Trancada.
A gaveta estava trancada.
Luna abriu um sorriso. Desde pequena sempre gostou de mistérios, segredos e coisas do tipo. Ficou encantada com o simples fato de uma gaveta estar trancada.
"Isso significa que: ou minha mãe tem algum segredo e trancou aqui ou a casa tem um mistério." pensou Luna puxando a gaveta como se de alguma forma ela fosse se abrir espontaneamente.
-Em algum lugar essa chave tem de estar. - Luna falava sozinha.
Estava decidida em abrir a tal gaveta. Finalmente achara alguma coisa para se fazer no meio do nada.
Decidiu começar pelo quarto da mãe, que estava mais perto.
Vasculhou criado-mudos, a mala deixada a um canto, o guarda-roupa, sempre tomando cuidado para nao deixar nada fora de lugar. Vasculou também embaixo do tapete, que parecia a coisa mais velha e empoeirada da casa... E nada foi encontrado.
Estava um pouco cansada, mas não o suficiente para acabar as buscas.
O próximo cômodo seria a cozinha, por ser o lugar mais complicado de se achar alguma coisa (essa era a lógica se Luna, quanto mais difícil, mais provável).
Desceu as escadas olhando milimetricamente cada lugar.
Chegou na cozinha e viu que não seria nada fácil. Muitas e muitas latas, panelas, potes, vidros, etc.
Olhou o liquidificador detalhadamente, sanduicheira, batedeira, balcão, geladeira, fogão, gavetas...e novamente nada.
Estava muito cansada, suada e extressada. Precisava de um bom banho.
Entrou no banheiro já olhando o lugar a procura da chave. Estava obsecada.
Precisava relaxar antes de começar a procurar novamente.
Terminado o banho, ainda de toalha, Luna se dirigiu ao seu guarda-roupas, até que...
Buuuumm.
Luna estava estatelada no chão.
Acabara de tropeçar em uma meia. Agora entendia porque a mãe vivia reclamando para não deixar as coisas jogadas por aí.
Então, Luna caiu no chão, mas antes de levantar-se, viu um embrulho amarelo grudado embaixo de sua cama.
Pegou-o.
Era um pouquinho pesado.
Girou-o alguma vez nas mãos e por fim abriu-o.
Dentro havia uma chave (que só podia ser da gaveta) e um cartão que dizia:
Cuidado! Perigo!
Luna pegou a chave. Olhou-a com cuidado. E concluiu que não corria nenhum risco visto que ninguém ia saber que ela abriu a tal gaveta.
Ainda de toalha, Luna foi para o quarto da mãe. Foi em direção à gaveta, colocou a chave e abriu-a.
Dentro havia o que Luna achou ser um diário preto coberto por um líquido vermelho.
-Sangue.
Luna estava ficando assustada. Primeiro um bilhete escrito perigo. Depois um diário coberto de sangue.
Apesar do perigo que provavelmente estava correndo, a curiosidade falou mais alto e ela abriu o diário.
Eu avisei.
Agora arque com as consequências.
Ass: X
A primeira página do diário devia ter estimulado Luna a desistir dessa história de ir em busca de mistérios. Mas ela era muito teimosa para desistir assim tão fácil.
1 de setembro
As coisas por aqui estão monótonas. Mas não desde a semana passada.
Mataram meu cachorro à facadas e escreveram "Cuidado!" com o seu sangue.
Avisaram para não me meter com o que eu não devia. Mas não posso. O culpado não pode ficar impune.
Ass: X
Luna parecia aterrorizada, surpresa e ao mesmo tempo curiosa para ler mais páginas.
Justamente quando ia passar a página, a campanhia toca.
Luna corre para esconder o diário em algum canto que ninguém possa achar e decide debaixo do colchão da sua cama.
Luna corre para abrir a porta.
Era Rony.
Ele a olha da cabeça ao pés e para no meio.
Luna acompanhou o seu olhar e só então percebe que ainda estava de toalha.
Fechou a porta na cara dele.
Subiu as escadas e procurou qualquer roupa. E logo depois abriu novamente a porta.
Ele ainda estava lá.
-O que você está fazendo aqui?
-Sua mãe me pediu para fazer companhia a você.
-Não, obrigada. Estou bem sozinha. - falou Luna fechando novamente a porta.
A campanhia toca novamente.
Luna suspira e abre a porta.
Rony continuava lá.
-Por que você não vai embora? Ninguém te chamou aqui.
-Sua mãe me pediu para vir aqui e não vou sair.
Ele estava sorrindo.
Ela estava com raiva.
-Não quero sua companhia. Eu preciso ler o...
-Ler o que? - Rony estava curioso.
-Nada. Pode entrar. Eu consigo suportar algumas horas.
Foi a única maneira que Luna achou para se livrar de perguntas incômodas.
Rony entrou na casa.***
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Diário de um Mistério
RomanceParecia um simples período de férias em um lugar diferente, até que várias coisas estranhas começaram a acontecer... E se apaixonar, definitivamente, não estava em seus planos.