E as coisas só complicam

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      Luna acordou na manhã seguinte com um cheirinho de pão fresco.
      Levantou-se apressadamente e foi para a cozinha. O que não esperava era que fosse encontrar a mãe sozinha sentada na mesa e lendo o jornal.
      -Bom dia filha. Fui na padaria enquanto você ainda estava dormindo e tinha acabado de sair o pão.
      -Que bom. - Luna não parecia muito animada.
      -Hoje não tenho trabalho, então vamos nos divertir muito.
      -Fale por você. O Rony vem aqui hoje e preciso conversar com ele... Ah, pode tirar esse sorrisinho. Não é nada disso que você está pensando. Só quero perguntar à ele se por aqui tem algum lugar onde eu possa utilizar a internet, uma lan house sei lá, preciso falar com a Emma.
      -Hum rum sei. Então não vou incomodar vocês.
      -Acho bom mesmo.
      Assim que Luna terminou o café, foi para o seu banheiro tomar banho, escovar os dentes e fazer todos os rituais matinais.
      Bagunçou a mala a procura de uma roupa bonitinha e fechou-a novamente. Nem passava por sua cabeça desfazer-la. Um mês passava rapidinho.
      Foi ai que lembrou-se de uma coisa: o diário.
      O dia de ontem a fez esquecer de tudo.
      Correu para a cama, levantou o colchão, tirou o diário e sentou-se.
      5 de setembro
      Passei uns dias sem escrever. Estou com medo. Não param de chegar mensagens avisando para eu ter cuidado.
      G diz para eu ter calma, que as coisas vão se resolver. Ele(a) não quer me ajudar. Não percebe que vidas estão em jogo.
      Não sei o que fazer.
                                       Ass: X
      "Bem que eu gostaria de ajudar ele ou ela. Parece ser muito sério. Vou continuar lendo"
      6 de setembro
      G me aconselhou a fugir novamente. Mas ele(a) não entende que eu não posso. Não enquanto as coisas ainda nao estão resolvidas.
      Acho que não corro risco em deixar registrado tudo o que sei. Isso tem que acabar. O(a) culpado(a) precisa ser punido(a). Mas não posso deixar tudo assim tão simples. Ele(a) está de olho em mim.
      Vá até ao rio, corra pra trás, vire à direita e escorregue no tobogã. Olhe debaixo do tatu.
      PS: Muito cuidado. Ele(a) pode estar de olho.
                          Ass: X
      -Essas informações não ajudaram muito. Também não sei o que fazer. Não conheço nada por aqui. Mas tem uma pessoa que conheçe...
      -Luna vem aqui. O Rony já chegou.
      Luna se apressou em guardar o diário no mesmo local de antes e foi em direção à sala, onde Gina fazia companhia à Rony.
      -Oii Luna. Que bom ver você.
      -Hum oi. - Luna estava meio constrangida. Gina olhava de um para o outro como se eles tivessem alguma coisa.
      -Rony vem aqui comigo. - continou Luna. -Mãe, para com isso. Agente nunca vai ter nada.
      -Tudo bem. Não vou atrapalhar vocês. - falou Gina sorrindo.
      -Vem logo! - falou Luna puxando Rony pelo braço.
      Ela o levou ao seu quarto e trancou a porta. Não queria correr o risco da mãe os ver conversando.
      Luna sentou na sua cama e Rony continou de pé. Não fazia idéia do que estava acontecendo.
      -Calma, não é nada de mais. Pode sentar. Só queria te perguntar se você sabe onde eu posso utilizar internet. Eu preciso muito falar com minha amiga.
      -Bom, na minha casa tem. - falou Rony sentando-se. -Se quiser ir lá agora, você que decide.
      -Que bom que alguém por aqui tem a decência de ter net em casa. Vamos depois do almoço, tudo bem?
      -Pode ser na hora que você quiser. Mas porque tudo isso? Você diz que precisa conversar comigo, até me tranca no seu quarto. Você não me chamou aqui só para saber se eu sei onde tem internet. - Rony estava sorrindo e um pouco nervoso.
      -É. Eu não te chamei aqui só para isso. Mas antes eu preciso que você saiba guardar segredos- Rony balançou a cabeça afirmativamente e Luna se levantou pedindo para ele se levantar também.
      Ela levantou o colchão e tirou o diário.
      Rony olhou curioso e ficou assustado ao ver o sangue que encobria a capa e falou:
      -O que é isso? É seu?
      -Não, não é meu. E é isso que eu quero descobrir: quem escreveu isso. É um diário. E eu espero que você não entre em pânico e que realmente saiba guardar segredos. Porque mais ninguém pode saber da existência dele, principalmente minha mãe.
      -Ok, eu não vou contar pra ninguém. Mas porque não podem saber?
      -Pelo que eu li até agora, eu posso estar correndo muito perigo junto com essa pessoa que escreveu esse diário. E eu não queria colocar você nessa enrascada, mas é que eu preciso muito da sua ajuda. Não conheço esse lugar, e enfim, queria que você desse uma olhada nele até o momento que eu li.
      Luna entregou à Rony o diário.
E ele parecia bastante assustado a cada palavra que lia. Por fim disse:
      -Onde você achou esse diàrio?
      -Em uma gaveta, mas isso não é o mais importante. Não entende que isso pode ser muito sério e perigoso. E eu preciso saber onde fica esse rio e todos esses lugares que ele ou ela manda a gente ir. Você sabe?

***
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Diário de um MistérioOnde histórias criam vida. Descubra agora