Everything Has An End 7

60 1 0
                                    

Esta é uma das partes que eu mais adoro. Espero que também gostem...

Joanne tinha trazido um biquíni e um fato de banho. Para a ocasião achou que o biquíni era mais adequado. Quando saiu da tenda não pode deixar de reparar no corpo musculado de Flynn, o sol fazia os seus olhos claros brilharem como as estrelas.

- Vamos para o lago. – pediu Flynn- Apetece-me dar um mergulho.

- Sim, está imenso calor. Um dia como estes nunca seria possível em Inglaterra.

- Lá isso é verdade. O tempo cinzento consegue ser bastante deprimente…

- A quem o dizes, quando ainda vivia em Inglaterra, eu vinha passar férias aqui a Portugal e tinha cá uma espécie de namorado, mas ele morreu… quando soube disso, fiquei extremamente triste e depois olhava pela janela e só via nuvens, era como se as ruas de Inglaterra fossem eu, cobertas de um nevoeiro deprimente e passado algum tempo a morte do meu pai só piorou as coisas. Mas não vamos mais falar disto, já se passaram muitos anos. Vamos lá nadar.

Flynn seguiu-a. A cabeça de Joanne estava a andar à roda. Porque é que sentia uma vontade tão grande de se abrir com aquele rapaz? Ele trazia-lhe uma sensação de segurança muito estranha.

A água estava quente, a cascata trazia uma calma e criava um ambiente muito romântico. Depois de nadar um bocado, os dois começaram uma luta de água. Flynn agarrou-a pelas costas e mergulharam os dois, a água era clara, conseguia ver-se tudo na perfeição. Quando voltaram á superfície, Flynn não a largou imediatamente e estavam tão perto que ela conseguia sentir a respiração dele, Joanne foi invadida por uma sensação estranha. Tudo naquele momento batia certo. Depois dirigiram-se para a cascata, ficando escondidos por detrás de cortina corrente.

- Tu és estranho, sabias? – soltou Joanne

- O que é que queres dizer com isso?

- Não é nada mau, só que não entendo. As pessoas dizem que és solitário e tímido, mas eu não consigo perceber porquê, tu não me pareces bem tímido e não tens as características típicas de um solitário.

- Isso é porque eu não sou assim, pelo menos para as pessoas de quem gosto. Todos me veem como uma pessoa introvertida e um “forever alone”, porque quando eu cá cheguei não me conseguia dar com ninguém. Eu tinha sofrido um trauma e comecei a isolar-me, depois quando dei conta os grupinhos estavam formados e eu não pertencia a nenhum. No início, algumas raparigas interessavam-se por mim, mas eu não gostava delas, eram superficiais, faziam-me lembrar a minha ex namorada.

- Então tu já tiveste uma namorada?

- Sim, era uma rapariga do meu ano, no inicio era tudo perfeito, mas depois ela começou a fazer-se a outros rapazes e uma vez apanhei-a a beijar outro rapaz. Eu já estava farto dela, por isso deixei-a…

- Então foi esse o trauma?

- Não, achas?

- Então o que se passou?

- Não vou contar-te agora, é uma coisa difícil de explicar.

- Está bem, mas espero que um dia, quando formos mais próximos, tu possas contar-me.

- Sim, talvez...

Flynn colocou-se em frente a Joanne e fez-lhe uma festa na cabeça. Conseguiu perceber o quanto ele era alto. Olhava-a fixamente e desta vez, Joanne não se sentia desconfortável, pelo contrário só queria que ele continuasse.

- Tu és linda!

- Como?

- Tu és linda, espetacular, maravilhosa, madura, és a rapariga mais especial que eu já conheci.

- O-Obrigada! – gaguejou Joanne

- Eu estou a falar a sério. Há algo em ti que mexe imenso comigo.

- Não, não pode ser…- sussurrou ela

- O que é que não pode ser?

- Nós somos crianças, está a acontecer uma coisa que não faz sentido, eu não posso gostar de ti!

- Tu já não és uma criança, tens quase quinze anos…

- Como é que sabes isso?

- Foi o teu melhor amigo que me disse que amanhã fazias anos.

- Porque é que ele te disse isso?

- Porque eu lhe perguntei. Ouve Jo, eu gosto de ti, tu trazes todas as coisas bonitas que eu tinha em Inglaterra de volta.

- Mas…

- Porquê um mas? Diz-me apenas, gostas de mim ou não?

- Eu, eu… sim gosto.

Flynn fez-lhe uma festa no rosto e aproximou-se:

- Então deixa as coisas serem como elas são, não tenhas medo…

Ele estava muito próximo, os seus lábios quase se tocavam, os olhos dele reluziam e Joanne sentiu que ele sorria, ele chegou-se mais perto dela. Joanne fechou os olhos e os seus lábios ligaram-se finalmente num beijo curto, mas mágico.

O momento foi interrompido por um monitor que anunciava que estava na hora de almoço. Joanne e Flynn saíram do lago. Ele apertou-lhe a mão e sussurrou:

- Adoro-te!

*

- Então já sabes o que vais fazer amanhã? Afinal, é o teu aniversário. – questionou Flynn enquanto segurava na mão de Joanne e, com a outra, trincava uma sandes de fiambre e queijo

- Visto que estou aqui, e que só temos este dia de descanso, penso que vou fazer provas. – respondeu Joanne

- Provas essas que vamos ganhar!

- Pois, espero que sim. Pelo menos é tua obrigação dar tudo por tudo, visto que eu faço anos. Considera isto como a tua prenda para mim.

- Não. A minha prenda vai ser muito mais especial, acredita! – avisou Flynn com um sorriso matreiro nos lábios

- Bem, vê lá o que arranjas!- exclamou Joanne - Estou muito contente… sabes, por isto ter finalmente acontecido… quer dizer, nós e… tu sabes.

- Sim, eu também estou híper, mega feliz por estarmos juntos.

Flynn inclinou-se, aproximando-se das costas de Jo e começou a fazer-lhe festas e a dar-lhe beijinhos no pescoço. A pele da rapariga ficou toda arrepiada, e um friozinho correu todo o seu corpo. Ela virou-se de frente para o seu amado e, encostando os seus lábios aos dele, uniram-se num beijo suave e perfeito.

A verdade é que aquele tinha sido o primeiro rapaz a quem Joanne tinha dado um beijo a sério e o medo de falhar ainda a invadia. Mas ela sabia que Flynn era especial. De cada vez que se tocavam ela sentia a necessidade de estar mais perto dele, de nunca se separarem, ela começava a gostar mesmo daquele miúdo. Os seus olhos claros, brilhavam com uma intensidade envolvente, e ela, mais do que nunca, sentia-se feliz.

A tarde continuou. Joanne e Flynn mergulhavam juntos, nadavam juntos, riam-se e conversavam como se fossem amigos de longa data. Começou a escurecer e os dois voltaram para junto dos outros.

Everything Has An End - portuguesaOnde histórias criam vida. Descubra agora