- nunca mais faça isso comigo! Nunca mais me assuste assim! - digo entre lágrimas.
- Meu pequeno anjo... Não chore. - diz tentando me acalmar mas eu simplesmente não consigo.
- você me prometeu que não morreria nunca! Lembra? - me levanto até conseguir olhar em seus olhos. - você me prometeu!!!!!! - digo chorando como um bebê.
- eu vou meu anjo! - diz colocando uma mecha de meu cabelo bagunçado atrás da orelha. - 200 anos lembra? - Me diz e um meio sorriso se forma em meus labios volto a me deita com a cabeça sobre seu coração ouvindo seu pulsar lento e descompassado.
Ficamos em silêncio e então ele começa devagar...
- Sabe meu amor, eu... eu sinto tanto orgulho de você! De tudo o que conquistou com força,
fé e dignidade. - eu choro mais. - foi tão bom ver minha menininha conquistando coisas tão...
grandes! - continua ele com lágrimas nos olhos. - eu lembro das pessoas dizendo quando você nasceu que eu não teria mais vida, por causa de minha pouca idade. mas sabe de uma coisa?! Naquele dia em que você veio ao mundo e sorriu pra mim, foi ali que minha vida começou!Ouvir suas palavras me emocionam muito. Saber do tamanho de seu amor por mim fez cada vitória que conquistei valer mais a pena ainda!
- Eu lembro de como meu coração ficou destroçado quando me contou o que fizeram com você na casa dos Monteiro. - continua meu pai. Eu fico calada só chorando e ouvindo. - eu quis mata-los não podia suportar vê-la daquela maneira, e quando você se foi eu quis morrer. Eu os culpei por terem te feito ir embora, Mas eu estava errado...
Ele para de falar e respira fundo, então continua...
- Não estou dizendo que concordo com a maneira como te trataram, jamais! Mas você amadureceu, virou uma mulher muito mais forte, não abaixou a cabeça tenho muito orgulho disso... -diz fazendo uma longa pausa para respirar e então continua dizendo...
- mas essa vingança contra os Monteiro pode ferir alguém meu anjo. Pode TE ferir. Eu não quero que continue com isso meu amor. Não deixe esse ódio contaminar seu coração. Não deixe que eles matem o anjo que você é, por que se isso acontecer... aí sim eu morrerei. - ele respira fundo e continua...
- Você, sua mãe e Bethe são minha razão de viver! Eu amo vocês... mais do que tudo! Por isso não quero que continue com isso! Vingança pode ferir. -continua meu pai me fazendo chorar.
Ele tem razão, isso pode machucar alguém... As palavras não saem de minha boca e eu não sei o que dizer. Só fico ali colada a meu pai como uma criança, pensando em cada palavra pronunciada...
- pai... eu não... eu não... quero isso - digo
- eu sei meu anjo, eu sei! - diz passando a mão em meu cabelo.
Eu realmente devo acabar com isso logo. Alguém pode se machucar e do jeito que é meu coração aposto que serei eu...
- sua mãe me falou de seu amigo... - diz meu pai me tirando de meus pensamentos. - quero conhece-lo. Será que ele aceitaria falar comigo?
Nos sorrimos.
Eu me levando e lhe dou um beijo na testa, começo a andar rumo a porta e me viro para ele novamente...
- pai nós não temos nada... - digo rindo. - Não precisa interroga-lo ok?
- eu jamais faria isso... - diz com um sorriso brincalhão. - ok.
Saio do quarto e vou até Daniel que conversa com minha mãe que parece bem menos preocupada e fico agradecida por ele está lhe ajudando também...
- ele quer te conhecer... - digo tímida quando chego a seu lado.
Ele me olha com um misto de pavor medo dúvida talvez e eu sorrio diante de sua expressão...
- fica calmo. Ele não vai te fazer um interrogatório... Relaxa. - digo rindo e ele se levanta. O acompanho até a porta e fico lá parada afim de ouvir algo. Eles conversam muito e o máximo que escuto são risadas dos dois. Depois de 5 minutos mais ou menos Daniel sai do quarto.
- ele quer te ver antes de dormir. - diz com um largo sorriso e eu me pergunto qual seria o motivo dele.
Entro no quarto e vejo meu pai diferente com alegria no olhar. Parecendo mais forte.
- ele te abraçou? - pergunto
- o que? - pergunta ele confuso. Eu rio pois minha pergunta fez sentido apenas para mim. Meu pai estava do mesmo jeito que eu ficava após abraça-lo.
- nada. - digo rindo e me sentando a seu lado.
- gostei muito de seu amigo. - diz de forma engraçada. Ele segura minha mão e sua expressão muda. - eu sei que pode não querer ouvir as palavras de seu velho pai. E pode parecer louca tudo isso que lhe direi...
Eu não sei se ainda sente algo pelo tal Miguel, mas esse rapaz... o que está aqui com você.... eu sinto que ele te ama meu anjo. Sinto que é um homem digno, e que cuidaria de você caso eu não...- pai... Por favor, descanse... - digo tentando fazer com que ele não continue a frase.
Meu pai para por um instante parecendo procurar as palavras certas.
- eu sei que ele sente algo por
você. - continua devagar. - Mas receio que você ainda não tenha visto isso meu anjo. Não estou pedindo que saia daqui e se case com ele, não estou pedindo que o ame. Estou pedindo que se permita enxergar com clareza e ouvir seu coração...- Não sei como fazer isso... - sussurro baixo admitindo que sinto algo que eu não sei como le dar.
- para isso acontecer... você precisa desistir de sua " vingança" contra os Monteiro... só assim seu coração pode te falar o que fazer... Quando não houver mais ódio e rancor... - responde ele a minha pergunta é eu sinto uma vergonha enorme pelas pisas que eu fiz...
Meu pai sábio como sempre me fazendo pensar em suas palavras que parecem fazer todo sentido.
- me prometa meu anjo...- diz sussurrando. - me prometa...
A resposta se forma em meus lábios mas antes que eu possa falar...
Um aparelho ligado à meu pai apita me fazendo pular de susto mas o pior é a face de meu pai. Ele está parecendo sentir dor.
- pai? – o sacudo e percebo que ele está desacordado. As lagrimas começam a rolar. - PAI? PAAAAAAAAAI????
Eu não sei o que fazer então corro para o corredor escorregando caindo assim que saio, as lágrimas começam a rolar desesperadamente deixando minha visão turva, mas arranco minhas últimas forças e grito por ajuda.
- SOCORROOOOOOOOOOO - grito com todas as forças até que todos param e olham para mim. - MEU PAÍ ESTÁ MORRENDO!