Tsunami

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HERMIONE


Minha angústia só aumentava cada vez mais, enquanto eu aguardava quaisquer notícias sobre a equipe de estagiários que desaparecera.

Meu coração parecia querer parar.

Rony... céus, onde ele devia estar? Estaria ferido? Perdido? Ou pior... e se ele estivesse...

Não! Eu não podia pensar nisso.

Eu tinha aquela péssima impressão desde que Rony havia dito sobre sua intenção de ser auror.

Meu medo era irracional, obviamente.

Pelo menos, até ontem á noite.

Meu sono foi atormentado por pesadelos terríveis. A Sra. Weasley teve de ir duas vezes até o quarto de Rony para me acordar, enquanto eu me erguia aos prantos.

Pensar em Rony por aí, á mercê de bruxos cruéis ou criaturas perigosas, me deixava com vontade de gritar e chorar.

Eu não suportava a idéia dele em perigo. Era como se alguém tivesse me esfaqueado nas costas e estivesse girando lentamente a lâmina dento de mim.

Quando o dia amanheceu, eu ainda soluçava de aflição.

O sol bateu em meu rosto. Angustiada, cobri-o com o lençol, decidia á não sair daquela cama nunca mais. Tinha medo do que quer que fossem trazer para nós durante o dia.

Molly veio trazer o café para mim na cama.

Ergui os olhos para a senhora de cabelos ruivos. Os olhos delas estavam tão inchados quanto os meus deviam estar. Devia ter dormido tanto quanto eu.

- Bom dia, querida.

- Dia, Sra. Weasley – guinchei, desanimada.

- Trouxe algumas panquecas...

Olhei para as panquecas do prato que ela trouxera. Sem querer ser rude, aceitei a bandeja, agradecendo com a cabeça.

- Muito bem – ela sorriu, mas o sorriso não chegou á seu rosto – eu estarei lá embaixo se precisar de alguma coisa... vou preparar algo para Jorge...

Quando ela saiu do quarto, senti meus olhos arderem outra vez.

Coloquei a bandeja em cima do criado-mudo, me aninhando de novo nas cobertas. Minha vontade era a de me encasular ali dentro e nunca mais olhar para o resto do mundo.

Fungando, quase não ouvi as batidinhas suaves no vidro da janela.

Uma coruja!

Pulei num átimo da cama, agoniada, indo até a janela e abrindo-a.

- Pichitinho!

A pequena coruja piou, animada, trazendo um pergaminho amarrado na minúscula patinha.

Puxei a carta sem cerimônia das garras de Pichitinho, ansiosa. Sentei na cama, começando a ler atonitamente.

Meu coração pareceu desinchar como um balão enquanto eu descia meus olhos pela escrita apressada de minha amiga escrituraria.

Cara Hermione,

Ótimas notícias!

Fomos contatados á menos de uma hora e meia pela coruja do meu pai.

A captura dos Comensais da Morte na Floresta do Deão foi um absoluto sucesso. Os fugitivos estavam abrigados em uma cabana, no subterrâneo, na parte mais densa da floresta.

A Esfera da Herança (A Saga da Lontra) - Temporada IVOnde histórias criam vida. Descubra agora