Capítulo 9

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Hoje era sexta-feira, dia em que Jared e Camila iriam viajar. Dei graças a Deus por esse dia chegar, não só por eles irem viajar e eu ter paz mas também por que era sexta-feira né!

Fazia uma semana que eu estava estudando naquela escola e ainda não tinha me adaptado ao lugar. Pra falar a verdade não me adaptei a lugar algum dessa cidade. Tudo pra mim é estranho e confuso ainda.

E sobre as aulas de reforço, estão indo bem. Ele não é tão burro e com o tempo vem pegando a manha dos estudos. E pra quem está curioso, não aconteceu nada entre a gente mais. Não que ele cantar pra mim e quase me beijar signifique algo de mais para mim.

Só que tem um porém, as borboletas no estômago continuam a aparecer toda vez que estou perto dele ou até mesmo penso. Que raiva de mim mesma por sentir isso!

- Oie? Acorda! - Me chamou Flávia.

- Ah?

- Tá voando aí em! - Riu. - Está pensando em Urieel né?

- Que? Claro que não. - Falei mordendo meu hambúrguer.

- Então porque ficou vermelha quando te falei isso? - Droga! Eu nunca fico vermelha, nunca! - Eu percebi que vocês estão bem próximos nesses últimos dias.

- E só por que eu prometi que iria ajuda-lo nas matérias. Só isso. - Dei de ombros.

- Hm. - Levantou uma sobrancelha. - Ele não tira os olhos de você. - Falou ela apontando para a mesa onde Urieel estava junto com seus amigos.

- Você tá bem? - Perguntei colocando a costa da minha mão em sua testa. - Por que tá vendo coisas.

- Eu estou muito bem. E eu só estou vendo a realidade. Vocês dois estão apaixonados. - Falou ela com certeza na voz.

No momento em que ela disse isso me afoguei com o meu suco de laranja chamando a atenção de algumas pessoas por li perto.

- Que? - Quase gritei. - Cara, você só pode tá fumando um baseado bem brabo pra ta falando esse tipo de coisa absurda. - Falei agora só para ela ouvir.

- Não viaja. - Riu de mim. - Eu estou certa. Vocês vivem trocando olhares na sala de aula e você fica toda nervosa quando fica perto dele. É paixão, você vai ver.

- Cansei desse assunto Flávia. Vou ir pra classe tá? - Falei levantando da nossa mesa. - E vê se não fuma mais. - Falei indo embora.

Eu nunca me apaixonei por alguém. Sempre fui fechada e sem amigos. Tudo piorou quando minha mãe se foi. Pessoas fazendo piadinhas, jogando na minha cara que eu era órfã ou sentindo pena de mim. Isso tudo levou a me fechar ainda mais.

E meu coração não seria tão estúpido ao ponto de gostar do menino que eu mais detestava e que sua presença era quase insuportável. Ou ele seria? Não. Claro que não!

Quando voltei a realidade já havia tocado o sinal e os alunos já retornavam a suas classes.

Quando todos já estavam já classe só a espera do professor, a ruiva falsa entrada na sala de mãos dadas com Urieel chamando a atenção de todos.

- Gente! - Começou a falar. - Hoje vai rolar uma festa na piscina na casa do Urieel. - Falou dando um selinho no mesmo.

A sala toda gritou em comemoração menos eu e Flávia que nos entreolhamos.

Eduarda correu os olhos por todos na sala parando em mim. Droga!

- Menos a emo e a baleia ali. - Falou ela apontando para mim e Flávia.

Toda a sala olhou pra nós e riram.

- Como se eu quisesse ir nessa merda! - Falou Flávia dando de ombros.

- Até por que se fosse, iria acabar com a água da piscina né fofa. - Falou a ruiva falsa e a sala caiu na gargalhada.

Meu sangue subiu pela cabeça e me levantei do meu lugar indo até aquela ruiva falsa que ria da piada sem graça que tinha acabado de fazer.

- Não cansa de falar merda garota? - Gritei pra ela.

- Olha! A emo sabe falar. - Falou ela em deboche.

- Chega vocês duas! - Falou Urieel entrando na conversa.

- Tá defendido ela Urieel? - Perguntou a ruiva falsa.

- Não. Só quero que parem com esse show.

- Não tenho culpa se a emo e a baleia não foram convidadas para a festa. - Falou Eduarda dando de ombros.

Não sei de onde veio tanta força. Eu nunca havia brigado com alguém na minha vida. Só sei que o tapa que dei na cara de Eduarda deu um estralo tão alto que por um segundo senti pena dela.

A sala toda foi ao delírio com a cena que acabaram de presenciar.

- As duas na diretoria agora! - Falou em um tom de autoridade o nosso professor de ciências que presenciou a cena.

Nos duas baixamos a cabeça e seguimos o professor pra a diretoria. O mesmo entrou na diretoria indo relatar o ocorrido deixando eu e a ruiva falsa no lado de fora.

Ela padecia incrédula, como se nunca tivesse levado um tapa na cara.

Para tudo tem a primeira vez queridinha. Falou meu subconsciente.

O professor logo saiu da sala dizendo que a diretora queria falar com ambas separadamente. Eduarda foi primeiro, o que dava a ela oportunidade de inventar um história onde ela saia como vítima e eu como a bruxa má.

Logo ela saiu enxugando lágrimas falsas que caiam de deus olhos e com um sorriso diabólico nos lábios.

- A diretora quer falar com você. - Falou ela bem perto de mim. - E sobre o tapa, você vai se arrepender eternamente de ter batido de frente comigo. - Falou esbarrando no meu ombro propositalmente e saindo.

Que vontade de correr até ela e socar aquela coisa ridícula que ela chama de cara, mas não era o momento certo, não agora.

Respirei fundo e entrei na sala fechando a porta atrás de mim.

- Sente- se minha querida. - Falou Andria sorrindo calorosamente para mim.

- Obrigado. - Agradeci me sentando.

- Pude perceber que você e Eduarda não se dão muito bem né. - Falou ela calmamente.

- É. - Falei.

- E você pode me contar o que levou você a dar um tapa na cara dela?

- Sim. - Falei. - Olha, eu sei que o que fiz não foi certo, mas é que ela xingou minha amiga de baleia. E se eu bem me lembre, isso é bullyng. Eu não me importo que pratiquem isso comigo, mas não posso permitir que ela fale isso de Flávia. Logo ela que é uma pessoa doce e que me tratou super bem desde que cheguei aqui. - Falei por fim.

- Bom. Não foi isso que a senhorita Eduarda me disse. - Começou.

Eu não falei que ela não iria perder a oportunidade de bancar a vítima?

- Mas eu conheço aquela garota, sei do que ela é capaz, sei também que o choro que ela derramou aqui era mentira. E sim, o que você fez não foi o certo. Mas foi por uma causa justa, defender um amigo de algo que é crime. Isso é uma grande prova de amizade. - Falou ela.

- Obrigada. - Falei sem jeito.

- Mas por mais que você tenha feito o certo no seu ponto se vista, terei que mandar um bilhete a sua família. - Falou ela seria.

- Sim. Eu entendo.

Droga! Era só o que me faltava.

Ela pegou um pequeno bilhete e escreveu algo nele me entregando logo em seguida.

- Traga para mim segura-feira sem falta. - Falou ela.

- Ok. - Respondi indo até a porta.

- Pietra. Por mais que errada a sua atitude, você fez por um motivo justo e eu gostei disso. - Falou ela sorrindo e piscando para mim.

Dei um leve sorriso e um aceno saindo da sua sala.

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