|7|

547 36 2
                                    

"Olivia POV"
Viro-me para o outro lado da cama, com o fim de sentir o corpo quente de Louis e me aconchegar no meu namorado. Mas... O seu lugar está vazio.
Abro os olhos e sento-me. Olho ao meu redor e não o vejo, mas noto um papel na mesinha de cabeceira, eu o pego e leio.

"Bom dia linda, saí mais cedo, a minha mãe pediu-me ajuda para levar os gêmeos as vacinas. Desculpa linda, queria muito estar contigo e encher-te de beijos. Louis"

O Louis é muito querido, acho que é sonho de qualquer mulher.

Mãe: posso?
Ol: mãe?! Chegaste quando?!- questiono-a levantando-me da cama.
Mãe: cheguei a pouco meu amor, vem cá dar um beijo a mãe !

Eu abraço a minha mãe, não a vejo há 1 mês, nunca pensei que um funeral fosse demorar tanto.

Mãe: então, como estás?- questiona-me, passando a mão no meu rosto .
Ol: está tudo... Bem!

Não está, tenho um problema cabeludo, não por ser um problema grave, é um cabeludo porque o Harry tem tanto cabelo, e mais bonito que o meu. O Harry beijou-me e sinto que traí o Louis. Um lado de mim diz que eu devia contar, o outro não, o outro diz-me para manter-me afastada do Harry e tudo voltará ao normal.

Ol: não está mãe, estou confusa!- digo sentando-me na cama.
Mãe: conta lá a mãe !

Eu suspiro, e lembro-me de tudo que aconteceu ontem.

Ol: quando vocês viajaram, o meu telefone partiu-se, eu tentei arranjar dinheiro, até fui tentar dinheiro da fonte mas...

Mãe: Olivia!

Ol: calma mãe! Eu não consegui e fui parar de novo a esquadra, onde conheci o Harry, depois numa outra tentativa de conseguir dinheiro voltamos a nos encontrar e ...

Mãe: Olivia, não estou entendo onde queres chegar!

Ol: eu conheci o Louis, melhor amigo do Harry, agora namoramos mas, ontem, o Harry disse-me que ele gosta de mim e beijou-me... Eu traí o Louis, mãe!

Mãe: mas tu não o empurras-te nem nada ?!

Ol: empurrei mas, a cena não é essa, é bem pior!

Mãe: qual?!- questiona-me meio confusa.

Ol: gostei do beijo... Foi tão diferente !

O meu telefone começa a tocar, eu o tiro da mesinha de cabeceira e vejo que é o Harry.

Mãe: então, estas dividida ?

Ol: eu não estou, eu gosto do Louis e vou ficar com ele. O pai?

Mãe:  está lá em baixo, nós temos algo para te contar...- diz-me, suspirando no final.

Ol: não pareces nada feliz mãe, é algo mau?!

Mãe: prefiro que oiças do teu próprio pai, anda, toma banho e desce para comeres e vamos conversar!

A minha mãe, levanta-se da cama e sai do quarto sem dizer mais uma única palavra. O meu coração aperta e isto aflige-me. Sinto que algo vai acontecer.

Olho para o meu lindo telefone e vejo 5 chamadas não atendidas do Harry, e logo reparo nas horas... 2pm. É muito tarde, tenho que tomar banho e ir almoçar com os meus pais.

Levanto-me da cama e vou para o meu banheiro. Faço a minha higiene o mais rápido que posso, e saio de lá. Visto a primeira coisa que me aparece à frente.

Uma camisa preta, que chega até ao meio da minha barriga e um macacão jeans. Ponho um casaco preto, calço os meus tênis, porque depois dessa conversa vou ligar ao Louis, quero passar o dia com ele.

Faço um coque rápido e desço, com o meu telefone na mão e uns trocos nos bolsos.

Pai: olá Oli!

Corro para abraçar o meu pai, que se encontra parado no meio da sala.

Ol: tinha saudades!- digo contra o seu peito.
Pai: eu também, mas o pai tem algo para falar... Senta aí!

Eu sento no sofá e a minha mãe aproxima-se do meu pai, não com uma das suas melhores caras. Isso não é nada bom.

Mãe: eu e o teu pai nós vamos separar Oli!

Olho para a minha mãe, e começo a rir. Só podem estar a gozar comigo! Os meus pais sempre foram tão felizes, isso não faz sentido nenhum. Mas... Observo-os, e reparo o quão sérios estão, eles vão mesmo se separar?!

Ol: porquê?!

Mãe: o teu pai não é quem diz ser!- diz-me, retirando-se logo de seguida, com lágrimas nos olhos.

Pai: Laura!

O meu pai a chama, mas sem sucesso nenhum. Ouço os soluços da minha mãe, vindos do fundo do corredor, me fazendo crer que é algo bem mais grave. A separação não veio do nada.
Meu pai, senta-se na mesa de centro a minha frente. Suas mãos pegam as minhas.

Pai: Oli, espero que tu me entendas...
Ol: sobre o quê?- questiono o mais calma possível.

Mãe: o teu pai tem outra família Oli, é isso! Ele sempre teve!

Pai: Laura! Não piores as coisas!- grita.

Ol: o quê?!- questiono-o, tentando evitar a formação de lágrimas nos meus olhos.

Vejo a minha mãe ao pé de mim, e os seus olhos vermelhos.

Pai: o pai Oli, infelizmente tem outra família, e... Não sou um comerciante, sou um empresário!

Ol: hã?

Mãe: o teu pai, é um homem bem sucedido, com uma esposa da alta sociedade e um filho mais velho, licenciado em Oxford!

Ol: pai... Tu...

Levanto-me do sofá e ele faz o mesmo. Eu não esperava nada disso. Eu... A vida do meu pai é uma mentira, ele passou 19 anos da minha vida mentindo para nós, e... O meu pai afinal tem dinheiro? A minha mãe fartou-se de trabalhar, aturar um monte de merdas dos seus patrões para o meu pai dar a boa vida a outra mulher?!
E eu?! Quis tanta coisa na minha vida que não pude ter, evitei certas amizades para não ter complexos, enquanto o meu pai dá tudo de bom a outro filho?! Esta aqui não passa de merda! A pobre merda da filha da pobre mulher!

Ol: tu não podias! Tu não és o meu pai!- grito, correndo para a saída de casa.

Pai: Oli!

Saio de casa o mais rápido que posso, as minhas pernas movem-se muito rapidamente, mas não sei para onde. Tiro o telefone do meu bolso, ainda com as mãos trêmulas, disco o número do Louis, mas este não atende as minhas chamadas.

Limpo as minhas lágrimas, e continuo caminhando, até que chego a uma paragem. Vejo alguns turistas entrando nos típico autocarros vermelhos de dois andares. Entro no mesmo, e sento-me no último banco.

Este começa a locomover-se, e os turistas ficam apenas observando a cidade, e agradeço-os mentalmente por não notarem-me. Pois, não consigo conter as minhas lágrimas, estou ferida, sinto-me traída.

Olho para o Big Ben, e consigo ouvir as expressões de espanto dos turistas.
Fecho os olhos e limpo-os.
Ainda de olhos fechados, tento relaxar.

***: Olivia?

Abro os olhos, e vejo o Harry a minha frente. O autocarro está parado, me fazendo chegar à conclusão que acabou de subir.

Ol: Harry...

O seu nome sai num soluço, e ele senta ao meu lado. Os seus braços rodeiam-me e... Só consigo chorar neste momento.

Olivia (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora