A vida é bela

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      Ficaram ali admirando o nascer do sol. Era tão suave e bonito.
      -Eu queria te pedir uma coisa Rony.
      -Pode falar.
      -Eu queria que você não falasse sobre nós dois para a minha mãe. Queria que ficasse só entre agente.
      -Só se me der um beijo!
      -Que garoto abusado.
      -E apaixonado.
      Ela o beijou e depois falou:
      -Acho melhor irmos pro quarto. Bom, cada um para o seu. Minha mãe costuma acordar cedo e se ela ver que não estamos no quarto, bem, ela é super protetora e não vai me deixar em paz.

                     * * *

      Luna saiu do seu quarto como se tivesse dormido a noite toda. Até bagunçou um pouco os cabelos para parecer mais real.
      Chegando na cozinha encontrou Rony e a mãe conversando sobre alguma coisa que ela não conseguiu ouvir, mas deixou pra lá.
      -Bom dia mãe. Bom dia Rony. - falou Luna sorrindo.
      -Bom dia Luna. - falou Rony também sorrindo.
      -Bom dia filha. O que aconteceu com você? Nunca me dá bom dia.
      -Eu só tive uma noite muito boa. - ela olhou disfarçadamente para       Rony, que sorriu.
      Ela sentou-se e começou a comer devoradamente, estava com muita fome.
      Rony já havia acabado de comer e falou:
      -Eu vou precisar ir em casa tomar um banho e trocar de roupa.  Não demoro muito. Mais tarde venho cuidar de você Luna.
      Luna ficou vermelha. Por que ele tinha que ser todo fofo justamente na frente da sua mãe?
      Quando Rony ia saindo, Luna o chamou:
      -Rony, preciso falar uma coisa com você rapidinho.
      -Pode falar.
      -Vamos lá em cima. É particular.
      Já em cima, Luna falou:
      - Lembra o que tinha escrito na folha que achamos no rio? Eu andei pensando e cheguei a conclusão de que precisamos de uma lista com os moradores da pousada, porque assim fica mais fácil. Mas para isso precisamos do contato do dono da pousada. Você tem como conseguir?
      -Acho que vai ser meio difícil, mas vou ver o que posso fazer.
      -Não tem muita pressa. Com meu pé desse jeito não vou poder ir muito longe. Mas seria bom se já tivessemos a relação com todos os moradores e hóspedes. Podíamos examinar-los um por um.
      -Vou fazer o possível, mas agora já tenho que ir. Disse aos meus pais que chegaria cedo em casa e preciso de um banho. Tchau.
      Luna deu um selinho disfarçadamente e rápido, sua mãe poderia aparecer de repente.

                         * * *

      Já passava da hora do almoço e nada de Rony aparecer. Luna já estava nervosa e impaciente.
      Sua mãe já estava indo para o trabalho.
      -Bom trabalho mãe. Até mais tarde.
      -Filha - Gina abraçou Luna - Vejo que essas férias estão te fazendo muito bem. Faz tempo que você não me trata assim.
      -Mãe, eu estava sendo uma completa idiota. Me desculpa?
      -Que é isso filha? Claro que sim, eu te amo.
      -Eu também te amo muito mãe. E eu percebi que não posso te tratar mal só porque meu pai separou-se de você. Vários casais se separam, mesmo que agente não goste, não era pra ser né. E eu não odeio seu trabalho.
      -Como é bom ouvir isso filha. O Rony fez uma lavagem cerebral em você foi?
      -Acho que sim. Ele me fez ver o lado bom da vida. E ele é um grande amigo.
      -Amigo? Sei.
      -Mãe! Já disse que não temos nada.
      -Tudo bem. Já vou para o trabalho se não vou me atrasar.
      -Tchau mãe. Cuidado.
      -Tchau filha.
      Luna se sentia cada vez mais leve. Todo aquele peso fora tirado de si. Ela sentia-se bem e feliz e descobriu que a vida pode ser bela apesar de várias coisas ruins acontecerem.

Diário de um MistérioOnde histórias criam vida. Descubra agora