Capítulo 11

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... - Mãe! Eu não quero ir viajar! - Resminguei enquanto mamãe dirigia.

- Vai ser bom pra você meu amor. Todos da sua turma vão, por que não quer ir? - Mamãe e sua infinita paciência comigo.

- Por que eu não suporto ninguém daquela sala. Ficaria louca se passasse um dia inteiro se quer com aqueles idiotas! - Falei afundando no banco do passageiro.

- Sabe que eu não vou desistir até te converser a ir né? - Perguntou ela olhando para mim e sorrindo.

- É. Eu sei. - Retribui seu sorriso. - Mãe!! - Gritei apontando para a frente onde uma luz branca e uma alta buzina de caminhão surgiam do nada.

E depois disso tudo...escuridão.

- Pie-Pietra! Acorda!! - Gritou Andrew me agitando fortemente.

- O que foi? - Levantei assustada e suada.

- Você estava gritando! - Falou ele assustado se sentando ao meu lado no sofá. - Acordei com seus gritos aqui em baixo.

- Desculpa anjinho... - Falei. - Não queria te assustar com meus pesadelos.

- E por que você tem pesadelos? - Perguntou ele inocentemente.

Arregalei meus olhos para ele. Ninguém nunca havia me perguntando o motivo dos meus pesadelos. Todos achavam que eram por motivos fúteis e tudo mais. Ninguém na verdade havia se importado comigo quando tinhas aqueles pesadelos que faziam questão de me lembrar como perdi a pessoa mais importante pra mim.

- E-Eu não quero falar sobre isso. - Falei olhando para o nada.

Andrew apenas concordou com a cabeça e ficamos em silêncio por um tempo.

- Você dormiu no sofá?! - Perguntou ele dando um sorriso.

- Sim. - Sorri. - É por isso que minhas costas estão... - Espirrei. - Doendo...

- Saúde! - Falou Andrew.

- Amém. - Sorri. - Acho que vou ficar resfriada.

-  Por que? - Perguntou Andrew curioso.

Contei a ele o que tinha acontecido e o mesmo ouviu atenciosamente.

- Se eu fosse você, eu teria acabado com aquela menina. - Falou Andrew dando de ombros.

- Olha só! - Cai na gargalhada. - Menino valente. - Baguncei seu cabelo.

- Nada a ver. E só que eu não gosto dela. - Falou Andrew. - As vezes quando Urieel ficava de babá aqui em casa, ela vinha, e ela não é nada legal. - Confessou.

- É. Eu sei que ela não é legal. - Falei afundando no sofá.

- Eu prefiro você. - Falou Andrew sorrindo para mim.

Olhei para ele e pisquei várias vezes. Fiquei surpresa com, como posso chamar? Elogio?...

- Obrigada anjinho. - Falei sem jeito.

Me levantei e fui para a cozinha tentar preparar algo para comer. Meu corpo todo doía e minha cabeça latejava, com certeza irei ficar resfriada.

Preparei um café, que por incrível que pareça, ficou bom e algumas torradas para mim e o anjinho.

- Vem comer! - Gritei para Andrew da cozinha.

- Tá pronto? - Perguntou chegando correndo da sala.

- Tá sim folgado. Senta aí e pode comer. - Falei.

Ele se sentou na bancada e serviu uma xícara cheia de café e passou geléia na sua torrada dando uma mordida generosa na mesma.

- Tá uma delícia! - Falou ele.

- Acho que se eu me esforçar, eu consigo fazer as coisas. - Falei sorrindo e dando de ombros.

- Então porque não se esforça pra se aproximar do papai? - Perguntou Andrew tomando seu café.

Parei um momento para pensar em uma resposta.

- Não sei. Acho que o esforço tem que vim da parte dele. - Falei.

- Eu acho que tem que vim dos dois. Papai e o melhor homem do mundo. E por mais que eu não goste de dizer, ele ama você também. - Falou Andrew olhando para mim.

- Você tem ciúmes? De mim? - Ri.

- Sim. - Falou ele dando de ombros. - Quando nosso pai ficou sabendo que você iria vir morar com a gente, não se aguentou de alegria. Dizia que iria recuperar o tempo perdido com você e que iria fazer você ama-lo novamente. - Falou Andrew.

- S-Sério? - Espirrei mais duas vezes.

- Sim. Se esforce para melhorar a situação com ele. Ele se importa com você só que tu parece não tá nem aí com a presença dele. Por isso ele tem medo de se aproximar de você. - Falou ele.

- As vezes acho que você é mais velho que eu sabia? - Falei mordendo minha torrada.

Terminamos de comer em silêncio.

Quando terminei de arrumar tudo na cozinha, já estava me sentindo muito mal. Meu corpo doía, minha cabeça, garganta, tudo. Seria uma gripe das bravas.

Me dirigi para a sala onde Andrew jogava vídeo-game e me deitei no sofá já tremendo de frio.

- O que foi? - Perguntou Andrew vindo até mim preocupado.

- Eu acho que não tô bem... - Falei fraco.

Andrew se sentou ao meu lado é colocou a costa de sua mão em minha testa.

- Meu Deus! Você tá muito quente. Eu tenho que chamar alguém. - Falou ele.

- Não precisa anjinho. Eu sei me cuidar. Vou tomar um remédio é já passa. - Falei rindo fraco tossindo mais uma vez.

- E-Eu vou chamar alguém. - Falou ele se levantando. - Vou chamar o Urieel.

- Não...

Antes que eu pudesse impedir, ele já tinha saído de casa correndo...

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