Jared estacionou o carro em frente a um casa de classe média. Ela era de dois andares de uma cor beje claro. Seu jardim era impecável, a grama muito bem aparada e as flores coloridas davam vida ao lugar.
- Vamos entrar. - Falou Camila.
E assim fizemos todos em silêncio.
A casa e pequena e confortável por dentro. A sala era composta por dois confortáveis sofás e duas poltronas de canto. Em um parede de pedras ficava uma bela lareira e em outra uma grande estante de madeira onde ficava a TV e vários porta retratos.
Subindo um degrau você chegava a sala de jantar. A mesa era de seis lugares decorada com um lindo vaso de flores e um luxuoso lustre bem no centro. Havia duas grandes portas de vidro que levavam até o quintal.
A cozinha era ampla e totalmente branca com preta. Havia um alto balcão de pedras com altas banquetas pretas. Tudo decorado com muito bom gosto.
- Onde é meu quarto? - Perguntei.
- Por aqui. Vou te levar até lá enquanto seu pai pega suas malas. - Falou Camila dando um sorriso.
Subimos as escadas e percorremos por um corredor bem iluminado.
- Seu pai e eu decidimos deixar você no quarto com sacada. Não sei, achei uma boa ideia. - Falou ela abrindo a porta de um quarto.
O quarto era todo em um tom nude. Havia uma grande cama de casal, uma porta que eu julgava ser o closet, uma poltrona no tom nude e uma mesinha. Na outra extremidade havia uma parede com uma grande estante cheia de livros e uma porta de vidro que dava para a sacada com vista para a rua.
- Nos resolvemos não decorar. Queríamos que você deixasse tudo do seu gosto.
Apenas concordei com a cabeça e fui explorar os livros na estante.
- Olha Pietra, eu sei que é difícil pra todos nós é principalmente pra você. Mas de uma chance ao seu pai, ele está tentando ao máximo recuperar o tempo perdido.
- São quinze anos, acho difícil. - Falei sem desviar os olhos dos livros.
- Tenha paciência minha querida. - Falou Camila com calma. - Bom, não vou te amolar mais. Tome banho e durma se quiser. - Falou ela saindo e fechando a porta atrás de si.
Peguei minha pequena mala que carregava e peguei qualquer roupa e fui tentar achar o banheiro naquela casa. Por sorte, de primeira já o encontrei. Fechei a porta atrás de mim e enfim pude derramar as lágrima que a muito tempo queriam sair. Chorei por tudo que me aconteceu em menos de dois meses, perder minha mãe, vir morar com um homem que diz ser meu pai em uma país desconhecido com sua família perfeita. Chorei por ter deixado minha mãe partir e não ter ido com ela. Chorei para ver se a dor que eu sentiam dentro de mim diminuísse. Mas nada adiantou.
Depois de um tempo, tomei meu banho e coloquei uma calça preta, regata azul escuro e meu all star. Voltando para o meu quarto vi que todas as minhas malas já estavam lá.
Então comecei a maratona de começar arrumar todas as minhas roupas no closet que por sua vez era bem espaçoso. Depois de quase duas horas arrumando e dobrando roupas, não conseguia ficar dentro daquela casa. Então peguei meu skate, meu celular e fones e desci para o andar de baixo.
- Tô saindo pra dar uma volta. - Falei a Camila que estava com Andrew na sala.
- Não sei se seu pai irá gostar de saber disso Pietra. - Falou ela com calma.
- Eu não preciso que ele deixe nada tá bom? Ele não mandou em mim por quinze anos, não é agora que vai.
Camila me olhou profundamente é concordou com a cabeça. Antes que ela falasse mais alguma coisa, sai daquela casa.
Fiquei andando de skate pelas ruas do bairro mesmo, pois não conhecia nada e estávamos em Lynchburg Então eu preferi ficar por perto do que me aventurar e acabar me perdendo.
Por fim acabei encontrando uma pista de skate onde estavam vários garotos andando. A pista ficava em um lindo e verde parque onde várias pessoas estavam deitadas no gramado lendo, conversando, namorando ou brincando. Fiquei distraída ouvindo minha música preferia, Give Me Love de Ed Sheeran e olhando aquelas pessoas se divertindo ao por do Sol e pensando se elas tinham problemas e se tinham como conseguiam sorrir apesar de tudo que nem percebi que vinha um garoto de skate na minha direção contrária e acabamos esbarrando e caindo os dois no chão.
- Aí! - Gemi alto de dor.
- Não ver por onde anda garota? - Berrou ele no chão.
- Não tenho culpa se você não sabe andar de skate! - Berrei para ele me levantando.
- Se machucou? - perguntou ele se levantando.
- Não.
- Mas seu joelho tá em carne viva. - Falou ele apontando para a minha calça rasgada onde meu joelho sangrava.
- Eu não vou morrer por causa disso. - Me virei para ir embora.
- Não quer ajuda? - Gritou.
Mostrei o dedo do meio, subi novamente no meu skate e ao som de Give Me Love fui embora pra casa.
Cheguei e fui direto para o banheiro, tomei um banjo demorado, coloquei meu pijama de caveira e cuidei do meu joelho que ardia muito e fui me deitar para dormir. Camila bateu na porta me chamando para ir jantar, mas disse que estava cansada e meu corpo inda não tinha se acostumando com o fuso horário de Nova York então ela me deixou em paz.
Não digo que tive a melhor noite da minha vida, mas pelo menos não tiver pesadelos, o que era um bom começo.
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Give me love
Romance" De-me amor" - Foi o que ele disse. Depois de perder a mãe em um acidente de carro, Pietra e obrigada à ir morar com seu pai em outro país onde vive com sua família perfeita. Lá, ela conhece o garoto de olhos verdes intensos, dono de um sorriso li...