The Ally Dawson's Sweet Memories

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Pov. Austin

Bufei, colocando mais livros dentro de uma caixa. Aquilo já estava ficando irritante.

– Quantos faltam? - reclamei. Procurei a poltrona que costumava ficar no canto do quarto para me sentar, mas ela havia sumido.

– Mais dois quartos - Ally sorriu, cansada. Ela usava jeans, um suéter vermelho e botas de neve. Havia uma bandana amarrando seus cabelos pra trás - Elliot e Cassidy estão terminando de empacotar a sala.

Bufei, me sentando no chão. O tapete felpudo cor de carmim se fora, e o chão de madeira parecia duro demais agora.

Ally e eu passáramos o dia todo empacotando as coisas da casa. Iríamos para New York em três dias, e o caminhão de mudança já estava quase lotado. Por sorte, havíamos recebido a ajuda de alguns amigos.

Elliot e Cassidy haviam sido os primeiros a aparecer, seguidos por dez, Trish e Diana (Dez e Trish já haviam arrumado suas coisas um dia antes) e Kira, que resolvera nos ajudar de ultima hora. A única que não viria era Tilly. Seu novo colega de apartamento, Julian, viera a buscar com antecedência. Aparentemente, ela tinha uma audiência para uma companhia de balé no norte de New Jersey, mas só saberíamos o resultado ao anoitecer. Era estranho o quanto me importava com Tilly agora. Era difícil pensar nela como a mesma pessoa que eu queria matar a algum tempo atrás. Ela se tornara uma boa amiga.

– Austin - Ally estalou os dedos em frente ao meu rosto, me tirando dos meus devaneios - vamos. Já empacotamos o seu quarto, agora acho bom que você me ajude com o meu.

Soltei um muxoxo

– Não é justo - me levantei - Eu tinha poucas coisas para encaixotar.

Você tem o mundo inteiro dentro do seu quarto.

A garota riu. Era bom ouvir o som da sua risada.

– Idiota - riu novamente - Se não empacotarmos tudo hoje, vamos atrasar ainda mais para chegar lá.

– Certo - murmurei, pegando uma caixa grande e colocando uma meia dúzia de CDs dentro dela. Suspirei havia pedido demissão da Miami Music dois dias atrás.

De soslaio, pude ver um brilho ruivo chegar na soleira da porta.

– Hey - Dez sorriu, tirando o cabelo da testa. Seu casaco xadrez verde estava abotoado errado - Terminamos com a cozinha. Só falta aquele quarto trancado ali no corredor. O que tem lá?

Sufoquei uma exclamação ao ver o rosto de Ally. Eu sabia exatamente o que era ali. O quarto da mãe de Ally.

Pov. Ally

Encarei aquela porta come se ela fosse me levar para o caminho da morte. Um pequeno baú, guardado a sete chaves dentro do meu peito, ameaçava se abrir.

Girei a maçaneta.

O quarto lá dentro estava do mesmo modo como ela deixara, com uma camada de poeira extra. A cama estava bagunçada. Saltos estavam em vários lugares do chão, assim como os vestidos. Na penteadeira, havia maquiagens, perfumes, lingeries e cigarros de maconha. O cheiro tão comum para mim na época em que ela era viva impregnou meu nariz. Me lembrou de quando eu tinha sete anos.

"-eu sei, não é? - minha mãe gargalhou fortemente, batendo o salto alto no chão. Sorriu para tio Paul com certo carinho e tragou o cigarro - Paul, querido, me busque outra cerveja, sim?

–sou seu irmão, Pennie, não seu escravo - tio Paul sorriu. Tinha uma barba desgrenhada e cabelos castanhos e incríveis olhos verdes, os quais sempre desejara ter. Seu sorriso era a melhor coisa do mundo. Quando ele estava por perto, mamãe até mesmo se esquecia da dor.

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