Véspera de despedidas

680 89 10
                                    

      Tudo estava bem, normal, poderiam até estar felizes se não fosse o simples fato de Luna e a mãe terem que voltar para casa dali a dois dias. Ainda não sabiam como ficariam as coisas, o namoro e tudo o mais, como iriam se ver e etc. Só sabiam que teriam que aproveitar esses dois dias como nunca, mas seria no hospital, Rony ainda não tinha recebido alta e não sabia quando iria receber.
      Luna foi com a mãe até em casa para tomar banho, trocar sua roupa, ainda suja de sangue, comer alguma coisa e voltar logo para o hospital fazer companhia a Rony.
      -Luna, já é noite, é melhor deixar para ver Rony de manhãzinha cedo. Você pode ficar lá o tempo que quiser. - falou Gina, quando Luna acabou de se arrumar.
      -Não, mãe! Eu disse que ia passar a noite com ele, eu não vou deixá-lo naquele lugar sozinho.
      -Tudo bem, você quando coloca uma coisa na cabeça não tira tão fácil. Vou te deixar lá e volto para casa.
      -Obrigada mãe. - Luna lhe deu um beijo na bochecha e pegou sua bolsa.  -Vamos?

                          * * *

      Já no hospital, Luna despediu-se de sua mãe e da mãe de Rony que também iria para casa, visto que o filho não corria mais riscos e que agora teria companhia.
      Luna deixou a bolsa em um sofá que havia no quarto e foi até Rony. Ambos estavam sorrindo, ela lhe deu um selinho e sentou na cama junto com ele.
      -Estou feliz que tudo tenha acabado.
      -Eu não estou feliz.
      -Por que não?
      -Porque agora você vai embora. Não iremos mais nos ver.
      -Podemos visitar um ao outro de vez em quando, podemos conversar por celular ou internet, não iremos perder contato, não fica triste, vai dar tudo certo, nem que eu tenha que mudar de vez para esse lugar.
      -Nunca vou me esquecer de você.
      -Não precisa, eu vou sempre estar com você para lembrar que eu existo e lembrar todos os motivos porque você se apaixonou por mim.
      -Eu tenho uma namorada muito convencida e linda.
      -Eu sei.
      -Quando o seu pai vem?
      -Quê? Como assim?
      -Seu pai! Você não sabe?
      -Sei o quê?
      -Sua mãe estava conversando com a minha, elas estão bem íntimas. Enfim, sua mãe disse que seu pai a procurou e soube de tudo o que aconteceu por aqui e que ele está vindo.
      -Não acredito! Minha mãe não me contou nada. - Luna estava muito sorridente, ela amava o pai.
      -Acho que ela queria fazer uma surpresa e acho que estraguei.
      -Obrigada por ter me contado. Estou com muitas saudades dele.
      -Por que eles se separaram?
      -Eles nunca tocaram nesse assunto, minha mãe preferia fingir que ele não existia, meu pai sempre disse que foi devido ao trabalho dela, mas agora não vejo nenhum mal nisso, acho um trabalho bem legal.
      -Muito estranho isso, mas não quero te ver triste assim, vamos falar de coisas boas.
      -Tipo eu?
      -Luciana, onde você anda aprendendo essas coisas?
      -Agora você pegou pesado. Luciana? Ainda torturo meus pais por causa disso.
      -Amo quando você faz carinha de raiva. Sua testa fica franzida, os olhos nem se mechem... - Rony tinha uma voz sedutora, olhava fixamente nos olhos dela e passava a mão pelo rosto de Luna enquanto falava. -e sua boca... fica irresistível.
      Eles estavam se beijando quando alguém bate na porta.   Alguns segundos depois, entra uma enfermeira trazendo uma bandeija.
      -Desculpe atrapalhar vocês, mas eu trouxe um lanchinho. - ela devia ter no máximo 30 anos, falava sorrindo e tinha um jeito muito encantador.
      Ela aproximou-se dos dois segurando a bandeija e podia-se ver que era sopa.
      -Comida de hospital? - Rony falou. -Como eu vou me recuperar assim.
      -Pode deixar que eu faço ele comer tudinho. - falou Luna pegando a bandeija e colocando no criado-mudo próximo à cama.
      A enfermeira saiu do quarto deixando-os sozinhos.
      -Você não vai me obrigar a comer isso.
      -Você tem que ficar forte.
      -Come você!
      -Eu já comi antes de sair de casa.
      -Está me enrolando. Você prova e se estiver boa eu tomo todinha.
      -Tudo bem. Mas só um pouquinho.
      Luna pegou a colher e tomou uma colherada de sopa. Até que não achou tão ruim.
      -Não está nada ruim, sua vez!
      -Toma mais uma só pra se certificar.
      -Já vi isso em muitos lugares, você não me engana, sua vez.
      -Droga, odeio sopas. Não podia ser outra coisa?
      -Anda logo, você precisa comer. Não vou sair daqui até esse prato estiver vazio.
      -Então nem vou tomar.
      -Chega de gracinhas. Abre a boca.
      -Não.
      -Garoto chato. Então não come, fica ai fraco e vou te trocar por outro saudável.
      -Você não faria isso! Luciana, você me ama incondicionalmente.
      -Abre a boca agora.
      -Pedindo com tanto jeitinho né, é melhor obedecer.
      -É assim que se faz.

      Alguns minutos depois...

      -Agora que acabou, merece um beijo.
      -Só um? Fala sério, foi uma tortura. Mereço pelo menos três ou quatro.
      -Merece todos os beijos do mundo.
      -Se eu não tivesse tomado essa sopa, você teria me trocado por outro?
      -Rony, eu te amo incondicionalmente.

                         * * *

      Luna estava se preparando para dormir no sofá, quando Rony falou:
      -Faltam só dois dias.
      -Para de se preocupar com isso.
      -Seria contrariar as regras se você dormisse aqui comigo?
      -Totalmente!
      -Mas não tem ninguém vendo e essa cama é grande o suficiente, deixa esse sofá pra lá.
      -Tudo bem, aí com você parece ser bem melhor.
      Após algum tempo conversando, ambos adormeceram.

***
Ai gente, está chegando ao fim :(
Já estou sofrendo por antecipação
Queria estender e estender, mas não posso...
Bom, o que vocês estão achando?
Votem, comentem ;)

Ps: desculpem a demora, nunca havia passado uma semana inteira sem postar um capitulo novo, mas emoções como: felicidade ao extremo, tristeza e nervosismo tiram completamente a minha vontade de escrever e essa semana foi muito difícil pois senti tudo isso em dose dupla, mas está aí um capítulo para vocês, espero que gostem ^-^

Diário de um MistérioOnde histórias criam vida. Descubra agora