Capítulo 20

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Não queria ir mas ao mesmo tempo queria. Quero ver aqueles olhos verdes intensos de novo, mas ao mesmo tempo não, pois estou com raiva dele.

Agora estou aqui sentada na minha cama, olhando para o nada decidindo o que eu vou fazer.

- Que se foda! - Me levantei indo até a janela.

Já está de noite e não tem nenhum barulho em casa e muito menos na rua. A noite esta fria e me amaldiçoou por não ter colocado uma roupa mais adequada ao invés de estar com meu pijama de caveira.

A janela de Urieel é muito próxima a minha, não foi difícil chegar até ela, graças a sua sacada que é muito perto da sacada do meu quarto.

Um frio se estalou na minha barriga. Sempre fiz coisas erradas, admito. Mas isso? Ir num quarto de um garoto de madrugada? Nunca! É errado, eu sei. Mas sabe quando o errado parece o certo? Então.

- Aí! - Resmunguei quando minha blusa do pijama ficou presa na janela do quarto de Urieel.

- Achei que não viria. - Ouvi uma voz vindo até mim.

Uau!

Fiquei boquiaberta quando vi Urieel só de calça moletom vindo me ajudar com minha blusa. Seus músculos bem definidos, sua tatuagem na costela...

Foco! Não pensa besteiras, Pietra! - Meu subconsciente falava comigo.

- Pronto. - Falou ele.

- Obrigada. - Falei me recompondo. - O que quer falar comigo? - Perguntei adentrando mais no seu quarto enquanto ele fechava a janela.

Seu quarto estava do mesmo jeito, os livros agora todos bem organizados, percebi que ele havia comprado mais CDs e o cheiro bom continuava o mesmo.

- Você já leu todos esses livros? - Perguntei me aproximando da estante cheia de livros.

Havia livros de vários tipos, ficção-científica, contos, ficção e até mesmo romance.

- Sim. - Falou ele chegando mais perto de mim. - Tenho alguns outros guardados no meu closet.

Me virei para olhar para ele e me deparei com um corpo atlético muito, mas muito perto de mim.

- Nunca imaginei você lendo livros. - Sorri fraco.

- Há várias coisas que você não sabe sobre mim e muito menos imagina que eu faço. - Sussurrou.

Nossos corpos estavam muito próximos, conseguia sentir o calor do seu corpo, seu cheiro magnífico.

Levantei meu olhar e encontrei um par de lindos olhos verdes intensos me encarando. O verde dos seus olhos é tão profundo que parece te afogar só de olha-los, o brilho que os mesmos tem é capaz de iluminar uma noite e escuridão e te guiar...

Acordaaaaa!

- Então. - Comecei me afastando dele. - O que quer conversar comigo?

- Eu imagino que você esteja com raiva de mim achando que eu contei para Eduarda sobre sua mãe. - Falou parado no mesmo lugar abaixando a cabeça.

- Acertou na mosca! - Exclamei.

- Te chamei aqui para te explicar tudo. - Falou ele agora se virando para mim.

- Por que não me explicou na escola? Teve que me chamar aqui? - Perguntei cruzando os braços.

- Queria conversar a sós contigo. - Falou. - Vai dizer que não gostou da idéia de vir ao meu quarto de madrugada?! - Levantou uma sobrancelha.

- Cala a boca. - Bufei. - Se explique e deixe de falar besteiras. - Falei me sentando na beirada de sua grande cama.

- Quero que acredite em mim. Eu não disse nada a Eduarda. - Falou ele se sentando comigo na cama.

- Como posso acreditar? Só você e Flávia sabiam sobre minha mãe lá naquela escola, bom, antes disso tudo.

- Mas eu não contei. Ela ouviu sua conversa com Flávia naquele dia. Ela correu para contar a suas amigas e eu ouvi a conversa. Nos brigamos e eu juro que tentei impedir, mas eu conheço Eduarda, ela não para até conseguir o que quer. - Suspirrou. - Devia ter feito algo, mas não deu. Eu só fui saber o que ela tinha feito em cima da hora, não consegui te parar.

- O que eu simplesmente não entendo é como você ainda fica com essa menina. Você mesmo já disse que não tem nada com ela e fica aí, andando pra cima e pra baixo com ela e tudo mais.

- A gente não tem nada. É complicado. Nós já ficamos a um tempo, ela ainda acha que existe algo entre nós.

- E existe? - Essa pergunta saiu da minha boca antes que eu mesma pudesse impedir.

- Não! Não mais. - Falou.

- Eu nem sei por que me preocupo com isso. - Bufei. - A vida é sua, faça o que quiser com ela.

Me levantei para ir embora mais fui parada com um puxão me fazendo virar e juntar meu corpo com o de Urieel.

- Eu sei porque se preocupa. - Falou ele em sussurro no meu ouvido.

- A é? E porque? - Falei com dificuldade.

- Porque você gosta de mim. - Mordeu minha orelha. - Senti uma atração por mim assim como sinto que tenho por você.

- Você está viajando! - Empurrei ele fazendo o mesmo cair na cama me puxando para ir junto com ele.

- Jura? - Perguntou olhando em meus olhos.

- Juro. - Arfei.

- Então... - Aproximou seus lábios ao meus. - ...Não vai embora?

Antes que pudesse responder, seus lábios estavam juntos ao meus. O começo foi suave, carinhoso. Ele me vira me fazendo ficar debaixo dele, sua língua pede permissão para entrar e eu deixo.

Seus lábios são quentes, minhas mãos estão em seus cabelos macios o puxando mais para mim.

Não sei o que me dá. Toda vez que vejo ele, que vejo seus olhos, sinto-me na necessidade de ter seus lábios nos meus...

- Sai. - Disse separando nossos lábios e jogando ele para o lado. - Nunca mais faça isso comigo. - Me levantei.

- Vai dizer que não gosta? - Sorriu dinamicamente para mim.

- Não. - Me aproximei da janela. - Sobre o assunto da minha mãe, não importa como Eduarda descobriu, afinal o estrago já foi feito.

- E sobre a gente? - Falou ele se levantando e vindo até mim.

- A gente não tem nada. - Falei. - Você tem a Eduarda.

- Eu não quero ela, quero você. - Sussurrou pegando no meu braço me fazendo arrepiar.

- Então se resolva com ela e depois a gente conversa. - Falei olhando em seus olhos.

Puxei meu braço de sua mão, abri a janela e com facilidade cheguei na sacada do meu quarto.

- Boa noite, Pietra. - Falou Urieel me olhando da sacada do seu quarto.

- Boa noite, Urieel.

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Comentem meus amores!
Lá em cima é o Urieel.
Até o próximo ❤

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