Na noite passada, depois que eu voltei do quarto de Urieel, não consegui dormir um minuto se quer.
Urieel se fazia presente em cada pensamento meu e isso já estava me tirando do sério. Sei que não devo sentir nada por ele, que pra ele eu não passo de uma garota mimada que ele pode pegar a hora que ele quiser e depois volta correndo para a ruiva falsa. Isso é uma merda, me sinto uma merda por me permitir pensar nele, em seus lindos olhos, em seu sorriso, naquela risada rouca que ele tem e, principalmente, em seus lábios.
- Bom dia. - Falo sem ânimo algum quando chego na escola e encontro Flávia e Pierre conversando em baixo de uma árvore no gramado na escola.
- Que cara é essa? - Me pergunta Pierre me olhando preocupado.
- Não dormi direito. - Falei me sentando com eles. - Porque estão aqui? Não deveríamos estar na sala de aula? - Mudei de assunto.
- Estamos de horário vago. - Falou Flávia. - Você pode mudar de assunto, mas mesmo assim nós iremos conversar mais tarde. - A mesma sussurra para só eu ouvir.
Encolhi os ombros e só concordei com a cabeça.
- Então, vai rolar uma festa na casa do meu primo esse fim de semana, alguém anima ir? - Pierre perguntou olhando para nós.
- Eu não sei, não gosto de festas. - Flávia encolhe os ombros.
- Eu vou! - Falei.
- Mas você nem falou com seu pai. - Flávia fala séria.
- Isso não é problema, preciso me distrair e é isso que eu vou fazer. - Deu de ombros. - Vamos?
- Não. - Falou ela.
- Porque? Vamos! Prometo que você vai se divertiu muito. - Falou Pierre lançando um olhar safado para Flávia.
- Tá. - Falou ela. - Vou pensar no caso.
- Acho que não sou a única que tem coisas a falar. - Sussurrei no ouvido de Flávia que sorriu em desculpas.
- Gente. - Pierre chamou nossa atenção. - O que tá acontecendo ali? - Pergunta apontando para a quadra de futebol.
Na quadra havia um grupo de pessoas que observavam certa briga. Urieel e Eduarda discutiam ferozmente, Urieel parecia desnorteado e Eduarda parecia que a qualquer momento iria explodir. Não dava para ouvir nada pois estávamos um pouco longe mas dava para perceber que a coisa estava feia e que se ninguém fosse intervir poderia piorar.
- A gente tem que ir lá. - Falei me levantando.
- Oque? - Flávia quase gritou.
- Nós temos que ver o que está acontecendo. - Falei. - Vamos!
Ambos bufaram mas me seguiram, na medida em que nos aproximavam, pode perceber que Eduarda gritava e chorava.
- Porque eles estão brigando? - Perguntei a uma menina que assistia o espetáculo.
- Não faço... - Começou mas foi interrompida.
- Então a vadia resolveu aparecer?! - Eduarda falou se virando para me olhar. - Não achou o suficiente se jogar em cima do meu namorado e agora quer tirar ele de mim?!
- Do que você está falando? - Perguntei em confusão.
- Eduarda, eu já disse que ela não tem nada a ver com isso. Para de dar show e vamos conversar em outro lugar. - Falou Urieel autoritário.
- Show? Você chama isso de show? - Eduarda agora se virou para ele. - Você está me deixando, está me trocando por essa brasileirinha de mais tigela e quer que eu fique calma? - Ela gritava.
- Eu não sou ser namorado! - Urieel gritou assustando a todos. - Eu não sou nada seu a muito tempo, Eduarda. Nos não temos nada e Pietra não tem nada a ver com isso.
- É por culpa dela que você está me deixando, essa sem mãe. - Falou olhando assustada para ele.
- Já chega! - Gritei. - Não vou ficar aqui ouvindo você falar da minha mãe. Quem é você pra falar desse jeito comigo? Se coloca no seu lugar pois tu não é melhor do que ninguém aqui. Eu não tenho nada a ver com a história de vocês dois, se ele resolveu de deixar foi porque, finalmente, viu quem você é de verdade! - Falei sem fôlego.
- Acabou a muito tempo Eduarda, só você não aceitou isso. Eu cansei de ficar perto de você e ver o quão mal você é. - Falou Urieel. - Acabou. - Falou por fim saindo da quadra.
- Isso é tudo culpa sua e você vai me pagar por isso. - Falou Eduarda apontando para mim e saindo pelo lado oposto da quadra.
- Uau! O que foi isso? - Pierre perguntou pasmo.
- Não faço a mínima ideia. - Falei.
- Gostei do que você falou, amiga. - Falou Flávia tocando em meu ombros.
- Obrigada. - Suspirrei.
Minha cabeça girava e a dor de cabeça insuportável já estava de volta com tudo. Queria pensar, queria um tempo pra mim, preciso respirar um pouco.
- Eu... eu vou ali e já volto. - Falei olhando para Flávia que entendeu e acentiu com a cabeça.
Corri o mais rápido que pude para fora da quadra. Me encostei em uma enorme árvore logo atrás da quadra. Fechei meus olhos e me permiti respirar e levar ar ao meus pulmões.
- Tudo bem? - Perguntou uma voz rouca atrás de mim.
- Sim. - Respondi olhando nos olhos de Urieel. - O que foi tudo aquilo lá dentro? - Perguntei.
- Não sei. Só não suportava mais Eduarda e seu jeito. Vi que era hora de ela enfim entender que já não existe mais nada entre a gente. - Falou.
- Hm. - Falei. Minha cabeça latejava. - Acho melhor eu ir.
Me virei para correr dali mas fui parada por fortes mãos em minha cintura me fazendo virar e encarar um par de olhos verdes intensos.
- Não vai, eu preciso de você. - Sussurrou.
Não fui capaz de responder. Eu precisava dele mas negava isso a mim mesma.
Aos poucos, Urieel veio se aproximando de mim e logo nossos lábios estavam juntos.
Me entreguei aquilo. Sentia falta dos seus lábios nos meus e nem parece que na noite passada nós tínhamos nos beijado.
O beijo foi lento, carinho mas ao mesmo tempo cheio de desejo. Quando Urieel se afastou um pouco, ambos estávamos ofegantes e com sorrisos bobos nos lábios.
- Sai comigo hoje? - Perguntou em sussurro.
- Como? - Perguntei em confusão.
- Tipo um encontro. - Riu. - Em?
Eu coração bateu forte naquele momento. Um encontro? Com ele? Uma felicidade estranha me envadiu, o sentimento que eu sinto toda vez que fico perto dele pulsou forte e me esqueci de todo o resto.
- Sim. - Sussurrei.
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Give me love
Romance" De-me amor" - Foi o que ele disse. Depois de perder a mãe em um acidente de carro, Pietra e obrigada à ir morar com seu pai em outro país onde vive com sua família perfeita. Lá, ela conhece o garoto de olhos verdes intensos, dono de um sorriso li...