Capítulo 3

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Acordei lá pelas 10:30 da manhã com uma forte dor de cabeça. Desci as escadas e encontrei Camila na cozinha fazendo almoço.

- Bom dia querida. - Falou dando um sorriso.

- Tem remédio pra dor de cabeça? - Perguntei.

- Sim. - Falou ela indo até um armário e pegando um caixa cheia de medicamentos.

- Oi mamãe. - Falou Andrew entrando em casa todo sujo de lama com uma bola nas mãos.

- Oi filho!

- Bom dia Pietra. - Disse ele sorrindo para mim. - Gostei do pijama. - Falou olhando pra o meu pijama curto de caveira.

- Bom dia Andrew. - Sorri para ele.

Tinha que aprender a resistir aquele lindo anjinho de olhos azuis.

- Corre lá pra cima e tome um banho antes do almoço. Seu pai já está chegando. - Falou Camila e Andrew logo obedeceu.

- Aqui querida. - Falou ela me entregando um remédio.

Peguei água na geladeira e o tomei logo.

Agradeci e quando ia subir às escadas, Camila me parou.

- Pietra, hoje a noite seu pai tem uma reunião e eu vou acopanha-lo. Então como sempre que precisamos sair chamamos uma babá para ficar de olho em Andrew. Espero que não se importe.

- Não. Tanto faz. - Falei e subir às escadas indo pra o meu quarto, só que no meio do caminho encontrei um anjinho me esperando.

- Eu sei que você tem essa cara amarrada mais é só fachada. - Falou Andrew para mim. - E eu gostei da ideia de ter uma irmã mais velha.

Ele sorriu para mim envergonhado e correu para o banheiro. Esse anjinho vai dar trabalho... Sorri com o pensamento.

Chegando ao meu quarto me joguei na cama e tentei dormir novamente, coisa que não deu muito certo graças ao meu vizinho que ouvia música muito alta na janela ao lado da minha.

Me levantei bufando e abri a minha janela. Gritei alto até que o mesmo garoto que esbarrou em mim com skate me fazendo cair abriu a janela da outra casa.

- Vejam só! A mal educada e minha vizinha! - Falou ele irônico.

Revirei os olhos.

- Por favor, será que da pra baixar o volume do som? Tem gente morrendo de dor de cabeça tentando dormir. - Falei com calma.

- Olha! Ela sabe pedir por favor! - Falou ele me provocando.

- Af! Foda-se. - Comecei a fechar a minha janela.

- Espera! - Me chamou. - Eu abaixo, mas só por que pediu por favor. - Ele piscou pra mim.

- Que seja.

- Gostei do pijama. - Falou ele olhando para o meu curto pijama e mordendo os lábios.

- Vá a merda. - Falei fechando a janela e me jogando na cama novamente.

Ele como prometido abaixou o volume do som e eu finalmente conseguiu dormir pelo resto do dia até que Andrew entrou no meu quarto.

- Pietra, papai está chamando lá em baixo. - Falou ele baixinho na porta.

Resmunguei e fui me arrastando para o andar de baixo.

- Não queríamos acordar, só chamei para avisar que estamos de saída e que a babá já vai chegar. - Falou Jared arrumando sua gravata.

- Tá. - Falei sonolenta.

- Como você não comeu nada o dia todo, deixamos comida no forno pra você caso esteja com fome. - Falou Camila pegando sua bolsa no sofá.

- Tá. - Falei me jogando no sofá.

- Tchau filhos. - Falou Jared saindo de casa e eu revirei os olhos.

- Tchau queridos. - Camila deu um beijo na testa de Andrew e exitou ao se aproximar de mim. Ela só me deu um caloroso sorriso e saiu.

- Tchau. - Falamos Andrew e eu juntos.

Logo que eles saíram a campainha tocou e eu fui atender.

- E a babá. - Falou Andrew ligando a TV.

Quando abrir a porta, dei de cara com o antipático do garoto do skate.

- Não tem pão velho hoje. - Falei fechando a porta em sua cara mas ele me interrompeu.

- Ei! Calma! Eu vim ficar de babá do Andrew. - Falou ele.

- Você? - Perguntei de boca aberta.

- Sim Pietra. Urieel fica de babá as vezes quando papai e mamãe precisam sair. - Falou Andrew atrás. de mim.

Sem nenhuma palavra dei espaço pra o tal de Urieel entrar em casa e logo em seguida fechei a porta.

- Desculpa por aquele dia lá, confesso que estava distraído e não te vi. Sinto muito. - Falou ele.

- Diga isso ao meu joelho. - Apontei para o meu joelho que estava com curativos.

Ele rui e quando ia passando por mim parou.

- Você tem que parar de andar com esse pijama. - Sussurrou Urieel no meu ouvido me fazendo arrepiar por inteira.

Revirei os olhos.

- Vá a merda. - Falei e me joguei no sofá novamente.

- Que filme vamos ver hoje Urieel? - Perguntou Andrew animadamente.

- Que tal vermos Harry Poter? - Perguntou Urieel empolgado.

- Ótima escolha. - Andrew falou pulando.

Revirei os olhos e me aconcheguei no sofá caindo no sono rapidamente.

... - Mãe! Eu não quero ir viajar! - Resminguei enquanto mamãe dirigia.

- Vai ser bom pra você meu amor. Todos da sua turma vão, por que não quer ir? - Mamãe e sua infinita paciência comigo.

- Por que eu não suporto ninguém daquela sala. Ficaria louca se passasse um dia inteiro se quer com aqueles idiotas! - Falei afundando no banco do passageiro.

- Sabe que eu não vou desistir até te converser a ir né? - Perguntou ela olhando para mim e sorrindo.

- É. Eu sei. - Retribui seu sorriso. - Mãe!! - Gritei apontando para a frente onde uma luz branca e uma alta buzina de caminhão surgiam do nada.

E depois disso tudo...escuridão.

- NÃO MÃE!! - Gritei acordando do pesadelo.

- Ei, ei. Tá tudo bem. - Falou Urieel me puxando para si tentando me acalmar. Eu soava frio.

- O... o que houve? - Perguntei.

- Você dormiu no sofá e ficamos vendo filme até que você começou a gritar não e não até acordar. - Falou Andrew preocupado.

- Me desculpem. - Falei me soltando de Urieel e indo para a cozinha beber água.

- Tem certeza mesmo que tá bem? - Perguntou Urieel entrando na cozinha.

- Sim. Só foi um pesadelo.

- Não quer conversar sobre isso?

- Não a necessidade. - Falei.

- Ok.

- Obrigada e desculpa mais uma vez. - Falei indo em direção as escadas.

- Nada. E olha - Me chamou. - Quando tiver pesadelos e precisar de ajuda e só pular a janela e entrar no meu quarto, a janela vai tá sempre aberta pra você. - Falou ele piscando para mim.

Fiz sinal de reprovação com a cabeça e fui para as escadas.

- Boa noite Andrew. - Falei.

Subi, peguei uma camisola e fui para o banheiro. Deixei a água gelada levar o pesadelo para longe de mim. Depois do banho fui para o quarto e me deitei na cama. Me sentia axausta. Peguei no sono e graças a Deus não tiver pesadelos.

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