Alvo

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Melissa, a tecladista, muda de música e começa a tocar Santo espírito. Essa música tem tudo a ver com essa momento.

— Não há nada melhor, não há nada maior...— Começo a cantar e o Gabriel me acompanha.— Não posso comparar esperança viva
Tua presença senhor
Eu já conheci o mais doce amor que me resgatou e hoje livre sou
Em tua presença senhor. — Cantamos juntos.

— Santo espírito és bem vindo aqui
Vem inundar encher este lugar — Canta Gabriel.

— É o desejo do meu coração
Ser inundado por tua glória senhor— Canto. Paro tudo e olho para as pessoas. — Não há nada melhor, não há nada maior. Não posso comparar esperança viva. Tua presença senhor. — Olho para todos e afirmo isso.

Depois disso, algo aconteceu, posso dizer que o céu de bronze foi derretido. Todos cantavam e cantavam para Ele e por Ele.

[...]

O momento do louvor acabou. A cada música que canto, eu busco algo a mais de Deus e isso é maravilhoso. Mesmo com minha perca, não irei parar de adorar ao meu Pai, criador do céus e da terra. Nenhuma circunstância, nenhuma pessoa ou coisa poderá me afastar dele.

Como de costume, vou ir beber água pra limpar minha garganta. Ao chegar no bebedouro, vejo uma menina de cabelo curto, cacheado com algumas mexas cloridas, muito bonita. Ela é bem baixinha e está com a expressão facial de triste.

Pego o copo, coloco água ainda olhando para menina. Estou intrigada, por um momento penso em falar com ela, depois desisto, fico com esse conflito dentro de mim. Será que eu vou, será que eu não vou?

Olho novamente bem nos olhos dela e percebo que eles estão cheios de água, se ela piscar com certeza vai descer as lágrimas.

— Oi, está tudo bem?— Pergunto assim que me aproximo.

Ela parece sair de um transe. Passa suas mãos nos olhos secando as lágrimas que tinha deixado cair.

— Ah! Tudo de boas. — Ela sorrir.

Nunca tinha visto ela, muito menos vi ela sorrindo, de verdade, alguma vez, mas se eu não tivesse visto ela com cara de triste, antes, poderia dizer que está tudo bem. Uma vez um líder me disse que o adolescente tem essa capacidade de sorrir com o coração todo quebrado. Por isso, temos que ficar atentos, ser sensíveis a ponto de olhar nos olhos das pessoas e ver a alma. Identificar se está triste ou não.

— Nem me apresentei, desculpa. Meu nome é Bethany. Qual é o seu? — Digo sentando na cadeira ao seu lado.

— Meu nome é Bárbara. — Ela dá sorrisinho.

— Primeira vez aqui? — Pergunto.

— Ah! Sim. — Ela responde.

— Veio com alguém?

Olho bem pra ela, e não pode evitar de notar algumas cicatrizes de formas regulares no braço dela.

Ela se cortar!

— Sim, com a minha amiga Melissa.— Responde ela apontando para a Melissa que estava se aproximando.

— Oi, Bethany e Bárbara.— Diz Melissa, fofamente fofa.

— Acho que eu vou entrar agora, tchau!— Diz a Bárbara e sai.

Eu encaro a Melissa tomar água.

— O que foi Bethany?— Melissa pergunta.

— O que a Bárbara tem?— Assim que eu pergunto a expressão facial da Melissa muda completamente.

— É complicado.— Responde a Melissa meio estranha.

Eu sou diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora