Pov Austin
Um, dois... ok, Austin, acalme-se... Três, quatro, cinco... Os barulhos no andar de baixo estavam altos... Seis,... Fique bem quieto, ou ele pode se zangar... Sete,... você não quer que ele te machuque de novo, não é?... Oito... Ontem dez perguntou por que eu vivia machucado... Nove... E eu menti para ele... Dez. Isso, muito bem. Conte de novo... Um... E faça silencio... Dois, três, quatro... Ele esta subindo as escadas...
A porta do quarto se abriu com violência, e Mike surgiu do outro lado. Seu olhar enevoado fez o pequeno Austin estremecer
–sentiu saudades do papai, bastardo?
O garoto de nove anos se encolheu, repassando as instruções que ele mesmo criara mentalmente: proteja o nariz e os olhos, cuidado com os...
Seus pensamentos fugiram quando o pai lhe agarrou os cabelos com força, jogando o pequeno para fora da cama.
Austin caiu no chão, batendo a cabeça com força. Urrou de dor ao sentir o homem lhe chutar as costelas, uma, duas, três vezes. As lagrimas começaram a escorrer pelas bochechas. Sua cabeça latejava onde batera, e suas narinas estavam infestadas pelo cheiro metálico de sangue. Com a visão embaçada, capitou seu pai erguendo o punho, pronto para um soco, então mergulhou em escuridão.
Me sentei na cama, sufocando um grito. Lagrimas escorriam de meus olhos, molhando as bochechas e pingando nos cobertores. Ao meu lado, dez dormia tranquilamente.
Levei a mão a lateral do meu corpo, sentindo uma pontada onde três costelas haviam sido quebradas, e reprimi um soluço. Cara, eu odiava esses sonhos. Malditos pesadelos - ou melhor, lembranças - que me atormentavam quase toda noite.
Enxuguei os olhos e me levantei, saindo da barraca. Do lado de fora, o fogo da fogueira ainda crepitava em uma pequena chama, proporcionando uma quantidade mínima de luz.
Estremeci quando um vento frio - o que me fez lembrar que, fora daqui, ainda era outono. - passou, provavelmente vindo da cachoeira.
–quem esta ai? - uma vozinha me fez pular.
Levei algum tempo para achar a dona - ally, que estava sentada na traseira da picape, envolta em um cobertor grande e felpudo
–ah - ela sorriu – Aus, é você. O que...
Seu sorriso morreu assim que me aproximei. Seus olhos se focaram em meu rosto.
–céus, Austin, o que aconteceu? - passei as mãos pelo rosto, e percebi que ainda estava chorando - vem cá
Me sentei ao seu lado, e ela passou metade do cobertor pelas minhas costas, me puxando para si.
–quer contar o me aconteceu? - sua voz saiu suave. Agora, eu estava praticamente deitado com a cabeça em seu colo, enquanto ally passava os dedos por meu cabelo.
–só um pesadelo – murmurei. Minha voz estava embargada. - não quero falar sobre isso, ok?
–ok
–o que você esta fazendo aqui? - perguntei, tentando inutilmente limpar as lagrimas.
–não consegui dormir - ela suspirou - então vim aqui. Gosto desse céu. Nunca tinha visto tantas estrelas.
Olhei para cima. Sem todas as luzes da cidade, o céu estava completamente enfeitado por estrelas, de um modo que seria impossível em Miami
–como vocês acharam esse lugar? - ally sussurrou
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Wonderwall
FanfictionAllycia Dawson era uma garota problemática, cuja mãe era uma alcoólatra e o pai havia morrido quando ela tinha apenas seis anos, que teve que aprender bem cedo a amadurecer pra cuidar de sua progenitora e única família, deixando sua infância pra trá...