Capítulo 20

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Devo ter ficado uma hora conversando com meu cavalinho psicólogo (que aproposito foi mais útil com seu silêncio do que qualquer outra pessoa com seus conselhos). Daniel foi até mim um pouco preocupado com meu sumiço, nos voltamos para a festa e eu me esforço para rir e dançar um pouco, depois de horas comendo, dançando, e comendo mais e eu digo a Daniel que algo me fez mal afim de sair da festa e principalmente de debaixo de seu olhar que faz todo meu corpo estremecer.

Ele me leva até a porta de meu quarto e me dá um longo Abraço, por um instante quis ficar ali. Sob seus braços que me aquecem, escutando seu coração que bate forte e descompassodo, ficar ali no único lugar onde parece ser o certo nesse lugar, mas não é. Nada disso é.

Lhe dou dou um beijo em sua bochecha e ele cumpre sua promessa de não me beijar. Entro em meu quarto e durmo na hora em que meu corpo encosta na cama...

Acordo duas da tarde ja!

Tomo um susto com a hora e me levanto correndo tomo um banho pra tirar todo resíduo de suor que tenha ficado em mim da festa, afinal eu dancei um pouco mas a julgar por meu talento (ou melhor a falta dele) devo ter dançado igual uma doida!!!!.

coloco uma calça jeans com uma blusinha social florida bem leve e faço o meu famoso coque bagunçado por que estou morrendo de preguiça de ter que arruma-lo. O dia estava frio parece até ter chovido, e eu quis voltar para o quarto na hora mas não estou em minha casa, tenho que bancar meu papel até sair daqui.

A casa já não estava bagunçada e a única movimentação era do pessoal que trabalhava na limpeza da casa.

Continuei saindo até a grande varanda e confirmei que durante a madrugada choveu e choveu muito! Além do frio eu estou com fome, o que não é surpresa.

Vou até uma mesa onde está o café da manhã e pego um café bem quente pra despertar e aquecer um pouco. Tem umas 5 pessoas e olhe lá mas não as conheço e o silêncio na casa é bem tranquilo. Me sinto menos mal por ter levantado as duas da tarde afinal fui uma das primeiras. Fico me perguntado o que a bruxa da Lurdes deve ter feito para ainda estar dormindo, as possibilidades me fazer rir. Mas o que mais me intriga é esse clima, nem parece o mesmo lugar da festa de ontem e tudo parece mórbido e gélido...

- Bom dia!!! - diz Daniel me tirando de meus pensamentos. - Nossa tá frio! - diz se encolhendo e indo pegar um café, ele senta ao meu lado.- Dormiu bem?

- como um bebê! - digo rindo.

-Eu diria um anjo! -responde me olhando carinhosamente.

- Você nunca me viu dormindo, como sabe que durmo como um anjo?! - pergunto rindo e imitando seu tom de voz.

- Uma pessoa como você só pode ser um anjo! -diz me olhando. Eu coro.

- e se eu disser que ronco! - digo rindo e ele diz

- então vai ser o mais lindo canto de um anjo mais lindo ainda! - fiquei vermelha.

- espera só pra me ouvir roncando que você mudará de idéia rápidinho! - digo e caímos na gargalhada.

- isso será incrível... - diz sussurrando.

- hahaha como assim? Você gosta de um ronco é.??? Cara você é esquisito! - digo rindo

- eu sei... mas só a suposição de que um dia ouvirei você roncar me deixa feliz... - diz me fazendo corar e pensar se isso um dia poderia acontecer...

- Não dá pra ser cachoeira, e não dá pra andar a cavalo! O que vamos fazer hoje? - pergunto tentando mudar de assunto.

- acho que um filme cairia bem né? - pergunta com um sorriso lindo. Concordo com a cabeça e meu celular toca...

- Alô... - digo.

-filha?... Oi meu amor!!! - responde minha mãe parecendo aliviada por ouvir minha voz.

- Oi mãe... - digo sorrindo. Amava falar com minha família.

- Meu anjo presta atenção, não quero que fique preocupada. - diz me deixando preocupada! Meu sorriso começa a sumir devagar. A voz dela estava triste.

- Oquê foi?? - pergunto torcendo para que nada tenha acontecido... na verdade implorando...

- Meu amor, seu... pai... acabou de sofrer um AVC! Quero que venha ao hospital, por fav... - acho que minha mãe continuou falando mas eu simplesmente não ouvi! Minha visão ficou embaçada e eu nem me dei conta de que lágrimas começaram a cair.

Eu não podia acreditar! Isso não podia está acontecendo!!!! Não podia!!! Com ele não! Não com o meu pai!!!!!!

Daniel me olha com preocupação.

- O que foi? -diz se levantando e ficando ajoelhado a minha frente.

eu não consigo responder só chorar mas sussurro...

-meu pai...

Isso foi o bastante pra que ele soubesse que algo tinha acontecido. Ele me pegou pela mão e me levou até seu carro. Terminou de falar com minha mãe para pegar o endereço pois eu simplesmente não conseguia falar.

Eu parecia ter engolindo uma bola de dor que estava presa em minha garganta. Que sufocava muito. Que arrancava todas as minhas forças. Meu pai é a única coisa que vem em meus pensamentos, seu sorriso, seu abraço, seus conselhos, sua imagem

Eu não sai do lugar, Daniel está a minha frente me dizendo algo mas não consigo escutar nem ler seus lábios pois minha visão está turva meus ossos tremem e ele me sacode pelos ombros...

- Natacha? Por favor responda! Natacha... - fiz preocupado.

Eu brutalmente me levando e corro até o carro a fim de entrar, mas esqueci a droga da chave no quarto. Daniel me puxa pelo braço e me coloca dentro de seu carro.

- Vamos eu te levo, vamos. - diz

Eu não consigo pronunciar um obrigado se quer eu não consigo respirar, é como se o ar de todo o meu corpo tivesse sido arrancado de mim. Como se eu não tivesse mais uma base. É como se meu coração tivesse sido arrancado do peito e triturado por essa notícia. Eu simplesmente desmorono e permito que as lágrimas continuem a rolar, a única coisa que vem a minha cabeça é que meu pai, o meu pai Pode morrer hoje e só essa possibilidade faz com que sinta que todos os meus piores pesadelos viessem a tona.

Ele não pode morrer! Meu pai é a melhor pessoa do mundo!!!!

Ele simplesmente não pode!!!!!

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