Amigos

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Fiquei no banco chorando ao lado da minha mãe.

Minha avó morreu.

É tudo o que passa na minha mente. Eu estou arrasada.

O celular da minha mãe toca e ela atende. Não presto muito atenção com quem ela está conversando ou o que. Quando ela desliga a ligação, ela para e olha para mim.

— Filha, temos que ir. Foi um dia longo.

Ah! Como foi. Foi muito drama e acontecimentos para um dia só, essa semana está bem louca. Mil e uma coisas acontecendo.

Vou para casa e durante o trajeto ninguém fala nada nem meu pai, nem a minha mãe e nem o Eduardo. É muito difícil perde alguém. Ao chegar em casa vou direto para o meu quarto. Quero ficar um pouco só, na verdade, quero ficar um tempo com Deus.

— Pai, o meu dia foi longo, muito longo... Converso com Deus e conto como foi o meu dia.

Depois de alguns longos minutos pego no sono.

[...]

Acordei cedo, eu perdi a minha avó, mas isso não quer dizer que a minha vida vai parar. O enterro dela só acontecerá segunda, então, vou ir para a EBD (Escola Bíblica Dominical) normalmente. Coloco uma calça jeans e uma blusa com uma estampa florida.

Vou até a cozinha e encontro a minha mãe e meu irmão.

— Bom dia!— Digo.

— Bom dia!— Eles dois diz quase no mesmo tempo.

Me sento na mesa e começo a abrir um pão. O meu pai chega na porta da cozinha e para. Os olhos dele estão inchados, ele com certeza chorou a noite toda. Deve ser horrível perde a mãe. Ele senta na mesa e ninguém diz nada. Meu pai me olha e eu olho ele. Dou um pequeno sorrisinho, quero muito ajudar o meu pai, mas só o Espírito Santo pode nessa hora, afinal, Ele é consolador. O que eu tenho que fazer é apenas orar.

[...]

— Vai ficar tudo bem.— Diz a Bruna depois de eu ter contado o que aconteceu.

— Eu espero!— Digo e ela me abraça.

Amo abraços principalmente os da Bruna, eles confortam a alma.

Hoje o André não veio e a Amanda não iria acorda cedo num domingo. A EBD foi normal, quem deu a lição foi o Pedro, um dos líderes dos adolescentes.

— Bethany!— Alguém me chama. Me viro e vejo a Giovana e vou ao encontro dela.— Tudo bem, florzinha?

— Mais ou menos, a minha...— Paro por um momento e respiro.— A minha avó morreu.

A minha avó morreu...

— Oh, minha florzinha! Ela foi para um lugar melhor.— Diz ela, depois me abraça e vai embora.

De longe a visto o Thomas. Ele está afinando o violão. Vou até ele e sento na frente dele. O Thomas me olha e sorri. E começa a tocar uma música que até um momento eu não sei qual é.

Existem certas situações
Difíceis de suportar
Olhamos pro lado e não
Ninguém pode ajudar
Tudo parece impossível
O mar quer nos afogar, as ondas vem e querem derrubar a nossa fé
E nos levar ao desespero
Desespero
Nós pensamos que o nosso problema é grande
E esquecemos a grandeza de Deus
Ele é Deus...— Thomas começa a cantar. Ele tem uma voz linda.

— Desanimados de clamar pensamos
Que Ele não ouviu
E então dá uma vontade de chorar
Eu sei não dá mais pra aguentar
Eu olho pro alto...— Eu continuo de onde ele parou.

Eu sou diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora