Saio aos tropeços da casa e corro até o estábulo mas decido ir mais longe, corro tão rápido que a falta de ar parece me rasgar por dentro, mas não paro, continuo a correr e me sento embaixo da árvore onde me sentei com sofia na primeira vez que estive aqui.
Me permito chorar até minhas forças se esgotarem. A confusão em minha mente está me deixando louca. Não posso amar duas pessoas isso é errado. Mas o que sinto por Miguel ainda existe? Mas pior como fui me apaixonar por Daniel? Como deixei isso acontecer? Eu estava no controle da minha vida, do meu coração... como permiti que isso acontecesse?
Estou tão perdida em meus pensamentos que não noto Daniel sentando ao meu lado. Sua expressão é de mais confusão que eu, mesmo receioso fica perto de mim. Ficamos ali em silêncio até que ele diz...
- me desculpe... - sussurra e eu choro mais afundo minha cabeça entre as mãos... Não quero que ele se culpe ou algo do tipo.
-você não fez nada... - digo e minha voz falha.
- fiz... - diz olhando para frente. - Não cumpri minha promessa... mesmo te amando não tenho direito de tocar em você sem que você queira...
Diante de suas palavras eu choro mais uma vez e começo a tremer. Eu quis seus beijos, eu quis seu toque, eu quis seus braços quente em mim. EU QUIS!
o que é mais injusto, é ele me amar e eu não saber o que sinto. Isso tudo definitivamente saiu de meu controle. Eu não notei que ele gostava de mim. Eu não sei o que fazer então choro mais.
Só quando ele coloca receioso seu casaco sobre mim que percebo ainda estar sem blusa. Eu me agarro com força a sua blusa e só então percebo que estava com frio.
- eu não sei o que estou sentindo... - começo tímida. - estou confusa...
Ficamos em silêncio e eu já não sei mais o que fazer ou falar, não posso dizer que o amo pois nem eu sei se isso é verdade. Depois do que pareceu um século de silêncio Daniel fala...
- eu não quero te pressionar Natacha, essa escolha é toda sua... Não quero ser idiota como fui naquele quarto. Você está passando por um momento difícil, e ainda ama Miguel... eu não podia ter feito aquilo... Não pense que eu... me aproveitei de você...
- você não foi um idiota... - É tudo o que consigo dizer.
- de qualquer forma... me perdoe... - diz se levantando e sinto medo de ficar ali sozinha. Ficar sem ele. De repente me vejo segurando seu pulso com força. Com desespero.
- fica aqui... comigo... - digo com voz embargada.
- eu sempre estarei com você... você sabe - diz se sentando ao meu lado. Eu me encolho me aconchegando perto de seu corpo, ele passa com receio o braço por volta de meu corpo e beija minha cabeça...
- você me enlouquece... - diz sorrindo timidamente.
Eu fico ali em seus braços e a paz que sinto toda vez que o abraço começa a me invadir aos poucos... Fico menos desesperada e me permito fechar os olhos e não pensar em nada... em ninguém. Começo a adormecer em seus braços e o último pensamento que invade minha mente é...
"Ele nem imagina que também me enlouquece...."