Quatro

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Acordei no dia seguinte com alguém a tocar-me e quando abri os meus olhos reparei que era Lana, outra vez. Olhei para o relógio que se encontrava em cima da mesinha de cabeceira e notei que ainda eram 06:30 horas da manhã. Suspirei. Eu estou tão cansada e cheia de sono, já para não falar que não me apetecia nada ir para a escola.

-Eu sei que ainda é muito cedo, mas antes de ires para a escola acho que tens de passar primeiro no orfanato-ela falou com um sorriso no rosto.

Simplesmente abanei a cabeça assentindo. Lana saiu do quarto e eu vesti as mesmas roupas de ontem. Arrumei o quarto, peguei na minha mochila e desci as escadas enquanto bocejava.

-Acho que há alguém que não dormiu a noite toda-era a voz do Harry e eu logo sorri.

Tirei o meu caderno e a minha caneta da mochila e escrevi:

"Foi de te ouvir ressonar" rimos os dois.

-Ahahah isso querias tu-sorri com a sua doce gargalhada-não precisas de ficar vermelha.

"Estúpido" escrevi.

-Olha olha, mas a formiga já tem catarro?-ele olhou para mim sorrindo.

"Eu não sou formiga" olhei com cara feia para ele "o meu nome é Lara".

-Ok ok, desculpe-me madame-voltámos a rir.

Eu e o Harry sentámo-nos à mesa e tomámos o pequeno almoço e quando acabámos Harry levou-me até ao orfanato onde eu tomei um banho, vesti uma roupa lavada, fiz a minha mochila e desci para ir ter com a Clara.

-Então miúda?-ela abraçou-me assim que me viu-pensei que te tinha acontecido alguma coisa.

"Eu estou bem não te preocupes" escrevi no meu caderno.

-Estou a ver que sim-ela riu perversa-com um gato daqueles a vir-te trazer não admira.

"Cala-te sua estúpida" rimos "primeiro ele é mais velho que nós e segundo ele é sobrinho da diretora da escola"

-Jura?! A sério?!-ela olhou para mim surpresa-minha nossa senhora, e tu passaste a noite em casa dele?

"Achas?! Claro que não" neguei escrevendo "passei a noite em casa da diretora".

-Tu o quê?!-arregalou os olhos-minha nossa Lara, vais ter de me contar tudo, desde o porquê de ires ter parado a casa da diretora até aquele pedaço de céu te vir trazer.

Simplesmente assenti.

(...)

A hora de almoço chegou e por incrível que pareça Manuel ainda não se meteu comigo e eu estou muito aliviada que ele tenha faltado às aulas da manhã. Sentei-me numa mesa com a Clara e almoçámos em paz, mas como o que é bom acaba depressa, aquele maldito apareceu mesmo à minha frente quando estava a ir levar o tabuleiro para o sítio. Como ele não tinha mais nada para fazer coloca o seu pé à minha frente e eu caio deixando cair tudo ao chão e mais uma vez fui o motivo de todos se rirem. Fiquei tão frustada com ele que me levantei e empurrei-o deixando-o frustado também.

-Ouve lá ó sua estúpida-ele empurrou-me fazendo-me cair de rabo no chão-já te disse para não te meteres no meu caminho.

Quando dei por isso já se tinham formado uma roda à nossa volta. Levantei-me, mas aquele otário puxou-me para trás arrancando a minha mochila.

-Acho que perdeste alguma coisa-todos riram.

Manuel começou a abrir a minha mochila e tirou tudo de lá atirando para o chão. Os meus cadernos, os meus livros, o porta-lápis, tudo estava no chão.

(im)possible Love 01Onde histórias criam vida. Descubra agora