Trinta e um-Natal

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Dois dias depois....

Hoje era véspera de Natal e eu acordei com Lana a chamar-me.

-Filha acorda...-ela falou e eu olhei para ela-desculpa...Lara.

Eu sorri não me importando com o facto de ela me ter chamado filha.

"Tenho sono" escrevi sentando-me na cama.

-Demasiado sono para ajudar a preparar as sobremesas de natal para logo à noite?-ela sorriu.

"Oh vá lá, isso é jogo sujo" fiz biquinho.

-Anda lá...-ela puxou-me para fora da cama-tens 10 minutos para te arranjares-ela beijou a minha testa e saiu do quarto.

Eu fiz a minha higiene matinal, vesti-me e arrumei o meu quarto. Logo de seguida desci até à cozinha com o meu caderno e caneta na mão. Já se podia sentir aquele cheirinho dos doces de natal em toda a casa. Entrei na cozinha e sorri com o que vi. Lana tinha enchido a cara do meu pai com chocolate e este para se vingar beijou-a enchendo-a a ela de chocolate também. Ambos sorriram e beijaram-se outra vez. Eu entrei na cozinha sem fazer barulho e sentei-me na mesa a observá-los, pois eles ainda não deram pela minha presença. Malucos.

Olhei para eles e pensei: Eu estava tão magoada com o facto dos "meus pais" terem sido mortos por vampiros no passado que passei estes anos todos a tratar mal todos os que eram vampiros e afinal estava enganada. Afinal as pessoas é que são más e cruéis e não os típicos seres místicos. Em toda a minha vida acreditei que os vampiros eram maus, mas agora que vejo que os meus verdadeiros pais são vampiros e feiticeiros ao mesmo tempo, eu vejo que realmente eu estava enganada sobre tudo isso. Suspirei com aqueles pensamentos todos. Quando dei por mim tinha deixado escapar uma lágrima e comecei a chorar. Pousei a cabeça nos meus braços em cima da mesa, quando senti uns braços à rodearem-me.

-Está tudo bem?-era a voz de Lana.

Eu levantei a cabeça e olhei-a nos olhos. Sorri um pouco e abracei-a com toda a força que eu tinha. Quando nos afastámos do nosso abraço reparei que Lana também chorava. Olhei para ela confusa.

-A culpa é tua-ela olhou para mim sorrindo enquanto limpava as lágrimas-eu estou grávida e mais sensível-ambas rimos.

Então eu lembrei-me....

"Tu és vampira certo?"

Ela olhou para mim.

-Sim-ela assentiu.

"E tu não podes dormir, pois não?"

-Não-ela sorriu.

"Mas tu no outro dia estavas a dormir...com a Kate lembras?"

Ela olhou para o marido e depois para mim e sorriu.

-Uma pergunta para a qual nem eu tenho explicação para isso-ela encolheu os ombros-desde...desde que te encontrei e que vieste cá para casa que...que muita coisa mudou.

Eu olhei para ela percebendo.

"Posso fazer-te outra pergunta?"

-Claro-ela sorriu.

"Se tu és uma feiticeira e o pai um vampiro...humm...isso quer dizer que eu sou como vocês?"

Ambos sorriram. Olharam nos olhos um do outro e depois olharam para mim.

-Sim és igual a nós...-falaram em uníssono.

"Então...não sou humana?"

-Não-responderam outra vez.

(im)possible Love 01Onde histórias criam vida. Descubra agora