-Lara acorda-abanaram-me-anda já estamos a ficar atrasadas para a escola.
A muito custo sentei-me na cama ainda meia ensonada e olhei para a Clara, a rapariga que me acordou.
-Anda só tens 20 minutos, a carrinha daqui por um bocado chega para nos ir levar à escola.
Assenti com a cabeça. Depois de Clara sair do quarto, que era partilhado por dez raparigas e...ah é verdade ainda não vos contei pois não?! Eu vivo num orfanato com miúdos e graudos de vários tipos, alguns são lobisomens, outros vampiros, feiticeiros e até mesmo humanos tal como eu. A Clara é uma loba e damo-nos super bem, aliás, nós somos melhores amigas. Normalmente é ela que fala por mim porque, infelizmente, eu perdi a fala quando...quando...esqueçam não gosto de falar neste assunto. Apesar de já terem passado muitos anos eu ainda estou sensível a isso. Bem, acho que preciso de me arranjar ou então Clara ainda grita comigo. Depois de me arranjar e de pegar na minha mochila, desci e fui até à cozinha onde comi um pão e bebi um iogurte rápido e fui ter com os outros. Alguns minutos depois chegámos à escola, hoje era o nosso primeiro dia de aulas depois do verão e este ano íamos frequentar uma nova escola, uma escola onde todos os seres se encontravam e eu não poderia estar pior do que já estou. Eu estou cheia de medo, mas não tive escolha. Eu até ouvi alguns miúdos do orfanato a dizer que a diretora da escola é uma vampira, agora se é verdade ou não, isso eu já não sei e sinceramente...nem quero saber.
-Pronta para mais um ano de escola?-perguntou Clara assim que chegámos à escola.
Eu neguei com a cabeça. Eu não queria nada ir para uma escola dessas.
-Anda lá, não sejas medrosa-ela riu da minha cara.
Eu tirei um caderno e uma caneta da mochila e escrevi:
"Dizes isso porque não és tu que vais servir de refeição."
-Ahahah-ambas rimos indo para dentro-bem acho que a nossa sala é esta aqui.
Quando entrámos dentro daquela sala vimos alguns alunos, uns mais assustadores do que outros, a falarem e a conviverem uns com os outros, a atirarem aviões de papel e a rir. Eu e Clara fomos para umas mesas junto das janelas. Ela ficou na mesa atrás da minha e olhem só, como já não me bastasse vir para esta escola também tive de ficar na mesa mesmo em frente à secretária do professor. ARRRR. De repente todos se calaram quando a porta da sala foi aberta e eu mesmo não olhando já sabia que deveria de ser o professor. Acho que preciso de ir à casa de banho. Mantive sempre a cabeça baixa e só rezava para que estes professores não fossem tão medonhos como eu já ouvi dizer que eram. Pelo canto do olho vi uma silhueta feminina a pousar as suas coisas na secretária e reparei que usava um vestido preto até um pouco acima dos joelhos, uns saltos pretos de uns quinze centímetros e quando finalmente olhei mesmo para o seu rosto pude ver que a sua pele era clara, os seus olhos eram castanhos assim como o seu cabelo. Eu estava tão compenetrada a olhar para aquela mulher à minha frente que só saí dos meus pensamentos quando ela também olhou para mim. Bolas, agora é que eu preciso mesmo de ir fazer xixi. Notei que aquela mulher sorriu um pouco e depois voltou a sua atenção para a turma toda.
-Bom dia alunos-falou-antes de começar-mos a nossa aula eu queria dar as boas vindas aos novos alunos e já agora espero que gostem das instalações e também vos quero dizer que eu sou a diretora desta escola e vossa professora de história-ela apoiou-se na sua secretária-bem, o meu nome é Lana, Lana Parrilla. Vamos passar às apresentações por ordem alfabética por favor.
Cada vez pior arrr....odeio apresentações porque é sempre aí que todos ficam a saber do meu problema e eu não gosto de ser conhecida como a coitadinha. Odeio isto. Suspirei...
-Número dez, Lara Silva-a professora disse o meu nome.
E agora o que é que eu faço?! Eu não consigo falar. Levantei a minha mão e a professora olhou para mim com um grande sorriso, mas eu nada falei.
-Ah professora?-era Clara-a Lara bem ela, ela não pode falar.
-E porque não?-olhou para mim confusa.
-Ela não consegue falar-Clara outra vez.
-Humm estou a perceber-a professora assentiu-ok não faz mal, passamos à frente então.
Depois das apresentações feitas a professora deixou-nos fazer o que quisessemos, mas sem fazer muito barulho, já que era o primeiro dia de aulas.
-Então estás a gostar da nova escola?-Clara sentou-se ao meu lado.
Eu encolhi os ombros indiferente.
-Vamos conhecer pessoas novas-ela sorriu.
Peguei outra vez no meu caderno e na caneta e escrevi:
"Não estou com disposição para novas amizades"
-Isso não é verdade-ela olhou para mim-quem sabe encontras um rapaz giro e todo gato.
"Os rapazes são todos iguais, não confio neles."
-Não me digas que vais ser solteira até morrer?-ela riu.
"Cala-te sua estúpida"
-Estúpida, eu?!-ela riu fazendo-me rir também.
"Eu deixo os rapazes para ti"
-Todos para mim?
"Todos."
-Owin que fofa-ela riu apertando as minhas bochechas.
"PÁRA, estás a magoar-me"
-Oh desculpa-rimos.
-Clara-a professora chamou-a-achas que me podes deixar falar um minuto com a Lara?
ARRRR....odeio vampiros.
-Claro professora.
A professora sentou-se na cadeira ao meu lado onde antes Clara estava sentada e olhou para mim.
-Estive a ler a tua ficha e lá não dizia nada sobre o teu problema e...-ela olhou-me nos olhos-tu não falas mesmo?
Neguei com a cabeça.
-E posso saber qual o motivo para teres ficado assim?-sorriu um pouco.
"Não gosto de falar sobre isso" escrevi no caderno e mostrei.
-Ah estou a perceber-ela assentiu-li na tua ficha que vives num orfanato.
"É verdade." escrevi.
-Tens 16 anos, certo?-perguntou.
Assenti com a cabeça.
-Humm....-ela olhou-me nos olhos-se precisares de alguma coisa ou de ajuda aqui na escola podes vir ter comigo, está bem?
"Está bem" voltei a escrever.
Ela sorriu e levantou-se onde Clara voltou a sentar-se e continuámos a conversar até ao final da aula.
♥♥♥
Olá olá pessoas lindas do meu coração. Aqui está o primeiro capítulo de mais uma das minhas histórias, espero que gostem desta também.
Kiss ♥
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(im)possible Love 01
VampireLara era uma adolescente de 16 anos, cabelos castanhos, olhos verdes, alta, magra, tímida e que vivia num orfanato juntamente com outras crianças e que levava, ou pelo menos tentava, levar uma vida o mais normal possível, mas era um pouco difícil de...