Capítulo 44 - Final

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Minha vida, em poucos meses, mudou completamente. Teve perdas e ganhos, choros e risos, sonhos e pesadelos, amores e descobertas. Me tornei, sem divida, uma outra garota.

Antes me escondia do mundo em meu quarto, não tinha amigos e a única pessoa que me salvava da escuridão era minha mãe. Mãe que, infelizmente, tive que aprender a viver sem. Tive que passar por muitas coisas sem ela do meu lado aqui na terra. Mas acho que tudo aconteceu para uma nova Pietra nascer. Aquela que sorri, que não tem mais pesadelos, aquela que ama, que sonha, que tem amigos e até mesmo um namorado.

Hoje vejo tudo com cor, vejo que tudo tem um porque e que nada é em vão. Tudo acontece por um motivo, passamos por tempestades para mais tarde, no fim da mesma, ter o imenso prazer de ver o Sol sair dentre as nuvens junto com um lindo arco-íris. E digamos que estou na fase de apreciar o lindo Sol que sai dentre as nuvens.

- Eles já foram? - Urieel pergunta assim que entro no seu quarto pela janela.

- Sim. - Respondo soltando um suspiro de alivio. - Entrar pela sua janela já está se tornando um costume. - Tento mudar de assunto.

- Que seja nosso costume por muito tempo. - Ele vem até mim e me abraça. - Como está?

- De cabeça cheia. - Falo em seu peito. - Ter eles aqui...sei lá. Me fez lembrar das partes ruins da minha vida.

Meus avós ficaram por dois dias aqui em casa e confesso que não foram os meus melhores dois dias. Ambos de todo jeito tentavam uma aproximação, tentavam chegar mais perto de mim. Mas eu fiquei no meu canto e nas maioria das horas estava com Uireel e meus amigos. Estava correndo deles? Sim. Porque? Não sei. A presença deles me deixava desconfortável, sem contar das lembranças que eles traziam junto com si. Preferi me afastar e fazer como Urieel mesmo me disse: Dar tempo.

- Mas eles já foram, meu anjo. - Ele beija minha cabeça. - Tudo agora está bem.

- Sim. - Sussurro e do nada começo a rir.

- Ok. - Urieel me olha confuso, o que piora minha crise de riso. - Pode me contar o motivo da graça? Quero rir também. - Fala ele coçando a cabeça.

- E que me lembrei de tudo que a gente passou, quando a gente se conheceu. - Falo mais calma me sentando na cama.

- Ah! - Ele ri e vem até mim. - Achei que iria morrer naquele dia. Você estava muito estressada.

- Eu estava assustada. - Me defendo. - Você também não era um amor, era um idiota.

- Eu só estava lhe mostrando meu lado divertido. Como eu te disse uma vez, há hora para tudo. Até para mim ser um idiota. - Fala ele dando de ombros.

- Ok, Senhor Hora Pra Tudo. - Zombo. - Nunca que quando a gente se conheceu imaginei que íamos chegar até aqui.

- Eu também não. - Fala ele se deitando na cama com os braços atrás da cabeça. - Mas quando a gente começou a se conhecer, sei lá, já pensava em algo a mais com você.

- Então quer dizer que já pensava em mim bem antes de eu pensar em você. - Falo pensativa.

- Sim. - Fala ele dando um sorriso de lado. - Foi inevitável não pensar em você, mesmo as vezes você sendo estressada.

- Me desculpe por isso. - Rio fraco.

- Não tem que pedir desculpas. Acho que no começo todos nós dissemos coisas que não foram tão legais. - Fala ele serio olhando em meus olhos.

- Verdade. - Falo. - O que essas tatuagens significam? - Pergunto passando a mão pela costela dele, onde havia duas tatuagens.

- A coroa de rei eu fiz quando fez dois anos que meu pai havia morrido, no final do ano passado. - Fala ele olhando para o teto. - A frase em baixo dela é de um cantor.

- Andy Biersack. - Falo no automático. - " Eu acredito que todos caímos as vezes. " - Leio.

- Sim. - Ele sorri. - Ela foi a primeira que fiz. Ela me faz vez que todos caímos, cair é humano, que você não cai por que é fraco. Você se torna fraco quando não se levanta do chão, sacode a poeira e segue em frente. Quando meu pai morreu eu cai, pensei que nunca mais iria me levantar daquele buraco, que a dor iria me consumir, mas não sou fraco e não queria me tonar um. Então fiz essa tatuagem para sempre me lembrar que todos caímos, mas só os fortes se possibilitam a se levantar e enfrentar tudo novamente.

- Elas ficaram lindas em seu corpo. - Falo dando um sorriso fraco.

- Eu sei. - Ele sorri de lado.

- Não seja convencido. - Bato em sua perna e ele solta uma gargalhada rouca.

Gargalhada rouca que tanto gosto de ouvir, que tanto me faz bem e esquenta meu coração. Ambos sofremos perdas, mas nos levantamos do chão, das cinzas e aprendemos a viver novamente, mesmo doendo deixar no passado aqueles que tanto amamos um dia. Sempre deles haverá em nós. Sempre levaremos conosco os momentos bons vividos com eles. Quardaremos as lembranças boas do passado juntos com as novas que conquistaremos juntos em um lugar muito especial em nossos corações e assim seguiremos juntos, para sempre.

- Te amo, meu anjo. - Fala ele com os olhos brilhantes.

- Te amo, meu Sol. - Falo selando nossos lábios junto com a promessa do para sempre, nosso para sempre.


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