-Quê? Onde estamos? - perguntou Luna sonolenta.
-Acabamos de chegar filha. Aqui não é lindo, Luna? Vai ser um mês e tanto.
-Um mês e tanto. - repetiu Luna bastante desanimada.
O lugar parecia um cenário de filme de terror americano. Uma casa grande e antiga, um portão grande de ferro na entrada, grama mal cuidada e muitas árvores de vários tipos. Como estava escuro, era só isso que se podia ver.
Gina saiu do carro e passou um tempo admirando a paisagem. Era tudo o que ela queria: um lugar relaxante e cercado de natureza.
Enquanto Luna, ainda no carro, imaginava o quão tudo estava afundando por um abismo e caindo cada vez mais.
-Luna vem aqui. Você pode me ajudar?
Luna foi se arrastando.
-O que é?
-Vê se você consegue entender o que o dono da casa escreveu nesse papel. É sobre o local onde está a chave. Não entendi nada, parece uma charada.
Luna começou a ler o papel, que dizia:"o que voce procurA esta mais perto do que voCê imagina. acHe com cuidAdo. aquilo que morde nao Vai fazEr o quE voce penSa. nao esTa Acima. muito mENos abaixo. enTRE na casa e cuidadO. mas antes ache o QUe vocE procura. leMbre-se, O que moRDE nao o faz."
-Só um minuto. - falou Luna. Ela pensou, pensou e por fim disse: -Ai, que moleza. Aqui está dizendo que a chave está no meio daquele cachorro ali e que ele nao morde.
-Mas...como? Foi tão rápido. Eu passei horas desde que o dono me mandou esse bilhete.
-Era fácil. Bom, você pega somente as letras maiusculas e elas vão formar uma frase. Diz que "A chave está entre o que morde", que deve ser aquele cachorro ali. Suponho que a chave está na coleira.
Da primeira olhada, não parecia existir vida na casa, mas havia um cachorro de estatura média e pêlo castanho vivendo ali preso em uma enorme coleira.
Luna parecia meio contente por saber algo que a mãe não sabia. Sempre fora boa com mistérios, charadas e coisas do tipo, mas não entendia porque o dono da casa precisou complicar tudo só para dizer onde estava a chave. Muito estranho isso. Talvez para não correr risco em ser roubado.
Gina e Luna se aproximaram do cachorro. Apesar de dizer no bilhete que ele não mordia, elas não pareciam muito confiantes.
O cachorro parecia bastante mal cuidado e se coçava como se estivesse infestado de pulgas, mas elas precisavam da chave ou não iriam entrar. E o lugar parecia bastante perigoso para ficarem do lado de fora, em plena escuridão.
-Eu não vou pôr a minha mão nele. - falou Luna se afastando, a cara de nojo. -Ele é feio e cheio de pulgas.
Gina também não parecia nada feliz, mas resolveu acabar logo com isso e tirou a chave de uma vez que estava bem embaixo do pescoço do animal.
-Consegui.
A chave estava velha e enferrujada. Assim como o resto da casa, nao aparentava bom estado.
-Antes de entrar, vamos tirar primeiro as bagagens. - falou Gina.
Luna ajudou-a a pegar tudo o que estava no carro e levar até a entrada da casa.
Gina com a chave na mão caminhou em direção à porta e abriu-a. Estava muito escuro. Ascendeu a luz. As duas entraram na casa e observaram o lugar.
Um grito. Ahhhhh
Fora Luna quem havia gritado.
-Mãe, tem um rato enorme ali. - Luna falava de cima de uma cadeira.
-Essa casa é antiga. Está cheia desses animaizinhos. Você vai ter logo que se acostumar.
-Eu quero ir pra casa. - Luna ainda não havia descido da cadeira, o tom de voz dela parecia triste.
Gina ficou sem palavras. A filha parecia sempre ser tão forte perto dela. Acabou por falar:
-Acho melhor procurarmos nossos quartos, estamos exaustas da viagem. - Gina foi na frente, seguida por Luna.
A casa era maior ainda por dentro. Cômodos e mais cômodos. Passaram por duas salas de estar, uma sala de jantar, a cozinha e nada dos quartos. Foram para o andar de cima e foi onde finalmente os acharam.
-Conseguimos! Bom, eu vou ficar nesse quarto aqui. - falou Gina apontando para o quarto. -Você pode escolher em qual vai ficar, Luna.
Tinha na faixa de 5 quartos na casa, todos com banheiros. O que era bom, visto que Luna detestava dividi-lo.
-Já vou entrar filha. Nos vemos amanhã. Boa noite e durma bem!
Luna não falou nada de volta. Entrou em um quarto qualquer e fechou a porta.
Ela estava exausta. Deixou as malas jogadas e deitou-se na cama.
Adormeceu quase que instantaneamente.
***
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Diário de um Mistério
RomanceParecia um simples período de férias em um lugar diferente, até que várias coisas estranhas começaram a acontecer... E se apaixonar, definitivamente, não estava em seus planos.