Everything Has An End - portuguesa

Everything Has An End Parte 34

Desculpem pelo tempo que passei sem atualizar a história. Para além da escola, passei por outras complicações pessoais que me deixaram pouco inspirada e com pouco tempo. Mesmo já estando de férias desde finais de Junho, aproveitei o tempo para descansar por completo e para resolver as tais complicações, de maneira que só agora disponiblizo a tregésima quarta parte. Espero que gostem...

Os dias foram passando.

Flynn estava já em casa e Miguel encontrava-se nos últimos dias de estadia do hospital, apesar de depois ter de continuar com a fisioterapia, que estava a ter resultados lentos mas positivos.

As férias encontravam-se à porta e Joanne passou a ter aulas também aos sábados para conseguir acabar o ano antes do verão. No seu tempo livre ia com os amigos visitar Miguel e compensava o tempo passado longe de Flynn. Além disso planeava também a visitita de Ethan, James e Emma a Portugal.

Os rapazes iam depois começar as aulas cinco dias por semana, de manhã e de tarde até meados de agosto, altura em que os outros três chegavam para passar o resto do mês a aproveitar o calor do verão português.

Eram dias lentos, vividos com uma esperança que renascera depois do mais complicado ter passado. Joanne tinha já desistido da ideia de que a vida não lhe pregaria mais partidas, mais idas e vindas, mais perdas e ganhos. Talvez uma vida sem desafios fosse mais fácil, mas depois os momentos bons já não seriam apreciados. Os dias passados com as pessoas que amava seriam constantes às quais todos iam deixar de dar valor e a dádiva de viver iria parecer mais um presente desapontante de Natal. A luta que presenciara toda a sua vida parecia um conjunto de provas, uma corrida interminável com uma meta desconhecida que a transformava numa mulher forte, habituada às constantes barreiras que lhe vão aparecendo no caminho tortuoso.

O facto é que após os últimos meses, Joanne estava a viver uma fase relativamente boa. No entanto quando se lembrava do último verão, perguntava-se como num ano as coisas poderiam mudar e piorar tanto. Pergunta à qual ninguém sabia responder, ou então atiravam-lhe à cara que tudo está definido por algo maior, inalcançável, inalterável, teimavam em chamar-lhe destino. “Tudo acontece por uma razão”, mas às vezes não se importava de saber mais sobre que raio de razão era essa que parecia não a deixar em paz… nunca fizera mal a ninguém para ter um carma tão traiçoeiro. Mas de que lhe valia criar debates incessantes na sua cabeça à cerca deste assunto? As coisas estavam melhores, mais uma vez resistira e à sua volta o mundo ganhou uma forma relativamente normal.

Joanne ganhara a capacidade de ser otimista. Mostrava perante todos a força e a coragem de quem acredita (ou finge acreditar) que vai correr tudo bem. Era uma atriz digna de um Óscar nesse campo, o de fingir estar tudo bem. Por dentro podia estar a desmoronar, mas sabia controlar-se quando devia. Daí naqueles dias que se passaram ela andar cansada. Cuidava de Flynn, dava força a Miguel para a fisioterapia, acalmava Matilde quando esta se ia abaixo e ainda mantinha o rendimento máximo nas aulas de recuperação.

Uma noite perdida nos estudos e nos trabalhos, a mãe de Joanne anunciou que o seu namorado lhes iria fazer uma visita. A importância deste evento era irrevogável, visto que perante o facto de elas voltarem para Portugal, a relação entre o homem e a mãe de Jo podia ser posta em causa ou então passar para algo mais sério caso ele decidisse ficar a viver na sua casa. Esta ideia causava-lhe arrepios. Nunca lhe falara, mal o tinha visto e a ideia de ser amigo do seu falecido pai era de certa forma confuso. Será que ele sempre fora apaixonado pela sua mãe e já tinha tentado ter algo mais com ela mesmo antes do pai morrer? Talvez fossem só filmes que ela estava a criar na sua cabeça, mas nada amparava o ódio e o rancor que lhe guardava, sem uma razão aparente ou talvez com toda a razão do mundo. Ele era mais uma mudança, mais uma reviravolta, mais uma peça solta naquele puzzle imenso… ela estava farta de instabilidades e alterações. De uma maneira ou de outra esse dia acabou por chegar.