Enfim, a verdade

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      Luna permaneceu imóvel na sua cama. Quem sabe ele iria embora.
      Toc. Toc.
      É, ele não iria embora tão fácil. O que ele queria?
      Luna viu, pelos reflexos da luz do banheiro (ela tinha medo do escuro), um papel sendo colocado por baixo da porta.
      Hesitou, mas a curiosidade falou mais alto. E silenciosamente abriu-o.
      Abre a porta por favor. É muito importante...
      Que droga! O que ele queria a essa hora da noite?
      Outro papel.
      Abre por favor. Sei que você está aí...
      Luna suspirou e abriu a porta.
      -O que você quer? - Luna estava sussurrando, não podia correr o risco de Gina acordar, pois iam surgir perguntas complicadas.
      -Posso entrar? Explico melhor lá dentro. Sua mãe pode acordar.
      -Garoto eu quero dormir.
      -Por favor.
      -Droga. Tudo bem. Mas seja rápido.
      Luna fechou a porta.
      -Eu preciso te contar uma coisa. Não sei nem como falar isso. Bom...
      -Fala logo. Estou com sono e preciso voltar a dormir.
      -Estou apaixonado por você.
      Luna ficou assustada. Não estava esperando por isso. Rony continuou:
      -Desde que eu te vi pela primeira vez não consigo parar de pensar em você, até sonho com você. E depois que eu te beijei ficou cada vez mais forte o que sinto. Preciso de você Luna... E depois que eu soube que você ficou mexida com o beijo eu...
      Rony não estava contando com aquilo.
      Luna o beijava. Ele correspondeu ao beijo e abraçou-a pela cintura, pasando a mão por entre os seus cabelos.
      O beijo era lento e delicado, mas Luna o interrompeu.
      -Me desculpa. Eu não devia ter feito isso. Eu preciso ficar sozinha.
      -Por que você tem tanto medo? Eu não vou te machucar.
      -Eu...não gosto de você. É isso! Agora quero ficar sozinha.
      -Tenho certeza que não é isso. Você acabou de me beijar. Estou apaixonado por você e sei que você também sente algo.
      -Eu não posso. Por favor não torna as coisas mais difíceis.
      -Tudo bem. Tudo bem. Então porque você me beijou?
      -Eu...eu escorreguei.
      Rony estava sorrindo.
      -Ops. Acho que vou escorregar...
      E beijou-a. Dessa vez com mais vontade deixando-a sem fôlego.
      Quando finalmente terminaram, ambos estavam sorrindo.
      -Isso não vale Rony.
      -Eu só escorreguei.
      Luna riu e sentou-se na cama.
      -Então, qual seria a terceira coisa que você levaria para a ilha? - Luna perguntou, mesmo já deduzindo a resposta.
      -Você.
      -Uau.
      -Fala sério, ficar em uma ilha sozinho com um livro e uma torta seria muito chato. Eu precisaria de você.
      -Ninguém nunca me tratou assim, como se eu fosse importante.
      -Mas você é muito importante para mim.
      -Da última vez que alguém falou isso, aconteceu a pior coisa da minha vida.
      -Desabafa. Você vai se sentir bem melhor. Eu estou aqui com você. - Rony sentou-se na cama junto com Luna e abraçou-a.
      -Eu não aguento mais viver com isso. Vou lhe contar tudo.
      Harry era primo de Emma, e como sempre foi amiga dela, era normal vê-lo constantemente.
      Quando ele estava por perto, Luna tremia e gaguejava, era apaixonada por ele. Mas ele, bom, não se sabe.
      Saia com várias garotas, as vezes até ao mesmo tempo. Nunca tinha uma fixa. Comia várias e era famoso por isso. Mas Luna nunca deixou de gostar de Harry. Coisa de criança, mas ele já era um pouco mais velho.
      Aos 14 anos de Luna, Harry com 17, começaram as trocadas de olhares e mensagens, principalmente da parte dele.
      "Você está cada vez mais bonita Luna."
      "Não consigo parar de pensar em você Luna."
      "Você é muito importante para mim."
      Ela já apaixonada, achou que ele também estava.
      Começaram a namorar e tudo o mais e ele ia sempre à casa dela. Sua mãe e Emma apoiaram muito o namoro.
      Certo dia, Luna fora convidada à festa de aniversário de uma colega da escola. Chamou Harry para acompanhar-la.
      Ele foi em sua casa buscá-la e disse que conhecia um caminho mais rápido.
      Andaram, andaram e andaram.
      O lugar era muito estranho. Cercado de matos e árvores, também era escuro e frio.
      Luna achando muito estranho aquilo, perguntou:
      -Tem certeza que é seguro ir por aqui? Não devíamos voltar?
      -Não, não. Já devemos estar chegando.
      -Tudo bem então. Eu confio em você.
      Passado alguns minutos, Harry parou.
      -Chegamos.
      Luna não estava entendendo nada. Ainda estavam no meio do nada.
      -Agora você vai ser minha! Você não sabe o quanto eu esperei por isso.
      Luna tentou fugir, mas ele era o dobro mais rápido e mais forte. Ela não iria conseguia se soltar.
      Ele beijava seu pescoço com vontade.
      Ela estava com medo, sabia o que iria acontecer.
      -Socorro. Nããoo por favor. Por favor. - Luna gritava por ajuda.
      Harry ria. Era uma risada tão cruel e assustadora.
      -Ninguém vai te ouvir. Ninguém. Você está sozinha.
      Harry rasgou a roupa de Luna.
      Ela tentou se cobrir e ele segurou suas mãos.
      Ela gritava e tentava se soltar. Era impossível. Ninguém iria salvá-la.
      Ele a deitou no chão e fez ali mesmo tudo o que queria.
      Ela sentia muita dor e gritava cada vez mais alto por socorro. Ninguém ouviria. Ele havia planejado tudo. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
      Quando Harry atingiu o clímax, deixou-a jogada no chão.
      Luna chorava ao contar tudo para Rony, nunca tivera coragem de contar para alguém.
      -Shhh vai ficar tudo bem. Já passou. - Rony tentava consolar Luna. -Se algum dia eu encontrar esse babaca, quebro a cara dele.
      Luna chorava descontroladamente e Rony a abraçava cada vez mais forte, passando a mão pelo seu cabelo.
      Ficaram um bom tempo abraçados, até que Luna cochilou no ombro de Rony.
      Ele a deitou delicadamente na cama e cobriu-a com o lençol. Deu um beijo em sua testa e retirou-se silensiosamente para o seu quarto.
     
     

     
     
     

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