Pov. Austin
O rosto do garoto perdeu a cor derrepente. Ele olhava fixamente para a ponte. Virei minha cabeça e vi o que havia acontecido. Uma garota acabara de cair da ponte.
Arregalei os olhos quando ela se estatelou contra a água. Larguei meu violão, tirei os tênis e meu gorro, então mergulhei no lago. Por estarmos em pleno outono, a água estava muito fria, mas tentei ignorar esse fato. Nadei até a garota o mais rápido possível e a agarrei pela gola do moletom. Nadei até a margem do rio, lutando contra a correnteza. Desabei na grama macia, com a garota ao meu lado. Dez correu até mim.
- Cara - seus olhos estavam arregalados. Ele carregava o papel da musica e o meu violão - Tudo bem?
- Liga o carro - tossi um pouco de água - Vamos para o hospital.
Ele assentiu e correu para a picape.
Finalmente, olhei para a garota que eu resgatara, e arregalei os olhos. Deitada na grama ao meu lado, tossindo água, estava Ally, minha vizinha.
Me levantei com um pouco de dificuldade e a peguei no colo, tendo cuidado para não machuca-la. Ela era extremamente leve.
Dez estacionou a picape ao meu lado, e eu subi na traseira da caminhonete, junto com Ally. Me sentei e a ajeitei no meu colo. Dez acelerou a picape, que em menos de dois minutos, corria loucamente em direção ao hospital.
Olhei para Ally. Ela estava branca, e sua cabeça pendia para o lado. Tentei acomoda-la melhor nos meus braços, e cometi o erro de olhar para o seu pulso. O moletom que o cobria seus braços estava empapado de sangue. Será que ela havia cortado ao cair?
Não. Não havia nada em que ela pudesse ter batido. Peguei a barra do meu velho moletom e rasguei uma tira do tecido.
Levantei a manga do seu moletom e me surpreendi. Eu esperava um machucado grande, ou algo assim, mas o que eu vi não era isso.
Varias linhas finas e retas demais para serem acidentais preenchiam seu pulso. Dois dos cortes eram mais fundos que os outros, e pareciam recém reabertos. Eram deles que vinha o sangue. Enrolei a tira de tecido no pulso da garota, tentando estancar o sangue. Olhei para minhas mãos. estavam completamente vermelhas de sangue. Tentei limpa-las na minha blusa, mas a cor já havia se fixado. Olhei em volta e vi que já havíamos chegado a cidade. Graças a deus.
Aninhei Ally em meus braços e peguei seu pulso. O sangue já ensopava a tira do tecido. tentei sentir sua pulsação, tomando cuidado para não pressionar nenhum corte. Senti um leve tum-tum. Ela estava viva.
- Por favor - sussurrei - Não morra.
Não sabia o porque, mas eu estava realmente preocupado com aquela semi-desconhecida.
Pela primeira vez, prestei atenção em seu rosto, e meu coração quase parou. A garota estava branca como papel. Seus cabelos molhados colavam em seu rosto, mas, mesmo assim, era a coisa mais linda que eu já vira. Tinha olhos grandes, no qual a cor eu não sabia, sobrancelhas arqueadas e o nariz levemente arrebitado, como o de uma princesa. e os lábios... Ah, aqueles lábios. Ela tinha a boca pequena e rosada, em formato de coração. Aquela garota parecia um anjo.
Me lembrei de um verso da canção que eu encontrara.
I've been searching every city,
Never giving up,
'Till I find my angel,
Diamond in the rough.
Looking for a signal,
Baby, turn it up tonight.Cantarolei os versos até sentir a picape parar de andar. Dez desceu da caminhonete correndo e me avisou que já havíamos chegado. pulei da traseira da caminhonete e invadi a recepção do hospital, ainda com Ally em meus braços. Corri até a recepcionista.
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Wonderwall
FanfictionAllycia Dawson era uma garota problemática, cuja mãe era uma alcoólatra e o pai havia morrido quando ela tinha apenas seis anos, que teve que aprender bem cedo a amadurecer pra cuidar de sua progenitora e única família, deixando sua infância pra trá...