O rio

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      Segunda-feira.
      Luna acordou-se, tomou banho e desceu para tomar o café da manhã. Encontrou a mãe, animadamente, conversando com Rony.
      -Bom dia filha.
      -O que ele faz aqui a essa hora da manhã?
      -Eu precisarei estar no trabalho mais cedo hoje, por isso chamei o Rony para fazer companhia a você.
      -Tudo bem. Eu aguento conviver o dia todo com ele.
      Luna sentou-se e partiu a comer um pão que havia sobre a mesa.
      Poucos minutos depois Gina foi para o trabalho e Luna ficou em casa sozinha com Rony.
      -Vamos agora para o tal rio. -falou Luna para Rony, que de repente pareceu assustado.
      -Agora? Mas pode ser perigoso e... Ah tudo bem. Vamos agora.
      Luna era o tipo de garota que sempre vencia uma discussão e Rony logo percebeu isso.
      -Primeiro uma pergunta: Quantos minutos para chegar lá? -perguntou Luna.
      -De 30 a 40 minutos.
      -Ok. É por uma boa causa.
      Vamos logo enquanto o sol ainda nao está quente. Só vou escovar os dentes.
      -Ok. Eu espero você. - Rony estava sorrindo.
      Luna estava farta dele. Rony não entendia que ela não queria nada com ele nem com nenhum outro garoto.

                         * * *

      30 minutos depois.
      Ambos passaram o caminho todo em silêncio. Viraram à esquerda. Agora à direita. Até que...
      Um parque ecológico. Mas estava em terrível estado.
      Havia uma tirolesa, muitas árvores e um parquinho para crianças com escorregadores e balanços.
      E uma visão horrível fez Luna ficar abismada.
      Havia um rio. Mas a água não era água, e sim esgoto. Estava cercado de diversos tipos de lixo: papel de bombom, embalagens de recheado, garrafas pet, latas de refrigerante, até papel higiênico usado podia-se ver, entre outras coisas que era difícil identificar-las em meio a muito entulho.
      Havia também vários tobogãs e canoas isoladas a um canto.
      -Enfim chegamos. - falou Rony.
      -Isso está horrível. Mas como isso aconteceu? - Luna estava terrivelmente espantada. Nunca vira algo tão imundo.
      -Depois explico tudo. - falou Rony. -Precisamos ter cuidado. Não se esquece que sua mãe pode estar por aí em qualquer lugar. Ela não pode nos ver.
      -Como de repente você ficou esperto?
      -Você não me conhece ainda. Vamos logo. O que dizia no diário? -perguntou Rony.
      -Droga esquecemos o diário. Não lembro muito bem as palavras. Mas dizia pra gente descer em um tobogã e olhar em baixo de um tatu, ou algo assim.
      -Bom, isso talvez ajude. Mas têm vários tobogãs aqui.
      -Esquece. Não vou descer em nenhum desses negócios. Essa água está horrivel, nem sei se podemos chamá-la de água.
      -Deixa eu pensar. - falou Rony. Luna o olhou e ele fazia uma cara super fofa quando estava pensando.
      -E aí? O que vamos fazer?
      -Vamos andar mais um pouco e olhar melhor o lugar.
      -Ok. - Luna não gostava nada de alguém mandando nela. Mas tinha que se conformar, pois ele era o único que conhecia o local.
      Foram andando, sempre tomando o cuidado para ninguém vê-los.
      O lugar estava vazio... ou não.
      -Quem são vocês e o que fazem aqui?
      Era um homem grande, forte e parecia um trasgo de tão feio. Não parecia do tipo inteligente.
      -Eu sou nova na cidade, vim passar as férias com a minha mãe e insisti pro meu amigo me trazer para dar uma olhada no famoso rio. Ele é um medroso e persisti até ele me trazer.
      -Esse lugar é proibido para visitas. Então caiam fora os dois. - Sua voz era grossa e dava medo então Luna nem insistiu duas vezes e saiu com Rony.
      Longe da vista do tal cara, Rony falou:
      -Você vai desistir assim tão fácil?
      -Outra coisa para você pôr no seu livro: eu nunca desisto de nada.
      Ambos estavam olhando o lugar, escondidos em um arbusto, procurando descobrir qual o tobogã que deviam descer.
      Seus olhares pararam em uma piscina. Não era do tipo olímpica, mas dava para o gasto. Só que estava seca e por incrível que pareça, havia um tobogã.

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