Negando ser diferente

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A Dorothy está olhando para o céu quando começa a cantar.

— Tu verás o fruto do Teu penoso trabalho
E Te alegrarás, e Te alegrarás
Povos de todas as tribos, línguas e nações
E Te alegrarás, e Te alegrarás
Que o meu viver revele quem Tu és
Tão puro e Santo Deus
Toma o Teu Lugar
Que o Teu coração se  alegre sobre mim
Glória e honra a Ti
Cordeiro Santo, Cordeiro Santo
Todo o domínio a Ti
Deus Poderoso, Deus Poderoso...

A voz dela é magnífica. Sabe aquela voz que não precisa de nenhum instrumento para a companhar, é simplesmente linda.

— Sua voz...— Começa a falar o André e faz uma pausa.— É linda!

— Ah! Obrigada.— Diz Dorothy e de longe dá pra perceber que ela está sorrindo.

— Sua voz é maravilhosa!— Digo com um pouco de inveja. 

Bethany...

— Ah! Gente para tô ficando sem graça.— Diz ela.

O André rir.

— Como que a graça em pessoa pode ficar sem graça?— Diz ele. Pera aí! Isso foi um flerte?

— Huuum... André galanteador.— Digo e não me controlo, começo a rir.

— Ah! Cala a boca, sua ruiva falsa!— Diz André que logo em seguida bagunça meu cabelo.

— Dorothy?— Alguém a chama, logo em seguida me viro para ver quem é. É o Vinicius.

— O quê foi?— Pergunta a Dorothy.

— Vamos, a gente já vai.— Diz Vinicius.

— Tchau, gente! — Diz Dorothy se levantando.— Vocês são bem legais.

— Digo o mesmo sobre você.— Diz o André.

— Você também é muito gente boa.— Digo.

— A gente se ver na Escola.— Diz Dorothy que logo em seguida sai do jardim com o Vinicius.

Como assim?

— O quê? Ela vai estudar na nossa escola?— Pergunto meio confusa.

— E onde mais ela estudaria? — Pergunta André.

— Na mesma escola que o Thomas, sei lá.— Digo e faço uma pausa.— Tem muitas escola nessa cidade sabia?

— Bethany, a casa dela é do lado da escola. Por que ela estudaria em outra?— Diz André.

— Bethany! O que você está fazendo aqui? Nós já estamos indo embora.— Diz Eduardo.

— Eita! Calminha,  já estou indo.— Digo me levantando.— Tchau, seu chato.

— Tchau, sua nariguda.

[...]

Mais um dia se começa, meu despertador toca, eu levanto e faço a minha oração. Hoje não tem jeito, não vou conseguir escapar da escola. Eu até gosto de estudar, mas é difícil ser cristã na escola, tem coisas difíceis de suporta.

Depois de alimentar o meu "buxo", me arrumo e pego carona com Eduardo para ir a escola.

— Srta. Bethany, quanto tempo, não acha?— Diz André ao me ver entrando na sala de aula.

— Concordo totalmente, sr. Abrantes. Deveríamos nos encontrar mais.— Digo para o mesmo.

Ele apenas sorrir e volta a conversar com um grupo de meninos.

Eu sou diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora