Vinte e sete

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Já eram 17:47 horas da tarde e eu estava no colo de Kate a conversar com ela. O Liam e o meu pai tinham ido até ao bar do hospital lanchar.

"Vocês fizeram as pazes?" escrevi e mostrei o papel à Kate.

-Não...-Kate negou um pouco triste.

"Ela tem saudades tuas" sorri.

-Isso é impossível, ela nem me olha quase-Kate falou com os seus olhos brilhantes.

"Ela disse-me que tinha saudades tuas" escrevi e logo vi um sorriso aparecer no seu rosto.

-Anda cá meu amor-Kate puxou-me para um abraço e eu sorri-adoro-te.

"Eu também" afastei-me dela para escrever.

-Olha acho que alguém acordou-Kate sorriu ao ver que a irmã acordara-vou deixar-vos à vontade. Até já querida.

Eu sorri e Kate saiu do quarto deixando-me sozinha com Lana. Eu caminhei e sentei-me na cama à sua beira.

-Diz-me só que estás bem-foram as palavras dela.

Eu assenti.

"Como estás?" escrevi.

-Agora que estás aqui estou melhor-ela sorriu colocando a sua mão por cima da minha.

Eu segurei a sua mão e olhei para a mesma. Olhei com mais atenção a sua tatuagem e concluí que era a mesma tatuagem da criatura que matara os meus pais. Olhei para ela e ela tirou a sua mão da minha.

"Onde fizeste essa tatuagem?" escrevi.

-Não a fiz...-ela olhou-me nos olhos-já nasceu comigo.

"Hum..."

-Todos os feiticeiros quando atingem a maior idade, aos 17 anos, são concebidos com os seus poderes e bem, cada um tem uma marca com o símbolo do seu poder.

"E o que significa a tua?"

-Significa esperança-ela olhou para mim.

"Posso fazer-te uma pergunta?"

-Sim...

"As pessoas que...mataram a Lyra...sabes se tinham filhos?"

Lana leu o que estava no papel com lágrimas nos olhos.

-Sim...-ela deixou cair uma lágrima-tinham...tinham uma filha.

Quando ouvi as suas palavras eu logo soube que era ela, só podia. Só podia ter sido ela que matara os meus pais. As pistas estão todas contra ela. Estava tão perdida nos meus pensamentos que quando dei por mim eu estava a chorar. Eu tenho tantas saudades deles, dos meus pais.

-Lara...-Lana sentou-se na cama encostada às almofadas-eu lamento o que tenha acontecido aos teus pais.

Olhei para ela e o meu sangue ferveu. Eu perdi tudo por causa dela. Perdi os meus pais, a minha família, perdi os meus amigos, perdi tudo, tudo. E foi por causa dela que eu fiquei assim, sem conseguir falar e ter que escrever numa estúpida folha a toda a hora. Ah como eu a odeio.

-Estás bem?-ela olhou para mim preocupada.

Eu ía escrever mil e uma coisas que me passavam pela cabeça, mas então lembrei-me da conversa que tive com o meu pai. Não posso fazer com que a Lana se enerve ou ela pode perder o seu bebé. Olhei para ela e ela para mim e então ganhei coragem para lhe dizer uma coisa.

"A filha desse casal que mataste era EU" escrevi e mostrei-lhe o papel.

Levantei-me da cama e fiquei ali a observá-la. Ela olhava para o papel como quem não acreditava naquilo que estava a ler. Vi lágrimas a rolar pelo seu rosto e, então, ela olhar para mim.

(im)possible Love 01Onde histórias criam vida. Descubra agora