sobre minha mãe.

- Quem mais poderia ser? - Falei comendo uma batatinha. - Só ele sabia.

- Eu também. - Falou ela.

- Mas você não iria contar, não é? - Olhei em seus olhos.

- Claro que não! - Quase gritou. - Só estou dizendo que não acho que possa ser ele. Sei lá, ele não é esse tipo de pessoa.

- Falou a que conhece ele a muito tempo. - Murmurei só para mim ouvir mas não deu certo pois Flávia me olhou com um olhar matador.

- Eu conversava com ele... - Começou. - Mas isso não vem ao caso. Só acredita em mim e não sai por aí tirando conclusões precipitadas.

- Ok. - Dei de ombros.

Voltei a comer meu lanche distraída, só despertei dos meus pensamentos quando senti alguém tocar meu ombro.

- Oi. - Falou uma voz atrás de mim.

Flávia e eu levantamos o olhar para ver um menino de cabelos castanhos ondulados um pouco grande, olhos castanhos quase verdes, pele branca sorrindo para mim calorosamente.

- Oi. - Respondemos Flávia e eu em uníssono.

- Posso me sentar? - Perguntou apontando para uma cadeira ao meu lado.

- Claro! - Falou Flávia sorrindo para o menino.

Olhei para ela com curiosidade, ela só deu de ombros e voltou a sorrir para o menino ao meu lado.

- Desculpa não me apresentar. - Falou o menino. - Me chamo Pierre.

- Me chamo Flávia e essa é minha amiga, Pietra. - Flávia sorria que não se aguentava mais.

- Eu sei. - Falou ele. - Nós estudamos na mesma classe.

- Nunca vi você nas aulas, sem querer ofender. - Encolhi os ombros.

- Tudo bem. - Sorriu para mim deixando a mostra suas covinhas. - Eu nunca fui muito de fazer amizades, sabe?

- E porque resolveu se sentar com a gente? - Flávia parecia bem interessada.

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