Diário de um Mistério

Confusa

      -Porque está fazendo isso comigo? O que eu te fiz?
      -Você só estava feliz demais. Não quero te ver assim.
      -Mas, por favor, deixa ela fora disso! Eu imploro!
      -Ela é a melhor parte de todas...

                        * * *

      Durante aquela semana, Luna não passara um segundo sem pensar em Rony. Estava magoada e ao mesmo tempo com saudades. Ainda não havia acreditado que ele havia feito isso.
      Era um dia comum, Luna acordou normalmente, tomou o café da manhã com sua mãe e viu-a indo ao trabalho depois do almoço.
      Luna, morgando em sua cama, escutou batidas de palma vindas do portão.
      Rony sempre fora o único a visitar a casa durante esses dias, mas agora Luna não conseguiria imaginar quem seria a fazer isso.
      Levantou-se vagarosamente da cama, desceu as escadas e foi em direção ao portão. Ficou impressionada ao ver Rony.
      -Preciso falar com você. É urgente. - falou ele assim que viu Luna. Ele olhava para os lados de um jeito estranho, como se estivesse com medo.
      -Não tenho nada para falar com você. Por favor vai embora.
      -Não posso, Luna. Você nunca vai saber as razões porque eu fiz isso, eu não posso contar. Me deixa entrar, eu explico melhor lá dentro. - a voz de Rony estava diferente. Ele parecia com medo e assustado.
      -Sinto muito. Você teve sua chance e desperdiçou. Não quero mais nada com você. Me esquece! Eu te odeio! - ao falar isso, Luna entrou em casa, dando as costas para Rony, que continuou no portão.
 
                         * * *

      -Boa noite filha! Até amanhã.
      -Boa noite mãe. Te amo.
      -Também te amo muito meu anjo.
      Luna entrou em seu quarto, aconchegou-se nas cobertas, fechou os olhos e dormiu instantaneamente.
      Um barulho repentino fez Luna acordar assuntada. Viu um vulto. Estava pronta para gritar quando alguém tapou sua boca.
      -Luna sou eu, Rony. Não grita! Não tinha outro jeito para falar com você, então tive de vir escondido.
      Rony tirou a mão da boca de Luna.
      -O que você faz aqui garoto? Eu já falei que não quero mais te ver.
      -Eu precisava vir. Estamos correndo perigo! Não quero você se metendo mais naqueles mistérios. É muito perigoso. Eu...eu não posso falar o porquê. Estou com medo! Não quero te perder! Eu te amo. - Rony aproximou-se de Luna e beijou-a.
      Luna estava ansiando por aquele beijo novamente, mas o interrompeu e limpou seus lábios.
      -Você não me ama. Não me trocando por aquela vadia.
      -Um dia você vai saber porque eu fiz isso. Desculpa não poder te contar nada. Não posso. Se eles ficarem sabendo. Eu...eu preciso ir.
      -Espera. O que está acontecendo. Você parece com medo.
      -Estou com medo de te perder!
      Rony, ao dizer isso, saiu pela janela.
      Luna estava sem entender nada. O que estava acontecendo com Rony? Ele parecia tão diferente  do garoto que ela conheceu a alguns dias. Parecia sem vida.
      Depois disso, Luna não conseguiu voltar a dormir novamente. Só conseguia pensar no porquê de Rony estar agindo estranho, mas sem chegar a nenhuma conclusão a respeito.
      Já estava amanhecendo quando Luna conseguiu voltar a dormir, mas acordou logo assustada com um pesadelo.
      Rony dizia para Isabella que a amava. Pouco depois, ela se transformava em Luna e ele também dizia que a amava.
      Isabella sacou uma arma e matou aos dois com somente um tiro.
      Luna não saberia dizer qual o pior: ou Rony dizendo que também amava Isabela ou ele morrendo.
      Sentou-se na cama, fez um coque nos cabelos que estavam assanhados e deparou-se com um papel sob o criado-mudo.
      Abriu-o e leu-o...

***
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