Vinte e oito

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Eram 06:00 horas da manhã quando cheguei ao pavilhão de hóquei. O céu já estava a ficar mais claro. Avistei o pavilhão e procurei por uma porta traseira. Vi que a porta estava encostada e então cautelosamente entrei. Haviam muitas prateleiras com alguns patins e roupas próprias para os hóqueis. Também haviam várias caixas e muito pó e lixo espalhados pelo chão. Continuei a caminhar por um corredor estreito até ouvir algumas vozes extintas. Reconheci as vozes de Rodrigo e de Manuel...Arrr...o meu sangue começou a ferver tanto que eu estava capaz de explodir. Senti que eles se afastaram e então entrei deparando-me dentro do campo de gelo do pavilhão. Olhei tudo à minha volta e avistei um corpo no chão a uns metros de mim. Aproximei-me devagar desse corpo e comecei a chorar assim que vi quem era....

Mãe?!

Virei o seu corpo para mim e agarrei-me a ela a chorar. Oh meu deus...ela não morreu, ela está aqui, ela está aqui. Mas....mas...mas eu pensei que ela estivesse morta, quer dizer....eu vi, Lana matou a minha mãe, eu vi. Como é que ela pode estar aqui como se um dia não tivesse sido morta?!

Olhei para ela e vi que aos poucos ela foi abrindo os olhos e eu sorri, sorri ao ver que tinha a mãe de novo.

-Filha...-ela sorriu fraca-és mesmo tu?-ela lá colocou a sua mão na minha cara.

Comecei a chorar ainda mais e abracei-a. Abracei-a forte para não a deixar sair da minha vida outra vez. Ajudei-a a sentar-se encostada à parede e fiquei ali a olhar para ela.

"Como?! Como isto é possível?" escrevi mostrando-lhe o papel.

Ela sorriu e depois olhou para mim.

-Eles...eles trouxeram-me à vida outra vez...-ela falou sorrindo.

"Eles quem?"

-Eles...-ela apontou para a sua frente.

O meu coração acelerou quando vi Rodrigo e Manuel a rirem maliciosos enquanto vinham na nossa direção.

-Olha olha só quem temos aqui...-falou Manuel.

-Perdeste alguma coisa querida?-foi a vez de Rodrigo.

"O que é que vocês querem?" mostrei-lhes o papel.

-Nós já temos o que queríamos-Rodrigo encolheu os ombros como se fosse óbvio-tu minha querida.

Olhei para eles confusa. Se era a mim que eles queriam, então porque trouxeram Lana?!

-A Lana foi só um isco...-riram-se-para te trazer até nós e fazermos sofrer mais a vossa ridícula família.

"E a minha mãe?" olhei para a minha mãe que estava com as mesmas roupas do dia em que morrera.

-Ah ela?!-falou Rodrigo-isso é outra história-encolheu os ombros-trá-la até aqui filho-Rodrigo ordenou ao filho.

Minutos depois Manuel voltou e com ele veio Lana. A sua cara...ela estava fraca. Isso podia ser prejudicial para o bebé dela.

-Agora minha querida...-Rodrigo falou e Manuel atirou Lana para a beira da minha mãe-cabe a ti escolher.

"Escolher o quê?"

-Qual das duas vais escolher para morrer-Rodrigo foi direto.

Olhei para as duas e depois para eles os dois.

-Podes escolher uma para viver e a outra, bem a outra morre-Rodrigo falou-podes escolher aquela que sempre te amou ou aquela que um dia matara os teus pais, mas como podes ver tens a oportunidade de voltares a ter a tua mãe outra vez. É uma oportunidade única. Se eu fosse a ti escolhia a tua mãe.

(im)possible Love 01Onde histórias criam vida. Descubra agora