Capítulo 42

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Pietra.

Se eu contar para vocês que meu pai sabia que Urieel iria me pedir em namoro, vocês acreditariam? Nem eu!

Nesta manhã, um dia depois do pedido, quando acordei ainda encredula olhando para aquele lindo anel em meu dedo, Jared veio conversar comigo.

- Urieel, uma semana atrás veio conversar comigo. - Ele ri. - Juro que na hora eu quis matar ele, nunca imaginei ninguém namorando minha princesa. - Olho boquiaberta para ele e o mesmo encolhe os ombros. - Mas conheço aquele garoto dês de quando seu pai ainda cantava, vi ele crescer e o conheço bem. Sei quando um homem fala a verdade sobre seus sentimentos, então eu aceitei.

- Aceitou? - Pergunto em confusão.

- Ele me pediu sua mão em namoro para mim. - Meu pai ri.

- Ok. - Gargalho alto. - Isso já é demais para mim! - Falo com dificuldade, rindo ainda mais.

- Mas pelo visto você aceitou também. - Meu pai fala rindo olha do para o anel em meu dedo.

- Sim. - Falo alisando o objeto em meu dedo. - Confesso que nunca pensei em algo como isso, muito menos com meu pai deixando eu namorar. - Sorrio. - Mas a vida é uma caixinha de surpresas e estou amando tudo isso que vem acontecendo comigo.

Meu pai olha para mim com os olhos brilhantes, mas algo passa em seus pensamentos e ele franze o senho abaixando a cabeça.

- Aconteceu algo? - Pergunto preocupada.

- Não. Como você mesmo disse, a vida é uma caixa de surpresa. Mas nem sempre o que a vida nos reserva é bom. - Fala ele pensativo.

- O que quer dizer com isso? - Pergunto ainda mais confusa.

- Você sabe que meus pais, seus avós, tiveram dedo na separação de sua mãe e eu, não é? - Ele pergunta e eu concordo. - Não digo que a culpa é cem por cento deles, pois não é. Grande parte é minha por ter deixado sua mãe ir e acontecer tudo que aconteceu. Mas depois daquilo tudo, eu nunca mais fui o mesmo com meus pais. Depois de terminar a faculdade de direito em New York, vim para cá na intensão de crescer na vida e mandar dinheiro todo mês para que sua mãe pudesse lhe dar conforto. Os primeiros anos não foram fácies, sofri muito e aquela mágoa corroia em meu peito. Me afaste ainda mais dos meus pais e só voltei a ter contado com eles quando conheci Camila. - Ele fala pensativo. - Eles me perguntaram sobre você e soltei tudo que em anos quardei em meu peito. Não garanto que nossa relação melhorou, mas fizeram eles se envergonharem do que fizeram. Quando eles souberam que você iria vir morar comigo foi quase inevitável eles quererem vir correndo conhecer você. Mas disse não.

- Não? - Pergunto.

- Não. Você nos primeiros dias parecia me odiar. - Ambos sorrimos. - Queria que você confiasse em mim, queria que se acontecesse algo, você corresse para mim. Agora, que a gente está bem, longe de recuperar o tempo perdido, mas estamos indo. - Pisca para mim. - Acho que é a hora de vocês se conhecerem.

- Mas nós não íamos esperar o próximo feriado? - Pergunto.

- Sim. Esse era o plano. - Ele fala. - Mas estarei preso no trabalho por três meses com os novos casos. Então eles resolveram vir e conhecer você de vez.

- Entendo. - Sussurro. - E quando eles vem?

- Nesse fim de semana. - Jared fala olhando em meus olhos.

Um arrepio corre pelo meu corpo. Eu sabia que iria conhece-los, Jared tinha me falado, eu queria. Mas saber que em menos quatro dias eles estariam aqui, me dá medo. Medo deles não gostarem de mim, medo deles me julgarem como fizeram com minha mãe, medo de que o rancor que sinto por eles não me deixe.

Essa conversa dança em minha cabeça, vou para a escola no automático e só vejo meus temporais dentro de mim se acalmaram quando vejo os olhos verdes que tanto me da o paz.

- Oi, Sol. - Falo abraçando Urieel.

- Hey, Anjo. - Diz ele beijando minha cabeça. - O que houve?

- Meu pai. - Digo me soltando dele.

- O que tem ele? Achei que nós dois já havíamos resolvido tudo. - Fala ele confuso.

- Sim. Não é isso. - Digo indo até meu armário. - E que hoje ele me contou que meus avós irão vir nesse fim de semana aqui para me conhecer.

- E isso não é bom? - Pergunta ele pegando seus livros.

- Sim. Não. Eles foram em parte culpados pela separação dos meus pais no passado.

- Disso eu não sabia. - Fala ele.

- Eu sei. Desculpa. - Falo. - Meu pai disse que eles estão arrependidos, que querem me conhecer. Mas sei lá.

- Você tem medo, não é? - Pergunta olhando em meus olhos.

- Sim. - Suspiro cansada. - Medo de essa mágoa não saía de mim, medo deles não gostarem de mim.

- Eu sei que é difícil, Anjo. - Ele me puxa e entrelaça nossas mãos. - Mas se eles querem te conhecer, estão arrependidos do passado. Não há como não gostar de você. - Sorrio. - E independente de tudo, estarei com você. Por que se eu me lembre, sou seu namorado dês antes de ontem. - Fala ele rindo.

- Não seja bobo. - Falo rindo.

- Mas é a verdade. - Fala ele abrindo os braços.

- É... - Concordo.

- Aí que lindo. - Flávia fala entrando em nosso caminho junto com Pierre. - Urietra!

- Que? - Pergunto boquiaberta e os meninos riem.

- Essa é a junção dos nomes de ambos. - Flávia ri. - Achei fofo.

- Isso não tem nada de fofo. - Falo fazendo careta.

- Tem sim, Anjo. - Urieel beija minha testa. - Pode ter a certeza que sim.

Não consigo me conter e acabo rindo junto com eles. Estar perto deles é como você estar distante de todos os problemas a sua volta e só rir. É você se sentir segura e bem com tudo ao seu redor. É você se sentir segura.

Meus avós podem vir, pode achar o que quiser de mim. Independente do que aconteça, terei não só eles, mas o resto dos meus amigos ao meu lado, sempre.

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Comentem amores. Estamos na reta final deste livrooo :/

Até o próximo!

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