Por incrível que pareça eu acordei bem no dia seguinte.
Não senti mal estar e nem nada, muito menos tive pesadelos na noite anterior. Acho que ter aquela conversa com meu pai me fez bem, me deixou mais leve e me "libertou" das coisas que me assombravam.
Camila tentou me convencer a ficar em casa, não queria deixar eu ir a escola de jeito nenhum até ela ir conversar com a diretora, mas não quis. Quero ir para a escola e enfrentar todos os olhares daquelas pessoas, não importa o que digam. Tenho que me libertar, não é? Então que comece por enfrentar tudo isso e não ter medo das pessoas.
- Achei que não iria vir a aula hoje. - Flávia falava preocupada comigo.
- Tudo bem. - Sorri. - Eu quis vir. Não vou dar mais motivos para essas pessoas falarem de mim por aí.
- Tem certeza? - Sorriu preocupada.
- Toda. - Sorri confiante e ela me retribuiu o sorriso.
*
Todos os primeiros horários estavam correndo tudo bem. Algumas pessoas me olhavam estranhos e eu retribuia o olhar. Flávia esteve comigo o tempo todo e isso me deixou feliz, bem. Saber que apesar de tudo alguém continua do meu lado.
- Não acho que tenha sido ele a falar para Eduarda. - Fala Flávia dando de ombros.
Já estávamos no intervalo e eu contava à ela sobre minha suspeita de ser Urieel o culpado de Eduarda ter descoberto sobre minha mãe.
- Quem mais poderia ser? - Falei comendo uma batatinha. - Só ele sabia.
- Eu também. - Falou ela.
- Mas você não iria contar, não é? - Olhei em seus olhos.
- Claro que não! - Quase gritou. - Só estou dizendo que não acho que possa ser ele. Sei lá, ele não é esse tipo de pessoa.
- Falou a que conhece ele a muito tempo. - Murmurei só para mim ouvir mas não deu certo pois Flávia me olhou com um olhar matador.
- Eu conversava com ele... - Começou. - Mas isso não vem ao caso. Só acredita em mim e não sai por aí tirando conclusões precipitadas.
- Ok. - Dei de ombros.
Voltei a comer meu lanche distraída, só despertei dos meus pensamentos quando senti alguém tocar meu ombro.
- Oi. - Falou uma voz atrás de mim.
Flávia e eu levantamos o olhar para ver um menino de cabelos castanhos ondulados um pouco grande, olhos castanhos quase verdes, pele branca sorrindo para mim calorosamente.
- Oi. - Respondemos Flávia e eu em uníssono.
- Posso me sentar? - Perguntou apontando para uma cadeira ao meu lado.
- Claro! - Falou Flávia sorrindo para o menino.
Olhei para ela com curiosidade, ela só deu de ombros e voltou a sorrir para o menino ao meu lado.
- Desculpa não me apresentar. - Falou o menino. - Me chamo Pierre.
- Me chamo Flávia e essa é minha amiga, Pietra. - Flávia sorria que não se aguentava mais.
- Eu sei. - Falou ele. - Nós estudamos na mesma classe.
- Nunca vi você nas aulas, sem querer ofender. - Encolhi os ombros.
- Tudo bem. - Sorriu para mim deixando a mostra suas covinhas. - Eu nunca fui muito de fazer amizades, sabe?
- E porque resolveu se sentar com a gente? - Flávia parecia bem interessada.

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Give me love
Romance" De-me amor" - Foi o que ele disse. Depois de perder a mãe em um acidente de carro, Pietra e obrigada à ir morar com seu pai em outro país onde vive com sua família perfeita. Lá, ela conhece o garoto de olhos verdes intensos, dono de um sorriso li...