Everything Has An End 4

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-Tenho os papéis para a corrida. Quero que os tragam assinados pelo vosso Encarregado de Educação na próxima aula, caso contrário não vão poder participar.- afirmou a diretora de turma enquanto distribuía as autorizações- Todas as pessoas vão encontrar-se com o seu respetivo par no intervalo das 10 horas.

TRIIMMM

-Que, por acaso, é agora. Podem sair e não se esqueçam de trazer o papel assinado.- continuou

Joanne dirigiu-se com Miguel para o recreio. Estava muito ansiosa por aquele momento. Sentia um aperto na barriga, não era nada má a socializar quando as pessoas precisavam da sua ajuda, mas não era boa a dar o primeiro passo numa conversa e tinha medo de tomar as rédeas desta vez. A primeira impressão ia ser importante, não queria que Flynn pensasse que ela era apenas uma menina rica, queria que confiasse nela e que acreditasse que iam formar um bom par. Mas ele era mais velho e solitário. Joanne estava cada vez mais nervosa, até que:

- Joanne, onde estás??

Jo virou-se para trás ao ouvir o sotaque inglês e viu um rapaz alto e magro, mas com um aspeto desportista. Tinhas uns olhos claros e o cabelo preto como o carvão. Devia ser Flynn.

- Estou aqui- acenou

- Olá! Eu sou o Flynn.

- Prazer em conhecer-te. Parece que vamos ser parceiros. Espero não te desapontar. E chama-me Jo, se quiseres!

- Pois. Ok, vou tentar não me esquecer disso.

Não parecia ser um rapaz muito reservado. Era de poucas palavras, mas não dava respostas de “Não” e “Sim” e não mostrava grandes problemas em fixar os seus olhos nos de Joanne, o que a estava a incomodar. Talvez fosse só um incompreendido, talvez não tivesse grandes companhias por alguma história do seu passado ou do seu presente. Jo queria saber mais sobre a história daquela personagem misteriosa, que continuava a teimar em fixá-la, de uma maneira quase eletrizante.

- Ouvi dizer que vens de Inglaterra!? – atirou Flynn

- Sim, é verdade. Vivi lá uma grande parte da minha vida. O meu pai era inglês, mas a minha mãe é portuguesa e após a morte dele decidimos que era melhor vir para cá. E tu?

- Os meus pais já nasceram os dois em Inglaterra, mas os meus avós maternos eram portugueses. A minha família queria que eu conhecesse um pouco da cultura portuguesa e então mandaram-me para casa dos meus tios para eu acabar aqui os meus estudos até ao secundário. Depois quero ir estudar para Cambridge.

A campainha tocou e Joanne despediu-se de Flynn, indo cada um para seu lado.

*

No final do dia entregou a autorização à sua mãe.

- Achas que é boa ideia, Jo? Tu não és muito dada ao desporto e ires sozinha com um rapaz mais velho para o meio de uma floresta…

- Não te preocupes mãe. Nós não vamos sozinhos e o Flynn é só um ano mais velho do que eu e parece bastante simpático, para além disso ele também é inglês e é um excelente aluno.

- Se tu o dizes…eu confio em ti. De qualquer maneira tens que me dar novidades todos os dias, quero saber como está a minha menina.

- Está bem, eu também não sou capaz de ficar muito tempo sem falar contigo, afinal tu e o Miguel são as pessoas mais importantes da minha vida e sem vocês bem perto de mim eu não sou nada.

Era fim de semana, o último antes da corrida. Miguel tinha ficado de se encontrar com Joanne na sua casa e como o combinado ele lá estava, na hora marcada.

Everything Has An End - portuguesaOnde histórias criam vida. Descubra agora