Meu sossêgo

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Depois que eu conversei com a Camila, voltamos para o ensaio. Camila era realmente muito boa e fez umas ótimas mudanças no teatro que eu, André e Thomas tínhamos preparado.

— Bethany, eu vim te buscar a mamãe está...— Diz Eduardo entrando na igreja, onde estávamos ensaiando, ele para quando tira o olho do celular e olha para cima.— Camila? Você aqui?—Eduardo fica vermelho e percebo que ele ainda está um pouco decepcionado.

— Oi, Eduardo!— Responde Camila e fica com um clima tenso no ar.

— Bethany, vamos! Mamãe pediu para vim buscar você.— Fala Eduardo com pressa. Ele não quer ficar muito tempo ali, eu o entendo.

— Tá bom! Pode ir na frente, já vou.— Respondo e ele sai.— Tchau, galera! Amanhã todos compareçam mais cedo para o culto, por favor!

Logo depois de me despedir fui até o estacionamento e entro no carro do Eduardo e me sento no banco de trás já que o banco do lado do motorista está ocupado.

—Bethany, o que aconteceu com o seu irmão lá dentro? Ele voltou todo estressadinho.— Diz Felipe quando eu entro no carro.

—Ah! Cala a boca, Felipe!— Fala o meu irmão grosso.

— A Camila estava lá ajudando a gente com a peça.— Respondo a pergunta do Felipe.

— Ah! Desculpa irmão, eu não sabia.— Se desculpa Felipe com o Eduardo e dá um tapinha carinhoso nas costas dele.

Silêncio.

— Então...— Sou a primeiro a falar quebrando o silêncio constrangedor.— O que vamos fazer, agora?

— Eu e Felipe vamos para o boliche e você irá para casa.— Diz Eduardo.

— Ah Não! Eu vou pró boliche com vocês.

— Só vai ter o pessoal da faculdade lá... Não sei se você vai gosta, Bethany.— Diz Felipe.

— Como não gostar? É B.O.L.I.C.H.E.— Falo pausadamente.

Felipe rir.

— Bethany, você não vai e acabou!— Diz Eduardo um pouco grosso dessa vez.

— Nossa! Tá bom, eu não queria ir mesmo.— Respondo e Felipe cai na gargalhada.

Eduardo me deixa em casa e quando chego não tem nada para fazer. Vou até o quarto da minha mãe e ela está lá deitada na cama lendo.

— Oi, mãe!— Sou a primeira a falar.

— Oi, querida! O que você quer?— Pergunta ela ainda concentrada no livro.

—É que não tem nada pra fazer. Então eu vim aqui.— Digo deitando na cama ao lado dela.

Ela sorrir.

— Quando você não tem nada pra fazer, você entra no meu quarto?— Diz ela e depois rir.

— Oxi, mãe! Vamos conversar, tá?

— Tá bom, filha.— Diz ela fechando o livro e tirando os óculos de leitura.— Sobre o que quer falar?

— Hoje eu estava pensando e percebi que eu não sou o que eu achava que era.— Digo.— Eu sou muito falha. Eu quero ser perfeita, ser uma filha exemplar, uma aula exemplar, uma cristã exemplar.— Desabafo.

— Filha, mas você é! Não somos perfeitos e nunca seremos, mas você se esforça em fazer o certo, você é uma menina exemplar... Você é a minha filha exemplar.— Ela diz e me dá um abraço bem apertado.

Ela começa a rir.

— Por que você tá rindo, mãe?— Pergunto estranhado tal atitude.

— É que eu achei que fôssemos falar de garotos.— Quando ela fala isso eu sinto minhas bochechas arderem. Com certeza estou vermelha.

Eu sou diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora