Desculpem a demora, mas não tenho tido tempo para escrever. Espero que este capítulo compense:
Ethan ligou o rádio e meteu o volume num nível médio, cantarolando as canções que iam passando, até que chegaram ao aeroporto.
Andaram pelos corredores até que depois chegou a altura de entrar no avião. Mostraram os bilhetes e sentaram-se na fila vazia mais perto.
- Estou nervosa. – declarou Joanne.
- Também eu. Temos de ter calma, já estamos no avião e estamos juntos. Vai correr tudo bem.
- Mais uma vez obrigada Ethan, por tudo!
- De nada, faço tudo para te ver feliz.
Ethan desviou o olhar após dizer aquilo e olhou para o fundo do longo corredor. Aquelas eram palavras tão verdadeiras que por vezes causavam-lhe aflição… Era capaz de tudo… TUDO.
Joanne olhou pela janela, tentando em vão ficar mais calma. Estava ansiosa para ver Flynn, Miguel e Matilde.
- Estás a dormir? – perguntou Ethan mais ou menos a meio do voo.
- Não. Não consigo dormir.
- Nem eu. Então como te sentes?
- Nervosa, tão nervosa que parece que tenho um nó no estômago.
- Não comes nada desde o jantar. Esse nó também pode ser fome. – Ethan sorriu levemente.
- Sim. Quando lá chegarmos, compramos alguma coisa no aeroporto.
O voo continuou sem percalços, no entanto, as borboletas no estômago de Joanne voavam cada vez com maior intensidade.
Quando finalmente aterraram, Joanne pegou na mala e intuitivamente agarrou a mão de Ethan, ele sorriu e apertou-lhe a mão de volta.
Chamou um táxi e, quando este chegou, deu ao condutor a morada do hospital, pedindo que fosse perto, desejando que aquele nervosismo passasse rápido, que os seus receios fossem em vão. Desejou que tudo corresse bem.
Os corredores do hospital eram frios, gélidos, não em temperatura, mas na sensação que provocavam.
Chegara a altura. Joanne largou a mão de Ethan que abafara todo o caminho com a intenção de se sentir protegida. Matilde levantou-se da cadeira em que estava sentada junto a uma porta, e correu para os braços da amiga.
- Como é que vieste?
- Longa história! Eu preciso de vê-los.
Matilde levou-a para dentro de um quarto em que se encontravam os dois rapazes.
- Consegui que eles ficassem juntos. O Flynn está a dormir e o Miguel ainda está em coma.
- Eu vou ficar aqui à espera que ele acorde.
Naquele preciso momento Flynn abriu os olhos:
- Joanne?! – chamou, a sua voz fraca.
- Sou eu.
- O que é que ele está a fazer aqui? – Flynn apontou para Ethan. O seu rosto começou a ficar vermelho.
- Tem calma! Ele…
- Ele roubou-me a coisa mais preciosa que tenho na vida! Sai daqui! Desaparece! Já causaste muita dor.
- É melhor eu sair, já percebi que não sou bem-vindo. – Ethan disse dirigindo-se à porta.
- Espera!
- Deixa estar Joanne. Fala com ele. Eu fico à tua espera.
Joanne começou a pensar que tinha sido um erro ter vindo. Uma enfermeira entrou no quarto e pediu delicadamente para que todos saíssem por um bocado porque o paciente estava muito nervoso e isso podia prejudicar a sua recuperação. Joanne não pode entrar no quarto durante meia hora. Ethan estava encostado à parede, mão atrás das costas, pés cruzados. Matilde tentava acalmar a amiga, que mexia no telemóvel, este marcava já muitas chamadas da mãe, mas ela não quis saber. Queria falar com Flynn.
A enfermeira avisou que uma pessoa podia entrar no quarto e Joanne apressou-se.
- Olá! Tem calma, sim? Venho apenas para te explicar porque vim. Flynn eu amo-te! Desculpa todas as palavras que eu te disse naquele dia que foste a minha casa, eu estava tão confusa. Eu tentei ligar-te mal me apercebi do erro enorme que tinha cometido em te deixar ir, mas tu não atendeste. Quando liguei à Matilde para saber o que se passava com os vossos telemóveis eu soube do acidente. Eu fiquei tão assustada. Eu só pensava que se te acontecesse alguma coisa tu irias partir sem saber o quanto eu te amava. Por favor, acredita. Eu só vim com o Ethan porque ele era a única pessoa que me podia ajudar a fugir de casa e a vir para aqui, o único que me podia trazer até ti. Ele só quis ver-me feliz, ver-nos bem. Ouve o que te digo, agora mais do que nunca, eu tenho a certeza que quero passar a minha vida contigo, crescer, ter filhos, conhecer este Mundo. Se eu estiver sem ti, não sou eu. Eu fui muito estúpida por ter duvidado de tudo isto, mas agora eu não duvido mais.
- Tive saudades tuas. Sabes, eu perdoei-te imediatamente. Não tinhas culpa de estar confusa. Eu tive pena de ter sido insuficiente, de naquele momento sentir-te mais longe que nunca. Mas tu perdoaste-me por eu matar uma pessoa, como é que eu podia não te perdoar.
- Bom ponto de vista. – brincou Joanne.
- Ah! Já agora eu também te amo, mas acho que isso já sabias.
- Então o Miguel?
- Eu não sei bem como está a situação dele, só sei que não está bem.
- Tenho medo.
- Todos temos, mas agora estamos juntos, vai tudo ficar bem.
Joanne chegou mais perto da cama e depositou um beijo leve nos lábios de Flynn, ele apertou-lhe a mão com toda a força que tinha, nunca mais a deixaria ir.
- Obrigada por teres vindo. – sussurrou, olhando-a nos olhos.
- É melhor deixar-te descansar um pouco. Até já, meu amor.
Joanne saiu do quarto e dirigiu-se a Matilde que segurava a testa com uma mão, apoiando o cotovelo na mesa em frente.
- Ainda bem que estás aqui. Eu não consigo aguentar isto sozinha. A tia do Flynn só cá veio uma ou duas vezes e os pais do Miguel estão devastados. Estou tão cansada, já não durmo nada de jeito há dias.
- Hoje podes dormir descansada, eu vou passar a noite aqui com o Ethan, se for preciso alguma coisa eu ligo.
- Obrigada amiga.- Matilde refugiou-se nos braços da rapariga, deixando a cabeça cair sobre o seu ombro, enquanto uma lágrima escorria no seu rosto pálido.
- Vamos ser fortes.
- Não começas a ficar cansada de ser forte?
Joanne não respondeu, em vez disso disse para a amiga ir para casa e descansar ao máximo.
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Everything Has An End - portuguesa
Fiksi RemajaEsta é a história de Joanne, uma rapariga que nunca teve a vida simplificada. Jo (como os amigos a tratam) nasceu em Inglaterra, mas mudou-se para Portugal, onde fez novos amigos, incluindo Flynn, o rapaz que vai mudar por completo a sua vida e conf...